COLUNA | “Respeitem a bagagem cultural da música eletrônica”

O ser humano vive em uma constante evolução e levando consigo todas suas criações nessa procura pelo desenvolvimento. Com a música, não poderia ser diferente! Com o passar dos anos, novas sonoridades vão aparecendo. Referências que antes eram consideradas high fashion caem no mainstream que com o tempo vão saturando e perdendo sua força, abrindo espaço para que novos conceitos entrem em ascensão. 

Vemos isso de forma muito clara fazendo uma pequena análise sobre a evolução da House Music, que começou nos anos 70 com a era da Disco Music e alguns anos a frente, a partir da evolução de recursos eletrônicos, ganhou seu próprio espaço e nome que se mantém sólido até os dias atuais e carrega toda uma bagagem histórica. 

Imagem da entrada do lendário clube The Warehouse, considerado o pioneiro desse estilo e contribuinte para a criação do nome e identidade da House Music - Fonte desconhecida.

Se eu for citar todas as vertentes criadas após o House dos anos 80 e tendo ele como base esse parágrafo ficaria demasiadamente cansativo, mas citando alguns exemplos vemos o Deep House, Tech House, Funky House, Acid House, Techno, entre muitas outras.

Porém tenho percebido que a geração mais atual de DJs e produtores, com o crescimento de estilos como por exemplo Bass House, Progressive House ou EDM, costumam por muitas vezes desmerecer a carga histórica da boa e velha House Music. Observando também o público alvo desses produtores que costumam apresentar uma certa dificuldade em aceitar um som visto como “mais antigo”, sem levar em conta que a história da música eletrônica vem se construindo desde os anos 70. Precisamos entender que se hoje contamos com uma gama de estilos para todos os gostos é porque no passado aconteceu uma revolução sonora. 

Imagem do interior do clube The Warehouse, Fonte desconhecida.

Creio que nós da nova geração precisamos respeitar o processo evolutivo do som eletrônico sem desprezar ou ignorar de onde vem suas raízes. Não podemos negligenciar a força de artistas que pavimentaram a estrada para chegarmos onde estamos hoje e que sempre estará em constante aperfeiçoamento. 

Buscar a origem e todo o processo de desenvolvimento da música eletrônica é mais que essencial para os amantes dela. Para que possamos entender de onde saímos e para onde vamos. 

Imagem de uma placa da Prefeitura de Chicago que renomeou um trecho da Rua Jefferson Street, próxima do local da antiga Warehouse como Rua Frankie Knuckles “O padrinho da House Music - Fonte desconhecida.

Fico muito feliz que vários artistas atuais tenham percebido a necessidade de reafirmar seus predecessores e tentando de variadas formas inserir essa história em suas produções atuais. Como citei em outra matéria, a busca por referências “oitentistas” tem se tornado cada vez mais frequente e levando de certa forma ao público um pouco de conhecimento dessa história tão linda de elevação e resistência do underground dos clubes de Chicago e Detroit de 40 anos atrás. 

Não podemos esquecer ou negligenciar esse enredo de avanço e aperfeiçoamento. A música evolui, mas suas raízes serão eternas!

Compartilhe:
Instagram
Para Você

Posts Relacionados

NOVIDADES | DJ Glen cria primeiro remix eletrônico da trilha da Corrida Integração para a Rede Globo de Campinas, EPTV

Artista foi um dos selecionados para produzir um remix da famosa música-tema da mais tradicional corrida de rua do interior de São Paulo, que está entrando em sua 40ª edição Reconhecido

LANÇAMENTOS | InntRaw transforma hit do NSYNC em tech house vibrante pela Repopulate Mars de Lee Foss

Nascida despretensiosamente, “Bye Bye Bye” chegou às plataformas nesta sexta-feira Depois de conquistar o topo do Beatport com o hit “Stephanie”, o DJ e produtor brasileiro InntRaw segue expandindo sua

LANÇAMENTOS | BINARYH lança “Hozho Naasha” pela Captive Soul: melódico que conecta som e alma

Inspirado em conceito Navajo, novo single do duo brasileiro chega às plataformas em 9 de maio no selo de Korolova Hoje (9/5), o duo brasileiro BINARYH lança Hozho Naasha, seu novo single

MATÉRIA | A BATIDA QUE ATRAVESSA DESERTOS E OCEANOS: Bragyptian e a conexão entre Egito, Dubai e Brasil

Num mundo onde a música eletrônica muitas vezes se prende a fórmulas, Bragyptian surge dos desertos do Egito. Hoje entre Brasil e Dubai, o artista constroi sua identidade sonora como

COLUNA | COM QUE TEMA EU VOU?

Você pode ter o look pronto, o ingresso comprado e até o leque bordado com strass. Mas me responde com sinceridade: você sabe por que vai pra essa festa? Estamos