COLUNA | Pra me conhecer você precisa saber disso

 

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.Para me conhecer de verdade você precisa saber algo sobre mim: fui diagnosticada como bipolar e borderline e vou contar como foi. 

 

Durante muitos anos eu tive acessos de impulsividade e tinha fases de depressão. Quando saía, me sentia a dona do mundo, eufórica, bebia demais, beijava muita gente, ao mesmo tempo sentia uma tristeza como se nada fizesse sentido e, muitas vezes, caí em depressão, mas como nunca tive uma crise muito grande, não foi suspeita para minha psicóloga na época. Até que mudei de terapeuta e a que estou agora logo de cara desconfiou que eu era border e me encaminhou para uma psiquiatra.

 

Ficamos uns meses investigando e ela chegou à conclusão de que eu sou bipolar, mas era muito difícil de me diagnosticar porque eu tenho depressão e mania (que é essa euforia) ao mesmo tempo e isso é conhecido como estado misto e pode causar bastante irritabilidade (eu sou muito fácil de irritar). Existem outros casos em que a pessoa passa fases maníacas e fases depressivas. Não era o que acontecia comigo. Além disso, eu sou muito racional, então lidava com minhas crises de forma mais objetiva. 

 

Hoje, lembrando quem eu era antes do tratamento, vejo que mudei demais. Vi comportamentos que tive totalmente fora da caixa, já fui irresponsável, já fui abusiva, ih, já fiz muita coisa que hoje em dia não faria de jeito nenhum! Crises de insegurança e ciúmes, criei situações constrangedoras para outra pessoa, e foi então que ao percebermos a maneira que eu lidava nos meus relacionamentos chegamos à conclusão de que eu também sou borderline – que as principais características são medo do abandono e impulsividade – tudo que eu sentia. Vamos lá, bipolaridade é um transtorno de humor. Eu tomo estabilizador de humor e dois remédios para equilibrar a depressão e a mania e ficar estável. Borderline é transtorno de personalidade, o remédio ajuda, mas o tratamento principal é a terapia, é saber lidar com a impulsividade e o medo do abandono. Quando amo, parece que meu mundo gira em torno da pessoa e fazer com que ela não me deixe, e obviamente faço da maneira errada e acabo afastando a pessoa de mim. Nem sei quantos relacionamentos foram afetados por isso. Além de tudo, sofro de sérias crises de ansiedade, minhas mãos tremem, meu coração acelera e fico em desespero. Para isso eu também tenho um remédio. 

 

Bom, contei a parte prática, agora vamos para minha vida. Receber esse diagnóstico não me assustou, pelo contrário, me senti aliviada porque finalmente descobriram o que eu tinha e eu podia tratar. Hoje, além de tratamento e terapia, eu faço meditação, exercícios, pego sol, busco me alimentar bem, bebo bastante água, tudo isso ajuda. O mais importante quando você descobre qualquer questão sobre saúde mental é querer ficar bem! Eu quero muito ficar bem e faço tudo que está ao meu alcance para isso. 

 

Ser borderline, bipolar e sofrer de ansiedade durante a pandemia foi muito difícil, eu confesso. Muitas vezes eu não sabia nem o que estava sentindo de tanta coisa que estava dentro de mim, fora as inúmeras crises de carência e acabei até prejudicando pessoas com isso, mas foi o que falei, eu queria estar bem e fiz de tudo para amenizar a situação. Muitas vezes eu pedi ajuda mesmo, mudei a medicação, fiz mais sessões de terapia, procurei meus amigos, sem o menor pudor! 

 

Se você tem qualquer questão, busque ajuda. Não sinta medo nem vergonha. Está tudo bem e principalmente vai ficar tudo bem! O primeiro passo é querer justamente estar bem e buscar ajuda profissional!

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