COLUNA | AMORES E CORES: LUAN E PABLO

Luan levou a mão esquerda aos olhos.  

E sentiu o sol tatear seu dorso.

O céu dourado através dos dedos.

Uma energia nova por todo corpo.

 

As ondas dissolviam doces na areia rosa.

O mar calmo, um verdadeiro contraste. 

O coração pulsando forte, música e arte.

Sua timidez o deixava tonto em desgaste.

 

Pablo, um amigo gentil e de sorriso fácil.

Daquelas pessoas especiais de próprio brilho.

Sua pele morena de sal, areia, tão lindo.

Sua alma afetuosa para Luan o gatilho.

 

Os dois estudaram na mesma escola.

E estavam desencorajados da adulta vida.

Pablo do serviço desencontrado, um surfista.

Luan o artista sonhador, um desenhista.

 

Mas voltemos à praia para o esperado clímax.

Quando tudo aconteceu num sopro de rima. 

Os seus olhos enamorados e Pablo já em cima.

A camisa do Luan na areia, peitoral exposto, sua sina.

 

O beijo continha sabor de sol e ousadia.

A gargalhada seguida também o tinha.

De onde veio a bravura repentina?

Luan descortinou a cicatriz até então íntima.

 

Era ela o seu orgulho, sua paixão e verdade.

O Luan de sempre, sua essência e masculinidade.

Dois sinais para contínuo lembrar da operação.

Duas marcas no peito para inteirar o coração.

 

Então os dois se deitaram coladinhos e anestesiados. 

O céu ainda mais colorido para o epílogo esperado.

E de mãos dadas flagraram, no alto, pássaros inesperados. 

E imaginaram o cair de flores para coroar os recém namorados.

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