COLUNA | INFLUÊNCIAS: A era digital e a relação com a música.

A tecnologia veio para mudar o mundo completamente. Mudou a maneira de se comunicar, de consumo, tudo numa velocidade absurda. No mercado de entretenimento não seria diferente, principalmente na música. O mercado fonográfico passou por uma evolução saindo do físico para o digital, porém com adeptos nos dois segmentos.

“Mas você ainda compra discos?”  SIM!!

Ainda existe mercado, principalmente de colecionadores.

Em outros tempos, quem quisesse ter aquela música que ouviu no rádio ou na TV, teria que aguardar o disco chegar às lojas. Quem não tinha grana para comprar discos, gravava em fita K7, do rádio mesmo, para poder ouvir depois.

Os meios de comunicação eram formadores de opinião e tinham o poder de influenciar o que o público iria ouvir. Hoje essa música chega rapidamente através das plataformas de streaming e em alguns casos chega a vazar antes do seu lançamento. O público escolhe o que quer ouvir, sem muita preocupação com gênero musical.

Esse reflexo também se vê nas pistas de dança. Sabemos que em outras décadas os DJs eram responsáveis pelo sucesso de vários artistas, que primeiro tocavam na pista e depois no rádio ou na TV. Não que isso não aconteça mais, porém todo esse avanço tecnológico mudou esse cenário.

A vida do DJ não era fácil. Entrar em uma loja de discos, ouvir e comprar vários singles para arriscar na sua pista e nem sempre esse resultado era positivo.

Conversei com dois DJs veteranos e com experiência nessas duas fases do mercado.

“Acredito que não devemos deixar a essência do que é bom morrer. Tenho um fato pra dividir aqui. Um episódio do RuPaul Drag Race, que em meados de Janeiro de 2021 apresentou um batalha de LipSync (dublagem) em que utilizaram uma música da grande cantora Crystal Walters chamada 100% Pure Love. Essa faixa foi lançada em nada menos que no ano de 1994 e foi usada a versão TOCADA DA ÉPOCA. Agora fica a pergunta: Como pode essa música até então desconhecida atualmente, porém bem executada na época, fazer um sucesso tão grande depois de quase 30 anos? Até o momento essa batalha já alcançou quase 1,5 milhões de views no YouTube e de forma positiva, pois vale lembrar que muitos views não significa que o conteúdo seja bom! Os telespectadores conheceram através do programa, mas poderia ter sido através das pistas, aplicativos, podcasts etc. Isso é fruto do resultado de uma boa escolha de repertório. Por fim, o que quero dizer é que não temos que ficar refém de playlists de plataformas digitais e temos que arriscar sempre, pois seja novo ou antigo, música boa nunca morre, nós DJs sempre seremos educadores musicais e não apenas ‘tocadores de músicas’”.

Igor Zanonn  ( https://instagram.com/igorzanonn?igshid=6anjk8zgt5w5) DJ Produtor, já passou por várias casas noturnas como Incontru’s, Eros e hoje é residente da Boate 1140)

“Na época em que comecei, lá no início dos anos 90, poucos de nós DJs tínhamos acesso a informação musical e as novas tecnologias que estavam principalmente nos Estados Unidos, Europa e Japão. Hoje em dia, todos têm acesso a tudo, especialmente a música, através das plataformas de streaming, porém, parte dos jovens não estão muito preocupados em pesquisar, consumindo basicamente o que está na moda.” 

Marcelo Lyrio, ( https://instagram.com/djmarcelolyrio?igshid=1swcja72whzn6 ) DJ e Programador Musical, comanda a Rádio Globo Na Pista, todo sábado às 22h, em 98.1 FM, Rio de Janeiro.

A boa música é atemporal e se perpetua no tempo. Com todo o dinamismo musical da atualidade e toda relevância da música eletrônica, o desafio do DJ é agradar ao público e também surpreender com novas tendências.

Até a próxima!

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