Eu tenho um problema chamado inconstância.
Não sei se tem relação com minha lua em gêmeos, ou se é um traço da minha personalidade, ou consequência da minha bipolaridade, mas cada semana eu sinto um troço diferente. E digo isso em tudo! Uma semana estou gostando de uma menina, na outra já não estou mais, uma semana estou super animada querendo fazer exercícios e na outra só quero dormir, numa semana eu me alimento super bem, na outra eu só como besteira, e por aí vai.
Não podemos negligenciar que estamos no meio de uma pandemia, e isso tem afetado a saúde mental de muita gente. Estamos sim mais inconstantes que o normal, tendo dias em que nosso astral está lá em cima e outros em que a vontade é de não sair da cama.
Rilke escreveu que nenhum sentimento é definitivo. E eu acredito muito nisso porque a vida é impermanente. Nem sabemos se estaremos vivas amanhã. A sociedade também joga na gente milhares de informações diariamente que mexem com nosso psicológico e maneira de encarar a vida. Para lidar com isso, minha terapeuta sempre me pergunta: como você está se sentindo? Essa é uma pergunta muito válida, parece simples, mas não é. Ajuda muito parar e avaliar porque estamos inconstantes, porque estamos desse jeito naquele dia, se a sensação que estamos tendo é boa ou ruim. Para poder então fazer uma coisa chamada escolha.
Você tem o poder sobre você mesma de fazer suas próprias escolhas. Se sua sensação é ruim, você tem a escolha de mudar seu padrão de vida. Por exemplo, se eu não me sinto bem porque não estou fazendo exercícios e me alimentando bem, eu tenho a escolha de continuar assim ou mudar. Falo isso porque de fato somos inconstantes, a maioria das pessoas pelo menos, e nesses altos e baixos cabe a nós escolher onde queremos permanecer. Você vai ter altos e baixos, isso é inevitável, mas onde você quer permanecer é uma escolha sua.
Em qual cadeira você quer sentar-se? É simples. Existem várias cadeiras e nelas estão suas escolhas e responsabilidades, mas a questão aqui é que não dá para você pular etapas, tem que ir mudando de cadeira conforme for evoluindo naquilo que você quer.
Quando escuto isso da minha terapeuta dói porque assumir responsabilidades não é fácil, é muito mais fácil culpar o universo.
Está tudo bem não estar bem. Está tudo bem estar embaixo. Mas se por acaso você não conseguir sair disso sozinha, busque ajuda! Você não precisa fazer tudo sozinha. Você pode buscar um familiar, amigo, terapia, quem quer que seja que possa te ajudar. Eu só estou aqui conseguindo falar sobre isso porque tenho ajuda para me reerguer sempre que estou caída.
É impossível estar bem sempre! Mas é possível querer ficar bem! Esse é o primeiro passo.