Hey, Colors!
Dando uma pequena pausa na minha série de entrevistas sobre estrutura e montagem de festas e festivais de Psytrance BR – “A espinha dorsal do Psytrance” – hoje convido vocês a mergulharem numa profunda leitura acerca da minha experiência como mãe, em parceria com o meu filho de 3 aninhos, chamado Giuseppe, o Peppe, com o suporte da minha amiga de longa data, Talita, na primeira edição do Kalachakra Festival, que aconteceu de 14 a 18 de Abril deste ano, em Silva Jardim que é um município da baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro.
Além de contar como foi a nossa experiência inédita, também vou contar um pouquinho a caminhada do Kalachakra através de um bate-papo transparente com as mentes brilhantes da produção e expôr algumas impressões interessantes que coletei durante e após o evento. “Yeahhh”!
Com o retorno dos eventos no mundo inteiro, os esperados festivais de Trance no Brasil estão de volta com força total, por isso, resolvi não ficar de fora, né? Mas, desta vez, sem equipamentos e acessórios de foto/vídeo. Apenas com um celular e o meu bom e velho gravador Tascam na mão. Hahahaha!
Querem saber como?
Venham comigo nesta leitura, Colors!
Pode-se dizer que Kalachakra é uma tradição que é parte integral do reino tântrico do Budismo Vajrayana Tibetano e, mais do que simplesmente proporcionar um método profundo para superarmos os efeitos prejudiciais do karma compulsivo e atingirmos a iluminação para o benefício de todos, o Kalachakra inclui em sua literatura uma enciclopédia da antiga ciência hindu, que serve para todos, independente de crenças.
“Kalachakra” significa ciclos de tempo, sendo que o tempo é uma medida de mudança, tanto externa, no mundo e no universo, quanto interna, no corpo. Como tal, podemos medi-lo de diversas formas. Externamente, existem os ciclos das órbitas dos planetas, dos meses e das estações do ano, as fases da lua, as horas de um dia e assim por diante, sem falar nos ciclos históricos de períodos de paz e guerra. Internamente, temos os ciclos dos períodos da vida (infância, juventude, idade adulta e velhice), o ciclo menstrual, o ciclo do sono e o circadiano, o respiratório e assim por diante. Podemos traçar um paralelo entre os ciclos externos e os internos. Assim como as estrelas, galáxias e universos passam por ciclos de formação, permanência, dissipação e extinção, seres humanos passam por ciclos de nascimento, vida adulta, velhice e morte, além do bardo, o período intermediário. E ainda, tanto os ciclos internos quanto os externos vêm se repetindo desde tempos sem início com o renascimento contínuo dos universos e da vida.
A prática de Kalachakra é extremamente avançada e sofisticada. Mesmo nos formatos menos complicados, com mandalas mais simples e menor quantidade de figuras, ainda assim é uma prática muito desafiadora. Todavia, com motivação adequada, preparação e esforço contínuo, é extremamente eficaz para atingirmos a iluminação para o benefício de todos os seres.
Ao contrário de outros tantras avançados, existe uma tradição de dar-se iniciação de Kalachakra a grandes grupos de pessoas, como forma de promover a harmonia e paz mundial. Sua Santidade o Dalai Lama deu sua primeira iniciação de Kalachakra em Lhasa, no Tibete, em 1954 e, desde então, aproximadamente dois milhões de pessoas participaram das iniciações que ele deu ao redor do mundo.
Fonte:
https://studybuddhism.com/pt/budismo-tibetano/tantra/kalachakra/o-que-e-o-kalachakra
Com a chegada da minha gravidez em meados de 2018, planejei uma grande pausa nas minhas produções de foto e vídeo com a Interfaces e com isso, me ausentei dos festivais de Psytrance, pois seria necessário o máximo de dedicação a este novo modo de viver, com o meu filhote no meu ventre e posteriormente, em meus braços.
No meu planejamento, eu retornaria aos jobs em Abril de 2020, mas num tempo diferente do habitual e ainda ausente dos festivais, porque viajar de festival em festival, de aeroporto em aeroporto, com um bebê mais todas as nossas bagagens e toda função de campo era inviável. Por isso, a partir desta nova realidade, entendi que deveria me dedicar a outros nichos aqui mesmo no Rio de Janeiro e que as viagens para o Trance iriam acontecer num outro momento, numa pegada mais leve com o Peppe.
Em Abril de 2020, eu tinha um job agendado e, foi então que aconteceu a pandemia, forçando uma grande pausa no mundo, que impossibilitou a realização deste e de outros jobs.
Foi louco para todos nós vivermos algo tão inesperado por tanto tempo. Eu, que já estava sem trabalhar desde o início da gravidez, precisei refletir muito sobre essa questão do tempo e tudo o que a gente planeja e não consegue realizar, atrelado ao turbilhão de pavor que pairou sobre o mundo, com o medo da morte e a insegurança financeira com um filho nos braços. Por outro lado, agradecia todos os dias por estar viva, com saúde e sendo mãe em tempo integral do Giuseppe, um amor maior que eu sem limites.
Não me considero uma mãe solo no real sentido da palavra, pois tenho o suporte “full” de meus pais, que abraçaram comigo toda a função da maternidade. Como sou grata a minha família que segue comigo na missão.
Após refletir por um tempo, aceitei o confinamento e procurei não me desesperar, focando sempre no meu menino e na minha família e isso me fez ficar mais tranquila durante todo o tempo da pandemia e após um longo período consegui retornar ao campo, produzindo foto e vídeo. Ufa! Pouco a pouco venho alcançando novos nichos, mas ainda num tempo diferente. É como se eu tivesse que recomeçar do zero, sem os jobs dos festivais na minha vida.
Em Março de 2021, recebi o convite para fazer parte da equipe Colors DJ como colunista e com isso, percebi que poderia contribuir na cena Trance sem estar em campo com equipamentos e acessórios de foto/vídeo, mas com conteúdos acerca de tudo que já vivenciei ao longo destes anos em muitos festivais brasileiros, e mais ainda: vivenciando com o meu filho alguns festivais atuais, para redigir colunas sobre a nossa experiência.
Era tudo uma questão de tempo. Com a flexibilização da pandemia a vida voltou a caminhar. Com o retorno dos eventos no mundo inteiro, os esperados festivais de Trance no Brasil estão de volta com força total e por isso, resolvi não ficar de fora, “né”?
Conversando com um grande amigo no final do ano passado, confessamos um ao outro a vontade de vivenciar um festival aqui no Rio, mas eu ainda me sentia insegura com relação a maternar na pista (LOL) e ir apenas como público, sem contar o gasto, né? Contudo, eu já sabia que iria acontecer o Kalachakra em Janeiro de 2022, então, a vontade só foi aumentando, até que esquematizamos a minha ida com o Peppe, o meu amigo e o namorado dele. Seria um excelente suporte! Iríamos de carro e ficaríamos hospedados num hotel fazenda próximo ao local do evento, pois foi o planejamento mais viável no meu ponto de vista materno, hahahahahaha!
Fechamos o hotel fazenda, planejamos todos os custos da viagem, ficamos mega animados e, então, fiz contato com a Colors DJ para expôr que gostaria de redigir uma coluna sobre o festival, nessa pegada “mamãe do Trance”, “rs”. Deu tudo certo e, então, entrei em contato com o Feliso (Fractoy / Misticin) – um dos produtores do Kalachakra e meu parceiro de festivais BR – e propus esta coluna que vocês estão lendo, amigos.
Com as festas de final de ano, os casos de uma nova variante do coronavírus aumentaram, e com isso, os eventos foram sendo adiados, inclusive o tão esperado Kalachakra Festival, que teve a sua nova data para Abril de 2022. Putz!
“Bom, eu iniciei na produção de eventos Psytrance produzindo as minhas festas de aniversário, fazendo um movimento bem bacana, até que surgiu uma oportunidade de produzir um evento na Fazenda do Zé (Fazenda Oriri) e, então, chamei o Feliso. Estávamos no meio da pandemia e começamos a pensar como seria isso, já querendo se posicionar com relação a fazer acontecer o festival, mas tínhamos que esperar o melhor momento. Tivemos dois adiamentos que nos fizeram perder bastante investimento, mas tivemos que confiar muito na ciência durante este processo de 1 ano e 6 meses até o festival acontecer de fato” – comenta Renan Amorim, “Henk” – Produção Kalachakra Festival.
Zé começou a produzir eventos em sua fazenda em 2020, onde conheceu Renan e recebeu o convite para fazer parte da família Kalachakra Festival. A partir de Dezembro de 2020, os três ficaram amigos e iniciaram todo o planejamento para o festival. Com isso, fizeram alguns eventos menores, para o público ir conhecendo o potencial do local onde seria o Kalachakra.
A ideia do nome partiu de Renan, que explicou a sua intenção em dar uma referência ao tempo, de como ele passa diferente quando estamos nessas atmosferas de festival. “O Kalachakra representa vários ciclos de tempo e isso tem a ver com o que estamos vivenciando com a pandemia, a Nova Era e toda essa transmutação mundial” – destaca Renan.
Feliso, que recebeu o convite para participar do projeto já com o nome, afirmou: “É, Kalachakra é um nome de festival beeeeem psicodélico. Cara, eu tive simpatia com o nome desde o início.”
Segundo os meninos, com a pandemia a venda de ingressos foi algo bem complicado, pois deixou o suposto público muito inseguro. A data do carnaval deste ano também foi um fator de risco iminente, fazendo a produção enfrentar vários percalços durante a caminhada, como por exemplo, a logística difícil para levar as equipes de montagem até o local, das pessoas que não puderam chegar para trabalhar por conta de diversos imprevistos, como as chuvas dias antes, sem contar no bem estar das equipes durante o trabalho, como acomodação, alimentação, entre outras.
“Num primeiro momento, quando o festival tinha a data para acontecer em Janeiro, estávamos montando às pressas, chovia muito durante vários dias e isso também atrapalhou o nosso planejamento. O alto índice do vírus no início do ano, que fez a gente alterar a data para Abril, também foi um problema a ser enfrentado. Sem contar as dificuldades que a gente já imaginava” – ressalta Renan Amorim.
Bom, com a nova data para Abril, meu amigo não poderia mais ir e, por isso, procurei viabilizar um outro meio de logística e afins. Foi então que minha amiga-irmã Talita se propôs a me dar um suporte com o meu filho durante o festival, para que eu não perdesse a oportunidade de redigir a coluna e consequentemente, curtir com ela e o meu Peppe uma vivência inédita em nossa cidade. Fiquei feliz! O nome disso é rede de apoio, tá?
Viabilizar a logística de ida e volta com o meu pai (ufa, hahaha!) e a hospedagem na fazenda onde aconteceria o festival, já que sem carro seria complicado ir e voltar para o hotel fazenda, “né”?
Com tudo esquematizado, era só aguardar a data de partida, mas conforme os dias iam passando, o tempo chuvoso ficava cada vez pior e o fato de ir com o meu filho me deixou um pouco apreensiva, pois temia algum tipo de desconforto na vivência dele. Fui mentalizando que o tempo melhorasse e nada, e no dia anterior à partida a chuva só aumentava, rs.
No dia da viagem, acordei bem cedo e vi que o tempo não havia melhorado, então fiz contato com a Talita e conversamos por um tempo, até decidirmos ir no dia seguinte, acreditando que o tempo iria melhorar. Iríamos perder o início do festival, mas tudo bem. E assim foi: no dia seguinte não estava chovendo e, então, partimos com o Peppinho rumo ao Kalachakra Festival.
Durante a viagem pegamos uma baita chuva e novamente fiquei apreensiva. Fiquei mentalizando o sol e, chegando próximo da Fazenda Oriri, o tempo estava abrindo. Pasmem! Graças! Porém, ter visto um carro de polícia na estrada que dava acesso a fazenda do festival me remeteu a um passado distante, da época em que as raves eram embargadas pela polícia. Vivenciei várias! Enquanto isso, íamos nos aproximando e foi estranho não ouvir o som alienígena das caixas laranjinhas Pure Groove ao chegar e, nesse momento, me dei conta do que estava realmente acontecendo: o festival estava sem som! “OMG”!
Depois de esperar tanto tempo para curtir um festival no Rio de Janeiro, fomos impactados com um embargo da polícia, da mesma forma que acontecia no passado. Nunca consegui entender tamanha perseguição das autoridades à cena eletrônica, principalmente aqui no Rio de Janeiro. O tempo passou e nada mudou, pois o preconceito continua relevante, sabe? Até quando seremos discriminados desta forma, como se fossemos arruaceiros doidões que agem sem responsabilidade? A cena Trance merece respeito, pois somos um movimento que respira arte e cultura, com mentes de profissionais brilhantes, artistas incríveis, pessoas conscientes e preocupadas com o futuro do nosso planeta através de viés relacionados à sustentabilidade, redução de danos e igualdade de gênero, por exemplo. É um movimento muito singular, onde você faz amigos num piscar de olhos, compartilha com a verdade do seu coração num grupo de pessoas com ideais que se conectam e fazem a roda da vida girar por um propósito maior. Por isso que é tão incrível!
Estamos em 2022 e percebo que muitas mentalidades ainda não despertaram, pois se fecharam na bolha da ignorância, ditando regras sem embasamento real dos fatos. Peguem a visão, autoridades!!!!!!!
Enquanto aguardávamos ansiosos pela volta do som, nos acomodamos em casa. Fomos recebidos com imenso carinho pelo Renan, que é um amigo querido de longas, das épocas das raves de 2007 e, depois de tanto tempo, foi interessante observar que aquele menino que curtia as festas “das antigas” estava ali se doando de corpo e alma pelo nosso movimento. Percebi um Renan mais amadurecido, engajado e bastante preocupado no momento, por causa da questão das autoridades, “rs”.
Tivemos o imenso prazer de conhecermos de perto a Patrícia e o Sr. Beto, que nos acomodaram com uma hospitalidade típica de família e isso me deixou segura com o meu filho. Poxa! Minha eterna gratidão a vocês, por todo carinho e acolhimento conosco.
“A primeira vez eu me assustei, por causa dos cabelinhos assim, às vezes tem uns grandão. Mas, aí, você conversa com um, conversa com outro e são pessoas tão calmas, sabe? Aquela imagem não tem nada a ver com o que a pessoa é por dentro. Foi assim que eu comecei a gostar do pessoal e, hoje, eu levanto a bandeira quando as pessoas falam contra e digo: olha, vocês precisam ir conhecer, pois doidos somos nós, “tá”?
Você vai num forró, vai num sertanejo ou festa agropecuária igual tem aqui, é tiro, é briga. Todas essas festas que tiveram aqui eu nunca ouvi dizer que teve uma briga. Aqui todos estão trabalhando para o bem e nós, pai e mãe, estamos aqui para “tampar os buracos”, como por exemplo: vinha uma pessoa para cozinhar que não pode chegar e, aí, entrou a mãe. Tem também as amizades que a gente vem fazendo, sabe? Conhecemos tantas pessoas boas, passamos a ter mais contato, as nossas amizades passaram a ser outras. Já fizemos 4 festas aqui, menina!
A gente aqui gosta de receber, oferecer um café, oferecer um almoço. Tem um pessoal que chega aqui e a gente já convida pra um café, “rs”.
Neste bambuzal da pista, fomos eu e meu marido que limpamos. Um dia conversando, porque o meu filho estava fazendo uma festinha pequena lá embaixo e a gente sempre falava pra fazer aqui, que era mais perto da casa. Aí, nós chegamos e começamos a limpar. Quando ele chegou estava tudo limpinho. E depois forrar com uma areia branca. Ficou lindo!
Minha mãe sempre me dizia: “se a gente não tratar bem uma pessoa dentro da nossa casa, a energia da casa fica péssima, com um peso negativo. Por mais que você não goste da pessoa, é importante tratar bem. E por incrível que pareça, as pessoas quando voltam aqui me procuram. Eu fico tão feliz” – explica Patrícia – Proprietária da Fazenda Oriri e mãe do Zé.
Peppe ficou encantando com o local e já quis sair correndo pela fazenda atrás dos cavalos. Pegou a reta da estradinha de chão e eu que lutei atrás dele, “hahaahahahahaha”! Foi tão bom ver meu filho interagindo bem com toda a atmosfera que envolve o festival, brincando na natureza mágica, admirando aquele lago incrível, feliz da vida! E eu, mais ainda! Detalhe que a casa estava cheia de brinquedos, ou seja: Peppinho se fartou! Se apaixonou por um caminhão caçamba que era do Zé quando criança e não queria largar. E depois tiveram os dinossauros. Eram vários deles, “ahahahahahahaha”! Confesso que foi um alívio poder contar com os brinquedos que estavam guardados com tanto carinho durante anos. Atrelado a um certo medo, né? Peppe é daqueles que brinca até quebrar. Socorrooo! Mas, deu tudo certo, ufaaa!
Voltando à questão do embargo momentâneo, só posso dizer que o espírito da resistência psicodélica que sempre nos acompanhou não iria falhar desta vez e passado algumas horas, após um esplêndido pôr do sol, o som voltou! Foi como respirar profundo depois de um breve “afogamento” num mar agitado. Que sentimento bom poder ouvir um som de qualidade depois de tanto esperar, e, isso foi real para todos que estavam ali. Agora sim: como é bom estar de volta!!
Chegar na pista principal (nomeada Para-Tempo) e poder admirar um solo sagrado completamente natural foi de arrepiar. Os bambus e o chão de areia fizeram um cenário bem característico de ritual psicodélico, proporcionando a sensação lisérgica que move um festival, agindo diretamente nas nossas entranhas. Os galhos predominaram na decoração do palco, nos aproximando do conceito sustentável que é bastante utilizado no Trance, atrelado a sinestesia noturna das projeções mapeadas e os portais de String Art. Foi lindo de viver e digo com a máxima da minha verdade: até o Peppe curtiu!
“O palco da pista principal foi totalmente freestyle. Eu tinha a ideia do festival com uma paleta de cores, mas não fiz um projeto. Chegando lá junto com o meu irmão Breno, vimos a oferta de materiais e deixamos a intuição tomar conta e isso é o mais louco! Como a engrenagem começa a girar e tu “gira” junto com ela. E foi lindo tudo, a sintonia que o festival proporcionou, as artes” – Yan de Aguiar, responsável pela estrutura do palco principal e praça de alimentação.
É tão potente a psicodelia existente na natureza, “né”? Pude sentir isso no Kalachakra. A pista alternativa seguiu na mesma linha do conceito natural, numa pegada mais leve e com aquele cenário do lago mágico atrás de um palco que remetia a sensação de estar em “As crônicas de Nárnia”! Uau! Mandou muito bem, “hein”, Zéh do Cogumelo! Te admiro, amigo querido, desde os tempos de Ressonar Festival, na Cratera Lunar, lembra? Ah, que saudade da Chapada Diamantina (BA), Terra Mãe do nosso Brasil, onde eu pude encontrar inúmeras vezes o Feliso, por mais distante que fosse o local, né amigo? Naquela maresia boa de Moreré também. “haahhaaha”!
O Trance é um movimento de resistência produzido com muito esforço, pois se mantém em sua maioria sem patrocínio e sobrevive da aceitação de seu público, que compra os ingressos e vive toda aquela experiência, fazendo a economia do evento girar. Uma primeira edição é feita com um custo bem reduzido, pouca experiência e mil adversidades, mas isso não tirou a magia dos cenários propostos pelos meninos da produção e a galera que construiu as estruturas. Foi providencial utilizar a matéria prima local, reforçando todo o sentido do movimento Trance e seus viés.
“Um fator muito marcante é que apesar do Feliso ser um artista que está rodando vários eventos Trance e o Renan já curtir como público há bastante tempo, nós não temos uma vasta experiência como produtores de eventos. Nós três somos novos nisso. Eu mesmo iniciei há 2 anos” – José Carlos Campos Ribeiro Neto, “Zé” – Produção Kalachakra Festival.
“Com todos os adiamentos e cancelamentos durante todo o processo de produção, foi muito difícil manter o foco. No final das contas, foi 1 ano e meio nesse turbilhão de emoções” – explica Luiz Felipe Filho, “Feliso” – Produção Kalachakra Festival.
Ter a oportunidade de iniciar o Peppe num festival de Dark (com direito a vários LIVES BR) foi muito gratificante, pois é uma das vertentes que mais tocam o meu coração psicodélico. Real! E que line up, caros amigos! Que line up fino!
Com um bom abafador de ruído nos ouvidos, Peppe curtiu muito a pista principal por conta da decoração e durante o dia ele dançou bastante, principalmente ao som do graaaaande Kadum e, também, na pista alternativa, onde por vezes dormiu embalado pela ambiência leve da música, onde predominou a música brasileira. Durante a apresentação da DJ Dani Ohm, meu filho ficou hipnotizado, fato que me deixou super emocionada e grata ao universo pela experiência tão incrível!
Não menos importante, gostaria de deixar um salve para o querido amigo e DJ Moskito, que me fez cantar e dançar clássicos de forró beeeeeem raiz. Eu amooo! Foi “mara”, amigoooo!!!!!!!
“Eu estava morando no Vietnã há alguns anos e voltei para o Brasil recentemente para rever a minha família e passar uma temporada, mas acabou que eu fui ficando, “né”? Bom, eu já estava estudando produção musical há algum tempo, mas ainda não tinha tocado aqui no Brasil, então pensei: “ah, quero achar um lugar para tocar a minha música”, mas eu não sabia o que estava acontecendo por aqui, com relação aos festivais. Fui para São Thomé das Letras (MG), e comecei a tocar e saber onde estavam rolando os eventos, e, foi assim que eu conheci o Leo, que me apresentou o Kalachakra Festival. Fiquei um pouco insegura, pois não sabia como eu faria para ir, “né”? Bom, o Leo organizou tudo e por isso estou aqui.
Eu olhei aquele palco e pensei: Nossa, eu amo natureza, um lugar paradisíaco e essa conexão raiz com a música, bem da terra mesmo. Pensei: “aqui é o meu espaço, o meu lugar.”
Eu havia preparado várias músicas para o meu set ser tocado no final de tarde, com o pôr do sol, pois classifico as músicas de acordo com a luz, então, como mudou o horário da minha apresentação para mais cedo, eu alterei todo o set, para um som mais de luz do dia, tocando tracks de aproximadamente uns 30 países, com essa ideia de trazer músicas de luz, com base eletrônica e um conceito cultural importante, pois acredito que todas as músicas devem ter algum elemento cultural, ou seja: alguma reza, algum instrumento específico do país, sempre essa vibe bem raiz cultural do local, bem tribal.
Fiquei muito impressionada com o festival, com as construções, com a qualidade das caixas de som, a vibe, o pessoal. Nossa, aquela vibe gostosa, respeitosa. Foi muito legal a recepção da minha música. Eu comecei a ver o pessoal dançando e pensei: olha, está funcionando!” – explica DJ Dani Ohm.
Gente, neste momento da entrevista eu me vi em lágrimas, pois ali eu percebi que tudo tinha dado certo para a experiência com o meu menino Peppe. Ela citou exatamente o momento onde meu filho ficou encantado. Feliz!
Durante a noite, era o momento de ateliê na casa da fazenda, com massinhas, livros de colorir, tintas, lápis de cor, giz de cera e canetinhas, mas fiz questão de levar o Peppe na pista principal noturna, mesmo que um pouquinho, para que ele pudesse ter a vivência por completo, perceber as cores noturnas e sentir a vibração do som. Ele ficou com um pouco de medo da música. Natural, “né”? Mas, valeu a experiência e as noites renderam lindos registros nossos.
Faz tempo que sou amante das madrugadas noturnas e o Kalachakra foi um desafio a ser enfrentado, pois com o Peppinho eu não poderia ficar na pista a perder de vista, degustando cada sonzeira, ficando acordada por muito tempo. Contudo, fiz um planejamento com Talita, para que nós duas pudéssemos curtir um pouco as madrugadas. Na noite de sábado para domingo, tivemos a “Noite da psicodelia feminina”, que foi uma sequência com 3 mulheres incríveis (Keertana – Mato Grosso do Sul / Yara – Venezuela / WitchMind – Espírito Santo), pilotando a nave mãe do festival, levando toda a força do sagrado feminino direto do palco para a Pista Para-Tempo. Incrível, “né”? Consegui pegar a apresentação inteira da Yara (tocando pela primeira vez no Rio de Janeiro), enquanto Talita dormia com o Peppe. Ah, como foi bom poder curtir o som de quem eu sou fã.
“Foi muito bonito, muito familiar, muito mágico. Tudo perfeito, principalmente a atenção da Sra. Patrícia com a comida. Foi muito lindo tocar aqui, com este lugar e as pessoas, o Peppe. “ahahaha!” – Yara – DJ.
Conheci o som desta querida DJ em 2014, enquanto eu produzia o meu primeiro projeto no Trance, o programa de rádio VibeSom, em parceria com o meu grande amigo e o mais novo repórter da Colors DJ, Pedro Campos. Fizemos um episódio sobre as damas do som da noite e Yara era uma das artistas em destaque. Depois disso, tive a oportunidade de entrevistá-la pessoalmente para o meu projeto CONSCIÊNCIA em TRANSE, no Origens Gatherig de 2018, no Rio Grande do Sul e foi a primeira vez que conseguí degustar ao vivo e a cores, “hahahahaha”! Passado todos esses anos, cá estamos no “Hell” de Janeiro ouvindo uma das melhores artistas da cena mundial! Que pessoa simples! E que me confessou ser fã do Peppe pelas redes sociais e ficou feliz de conhecê-lo pessoalmente, “ahahahahah”! Amo! Obrigada pelo carinho, Yara!
“Foi a minha primeira vez tocando no Rio e fiquei muito surpreendida com a reação da pista. Estou muito contente pela oportunidade de pegar a pista com duas mulheres que admiro tanto dentro da nossa cena psicodélica.
Achei o festival muito lindo, dava para notar o sangue de cada um para fazer acontecer. “Tô” absorvendo tudo ainda” – comenta DJ Witchmind.
Foi maravilhoso poder atualizar os meus tímpanos com um sistema de som incrível e um line up de respeito, ah!!!!!!!! Na pista noturna, além do som alienígena da Yara (Katayy Records), consegui desfrutar um pouco do Kamboo (Katayy Records), um dos artistas que vem se destacando cada vez mais, com um estilo de som marcado pela cadência de rituais espirituais sagrados. Xamanismo puro, gente!
O Cerrado BR também esteve presente, com artistas da Resina Records comandando as pickups da pista Para–Tempo. Salve, salve Metatron e a querida amiga de quarto Keertana!!!!!! Degustei da cama e foi difícil dormir, “tá” gente?
Não posso deixar de citar o som de um dos anfitriões, “né”? Fractoy mandou ver com seus elementos sonoros borbulhantes, que me levaram a uma viagem fora da matrix. Eu amo!!!!!!!
“Cara, foi muito foda tocar aqui. Foi um combo de coisas, sabe? Fui muito bem recebida desde a hora que eu cheguei, as pessoas emanaram uma energia muito boa comigo, foi a maior vibe, então na hora de tocar foi uma explosão, sabe? Já estava tudo muito bom, aí eu toquei e ficou perfeito, “hahahaha”, com a galera respondendo muito bem, conectados com o som, tanto que, em alguns momentos, eu percebi as pessoas dançando na mesma frequência. Foi uma experiência muito foda” – DJ Keertana.
Eu tentei ficar na pista para ouvir o som insano dos meninos Dark Notes (os fundadores da Katayy Records, SP), pois me identifico com as suas melodias harmônicas bem arranjadas e sempre gostei de usá-las em meus produtos audiovisuais, mas, quando ia começar a apresentação, Peppe apareceu na pista com Talita pedindo “mamãe”, então fui ficar com ele no quentinho do quarto. Ossos do ofício materno, viram? Contudo, consegui curtir deitada no quarto mesmo, pois dava para ouvir o som que vinha da pista. E foi essa a canção de ninar de sexta! “Hauhahauhauaauhauhauaahu, lol”!
“Para pensar no line up, a gente pensa com a realidade do que podemos pagar a cada um e, naquele momento, foi muito bom poder contar com a parceria de todos os artistas, com relação aos cachês negociados” – Renan Amorim, “Henk” – Produção Kalachakra Festival.
De maneira geral, a minha experiência com o meu filho foi intensa, no sentido de viver algo novo para nós. Para ele, estar num festival foi como brincar num verdadeiro parquinho psicodélico musical, com tios e tias dançantes, lago para nadar e aquela música que fazia o seu corpo vibrar. Os olhinhos de curiosidade diziam tudo! E para essa mãe iniciante que vos fala foi um alívio, “né”? “Hahahaahahah”! Imagina se ele não tivesse curtido? Mas, a experiência superou todas as minhas expectativas. Foi de extrema importância poder contar com o suporte da minha amiga Talita, sabe? Obrigada, minha amiga! Rede de apoio é tudo na maternidade, pois uma criança demanda uma rotina diária, sem fim e conseguir dar conta do recado num festival não é fácil, pois ali não é o local de costume da criança, então, tudo é novidade. A cada descoberta Giuseppe foi sentindo que aquele espaço também faz parte da sua vida e com o passar dos dias ele foi se soltando por completo, tanto que fez amizade com as galinhas, cavalos e éguas, além de interagir com as demais crianças que estavam no festival, como a Nina e a Mabel, a duplinha do barulho, principalmente nas madrugadas, melhor dizendo: levadas! “ahahahha”! A cachorrinha da fazenda não era muito amigável, então, o contato foi menor. Mas, até que ele tentou, “hahahaahah”!
E o que foi a caça aos ovos de Páscoa na tarde de domingo, amigos? Nossa, eu e Peppe nos divertimos demais nas andanças intermináveis pelas montanhas da fazenda, que terminou com uma flauta para cada criança e muitos ovinhos deliciosos sendo degustados na pista alternativa. Foi muito “mara” toda magia deste lindo dia! Obrigada pela maratona, Coelho Flautista! “LOL”
Ah, como não citar todo o carinho da Patrícia e do Sr. Beto conosco, principalmente com o meu filho. Obrigada por liberaram os brinquedos retrôs que estavam guardados com tanto carinho, “hahahahaaha”! Me fez lembrar meus pais com tamanho cuidado. Pat ficou super sobrecarregada com a alimentação (almoço e janta) do festival, já que as pessoas que iriam cozinhar não puderam chegar por conta dos imprevistos dias antes do Kalachakra. A praça de alimentação teve que ser improvisada por conta das chuvas e por isso, oferecia poucas opções, não funcionava 24h, e isso foi uma adversidade enorme a ser enfrentada pela produção. Pat, então, teve que preparar almoço e janta sozinha durante todos os dias, para todas as pessoas que estavam ali, seja trabalhando, seja como público. Punk, “tá”? Acompanhei de perto a missão árdua e percebi a mãe do Zé full time descascando legumes, cortando carnes, lavando mil e umas panelas e afins, indo dormir tarde e acordando super cedo, lidando com a ignorância de uma minoria que queria tudo de imediato (“AFF”!), ou seja, operação MIL GRAU! E, no meio disso tudo, ainda tirava um tempo para cuidar e conversar com a gente. De quebra, servia um bom café fresco, pão e biscoitos. Na moral, isso não tem preço!
“Os meus melhores momentos no festival provavelmente foram dentro da casa, comendo um pãozinho com a Patrícia, junto com vocês. Foi maravilhoso” – Luiz Felipe Filho, “Feliso” – Produção Kalachakra Festival.
“A mãe do Zé (Patrícia) foi a pessoa chave na solução pra isso se desenvolver da melhor forma. A equipe que iria trabalhar na cozinha com todos os equipamentos necessários não conseguiu chegar no evento devido ao temporal e, por isso, ela cuidou dessa parte praticamente sozinha, ficando super sobrecarregada. A praça de alimentação (que seria em frente ao lago da pista alternativa) foi completamente destruída com a chuva que rolou antes do festival acontecer e, por isso improvisamos uma alimentação na pista Para-Tempo” – Renan Amorim.
Apesar de todas as adversidades, os meninos me contaram que viram poucas pessoas reclamando. Pelo contrário, o Kalachakra foi visto como um movimento de pura resistência no Rio de Janeiro. Yeahhh!
“Pra todo mundo eu perguntava: E aí, foi maneiro pra você? A experiência foi legal? Você curtiu? Fala a real, mano.”
Eu fiquei surpreso de como a galera curtiu! O meu esforço para tentar tirar esse peso de quem foi para viver uma experiência ali foi muito positivo! Pessoas falando que foi o melhor festival da vida, algumas frases que me faziam refletir, tipo: “que isso, mano, foi o mesmo festival que a gente viveu??? Tsc, tsc.”
Acontece que nós três ficamos tão sobrecarregados, passamos por tantos percalços do início ao fim (inclusive agora), todo este perrengue fez a gente não conseguir saborear tanto a parte maneira, a parte foda do que a gente fez, sabe?
Meu amigo Newton me falou: “Feliso, você realizou o seu sonho. Você fez um festival de Dark no Rio de Janeiro! Não é possível que você não esteja satisfeito, não esteja com uma certa alegria.”
Agora, com a poeira baixando, estamos começando a entender isso. Assistindo aos vídeos, olhando de fora eu ia querer me jogar neste festival, “tá” ligado?” – Luiz Felipe Filho, “Feliso”.
Segundo os meninos, eles ainda estão reverberando os prejuízos do festival. Não é só o fato de produzir um evento dar muito trabalho, mas lidar com todas as adversidades, principalmente a falta de resposta necessária para poder pagar tudo. Foi perrengue atrás de perrengue! Contudo, eles entendem que produzir eventos de Psytrance é um investimento a longo prazo e que criaram um movimento onde as pessoas viram que é verdadeiro, de pura doação. Aquele período crítico pós festival está passando, pois conseguiram sobreviver. Ufa! E me contaram que vai rolar a segunda edição, sem sombra de dúvidas, corrigindo os problemas da melhor forma, com uma entrega cada vez maior. Neste momento, estão debatendo sobre a próxima data e a questão da duração do festival. Talvez diminuir um pouco, fazer um evento de 3 dias. No próximo Kalachakra estão até estudando a possibilidade de ter um espaço com atividades infantis, como oficinas, brincadeiras e tudo que envolve o universo infantil. Opa, eu e Peppe somos presença confirmada então! “Woohoo”!
“O objetivo final nós conseguimos, que foi proporcionar uma experiência marcante para as pessoas. Elas saíram do festival felizes, realizadas e isso é que vai fazer o Kalachakra perpetuar!” – Renan Amorim, “Henk”.
“O Kalachakra chegou num momento da minha vida que fez eu ter muito mais amigos do Psytrance no meu dia a dia, além de uma transformação pessoal, melhor dizendo: um divisor de águas, não apenas para mim, mas para Renan e Feliso também. Pude inserir a minha família nesta nova aba da minha vida que é a produção de eventos como o Kalachakra. Desde o início, teve este intuito familiar, embrionário, que faz total diferença na hora de produzir um evento. O Kalachakra chegou e hoje faz parte da minha vida como tantas outras coisas que eu dou valor. Não é um negócio a ser feito, uma oportunidade de ganhar dinheiro. Não! Mudou a minha vida em mais de 50%. A família só aumentou!” – comenta José Carlos Campos Ribeiro Neto, “Zé” – Produção Kalachakra Festival.
“O Trance tem este poder de deixar bons valores e ajudar a moldar a personalidade da pessoa” – Renan Amorim, “Henk”.
“O que eu acho mais legal é que o Kalachakra cumpriu o papel principal dele, que é proporcionar uma vivência que só um festival traz. Até mesmo um perrengue ou outro que você pode passar, faz parte deste tipo de vivência, sabe? As pessoas que você tem a oportunidade de conhecer, a oportunidade de se conectar consigo mesmo, com a natureza e com a música, que te dão a oportunidade de ser uma experiência transformadora. Não que seja para todas as pessoas, mas eu tenho a convicção de que se a pessoa está aberta para este tipo de experiência que nos transforma, ela sente isso. E esse é o papel mais importante de um festival. Para mim, é muito especial a constatação de que isso aconteceu porque eu sou uma pessoa que foi moldada por festivais. Quando comecei a frequentar eu era outra pessoa. Eu tive uma transformação de vida, como de olhar certos valores e as prioridades que mudaram muito. Eu, particularmente, gosto muito mais da minha versão atual, depois de ter vivido todas essas experiências em festivais. Não que seja uma questão de ser mais evoluído, mas é algo que fez muito bem para a minha alma, entender que existe um mundo onde as pessoas estão mais abertas, principalmente para sorrir, para abraçar, para se conectar com valores mais humanos e para respeitar as diferenças. Para toda a minha história de uma vida dedicada praticamente a isso, ter essa constatação de que a gente fez a parada acontecer, que a gente conseguiu proporcionar esse bem estar para alguém, é muito gratificante! Foi um baita aprendizado, tanto as partes boas quanto as partes ruins, pois hoje somos pessoas mais preparadas para tanta coisa depois desta experiência, sem sombra de dúvidas” – explica Luiz Felipe Filho.
“Como ninguém consegue nada sozinho, o Kalachakra só aconteceu por conta da união de muitas pessoas que estavam e ainda estão envolvidas, acreditaram no sonho e fizeram acontecer. Foram muitas adversidades a serem enfrentadas até a gente conseguir conversar abertamente sobre. Eu, Renan e Feliso estamos apenas representando uma grande família que se dedicou para que o evento acontecesse, abdicando de diversas coisas para se dedicar ao Kalachakra. Com isso, a gente foi se fortalecendo, se adequando, um ajudando o outro a amadurecer. Subi vários degraus da escada da vida após vivenciar essa experiência com eles e, de certa forma, este bate papo está trazendo uma sensação muito boa ao falar do Kalachakra. Ter externado as nossas vivências e expectativas, coisas que as pessoas não sabem” – José Carlos Campos Ribeiro Neto, “Zé”.
“O Kalachakra Festival me proporcionou um despertar muito grande. Desde a virada do ano que estou com uma nova visão de vida, relacionado a estilo e pensamento, e, desde então, coloquei um propósito em tudo que eu faço. No festival, eu pude desenvolver várias visões, tive contato com pessoas que abriram a minha mente. Essa experiência dialoga com várias questões do meu ser, uma conexão de “ponte” na minha vida. Poxa, foi muito especial para mim! Foi uma experiência fantástica poder vivenciar um festival altamente psicodélico cheio de gente linda exalando tanta coisa boa, tão pertinho de casa e da forma que eu fui, acompanhante de Peppe💜! Foi um imenso prazer poder contribuir um pouquinho com esse momento tão especial pra vocês que são tão especiais pra mim! O Kalachakra foi um mix de tanta coisa que não saberia descrever com precisão as palavras. A expressão de amor na pureza das crianças, a vontade que tudo dê certo, a alegria e liberdade de sentir o Trance, nas peças de vida que faltam compreender e as que já estão compreendidas na natureza de tudo. Foi lindo demais! “ – comentou Talita Miguez que fez parte do público do festival.
Por fim, essa mãe que vos fala no home office da madrugada (03:20) encerra afirmando que foi de extrema importância poder estar presente com o Peppinho num festival como o Kalachakra, que representa em gênero, número e grau a resistência psicodélica do Rio de Janeiro. Produzir eventos aqui na “cidade desespero” é muito difícil, sabemos bem! Bato palmas para a produção por todo esforço, e, sou grata pela oportunidade de vivenciar dias tão intensos de magia, com a galera da minha cidade, com muitas pessoas queridas que eu não via há anos. Foi um belo reencontro psicodélico regado a boa música, num imenso paraíso natural que é a Fazenda Oriri. Que bom poder conhecer mais um lugar tão lindo!
Guardarei para sempre os momentos felizes com o meu filho e amigos de longas datas, neste espaço tempo onde todos temos ideais em comum e como isso representa a força do Psytrance em nossas vidas. Sou grata!
Vida longa ao Kalachakra Festival e um muito obrigado aos meninos que me receberam tão bem. Seguimos juntos nesta longa caminhada árdua da vida, mas também cheia de belezas, fazendo acontecer o movimento Trance brasileiro.
Somos do Rio de Janeiro e temos orgulho de resistir aqui e em qualquer lugar deste mundo. Sempre!
Vida longa ao Psytrance BR!
Para o alto. E AVANTE, Kalachakra Festival!
E até a próxima, Colors!
Produção:
José Carlos Campos Ribeiro Neto (Zé) – @produtora_oriri / Luiz Felipe Filho (Feliso) – @fractoy / Renan Amorim (Henk) – @renk_renan
Equipes de estrutura e montagem / decor
Palco Principal e Praça de Alimentação:
Yan de Aguiar – @arborigene_arvores / Breno Suni – @brenosuni / Leonardo Miranda – @geometricbioestrutura / Pedro – @pedrommai_
Pista Alternativa:
Emerson Cestari (Zeh do Cogumelo) – @biofeelings_eco / @mushss.art
String Art:
Welder Mendes – @wellvisionstringart
Vídeo Mapping:
Gustavo – @gusta.visuals
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