COLUNA | Adorn, um dos destaques do Hard Techno brasileiro, lança novo álbum

Anderson Adorno, que traz em sua identidade a agressividade do Heavy Metal, teve seu primeiro contato com a música através de vertentes do estilo. Como instrumentista, o produtor paulista atuou como baterista em bandas do gênero. Mais tarde, surgiu o interesse pelo Techno e Hard Techno, interesse esse que acabou fisgando o jovem músico, o levando a seguir novos caminhos: surgia assim o projeto Adorn.

Nosso eterno DESTAQUE de 2022 (ganhador do Melhores do Ano da Colors DJ) começou sua carreira em 2019 quando lançou seu primeiro EP “Around on Acid” pela label ucraniana Back in Black Records. O EP entrou para o Top 100 de lançamentos da vertente Peak Time no Beatport. Mais ou menos um ano depois, Adorn lança sua própria label, intitulada Rave Lemon, onde realizou seu primeiro álbum “Holy Rave’’, alcançando notáveis posições como o Top 1,2 e 3 no Itunes da Bélgica.

Hoje, vamos falar de seu mais recente trabalho, o álbum “Kill Out Masterpiece”, lançado no dia 27 de Fevereiro, o álbum é composto por 7 tracks, falaremos um pouco de cada uma, a seguir:

 

Kill Out Masterpiece

A faixa título “Kill Out Masterpiece” tem a missão de abrir o álbum. Temos aqui elementos de industrial, aquele kick and bass reto e imersivo, que geram um transe e sintetizadores, que reproduzem o clássico som do Acid, só que em timbres diferentes. A track reflete sobre a mesmice no mercado de produção musical.

 

As Cold As Hell

“As Cold As Hell traz um groove nas linhas de baixo e destaque para a melodia criada pelos sintetizadores. Elas lembram elementos de trance: é o tipo de track perfeita para ser tocada em um grande festival e tem toda uma atmosfera rave aqui. 

 

Terror By Style

Aqui a estética de “As Cold As Hell” é, diga-se, ‘explorada mais a fundo. Terror By Style” traz melodias envolventes e cheias de energia, é música para pista se acabar. Que construção foda!

 

Lisatheroserot

Somos levados a uma atmosfera mais densa, melodias frenéticas com timbres que lembram elementos futuristas tomam conta, atrelados a linhas de baixo retas e um kick marcante. Essa densidade se torna um pouco mais suave a partir de 3:13 quando uma melodia bem rave entra em cena. A track é sobre uma garota que o Adorn conheceu durante o processo de produção do álbum.

 

Raping, Inside, Me (Tales from Daxy)

Adorn sempre admirou o trabalho do DJ e produtor britânico Dax J. Nessa faixa, Adorn demonstra sua perspectiva sobre a obra do produtor britânico. Somos conduzidos por um grave super energético que transita por melodias envolventes. Sem dúvidas, um dos pontos altos do álbum.

 

School Tried To Kill ’Em All

Aqui temos a presença dos clássicos timbres ácidos. Seria uma mescla de Acid Techno com elementos de Rave? Talvez. A faixa entrega muita intensidade em uma junção de melodias que transitam entre o Acid e o industrial. Adorn conta que essa track é sobre sua época de escola, quando ele e sua mãe ouviam dos professores que ele seria um “loser”(perdedor/vagabundo).

 

Blind, Track The Sun! (Ketamine)

Uma porrada na cara! Esse é o começo de “Blind, Track The Sub! (Ketamine)”. A progressão acontece aos poucos mostrando que a track não é só um som “pesadão”, mas, também, uma melodia que vai fazer a pista dançar até se acabar. Tentem imaginar uma festa em um grande galpão escuro, e a pista indo à loucura ao som dessa obra-prima. Temos aqui uma das melhores faixas de “Kill Out Masterpiece”.

O nome da track é uma referência à Alegoria da Caverna de Platão, uma crítica sobre a falta de busca por conhecimento. Sair da zona de conforto.

“Kill Out Masterpiece” reúne uma série de aprendizados que Adorn experienciou no mundo da música. Vemos o produtor se desafiar, sair da zona de conforto, ousar e atingir resultados, no mínimo, satisfatórios. O álbum está disponível nas plataformas de venda e streaming.

Tiago Jerônimo

Tiago Jerônimo

Chefe de Reportagem, Colunista e Repórter da Cena Clubber

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