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MATÉRIA | Techno: do subúrbio aos grandes clubs europeus

Viajando para Detroit, em 1980, e conhecendo um pouco da origem, história e algumas sub vertentes.

Detroit tem uma história musical muito rica, nos dando não só uma infinidade de artistas e sendo lembrada quando se fala em hip hop, a cidade foi berço de uma grande contribuição para o cenário eletrônico mundial: o techno.

O estilo que hoje predomina nos clubs europeus nasceu em um cenário bem diferente. Por volta de 1980 em meio a graves crises socioeconômicas, os jovens estadunidenses procuravam maneiras de se divertir e se encontrarem naquele estilo que estava prestes a nascer.

Os locais onde a nova forma musical foi definida eram auditórios, galpões e centros de atividades de igrejas. Em 1988 o estilo já tinha muitos admiradores e isso resultou na criação do Music Institute, o club conhecido por ser o primeiro lugar onde podiam curtir longas noites de techno. A casa adotava uma política de proibição de venda de bebidas alcoólicas e era frequentada por jovens negros, gays e em sua maioria menores de idade. O club comandado por Derrick May teve vida curta e sua última noite foi em 1990, não diminuindo sua gigantesca importância para a cena.

Cartão de membro do primeiro club de techno, o Music Institute - Imagens: site Music Origins
Cartão de membro do primeiro club de techno, o Music Institute - Imagens: site Music Origins

Além de May, outros grandes nomes pioneiros do novo estilo foram Juan Atkins e Kevin Saunderson, que produziam músicas caracterizadas pela obscuridade, com formas primitivas, sem vocais e onde o ritmo predominava. Na década de 90 o techno se espalhou sendo uma grande parte dos produtores do Reino Unido e Holanda, rapidamente o estilo ganhou novas influências e se fragmentou, deixando o techno de Detroit como um subgênero e o início de uma nova história no mundo da música eletrônica.

Gary Chandler na fábrica da Packard. Foto: Brian Gillespie. Imagem: Site Red Bull Music Academy.

Uma das sub vertentes que foram criadas foi o Minimal, que é o techno de uma forma mais minimalista. Explora o uso da repetição, do desenvolvimento discreto e tem uma estética simplificada. Uma nova onda de DJs e produtores trabalharam para tornar o estilo mais minimalista como Richie Hawtin, Daniel Bell e Robert Hood.

Também nos anos 90, o projeto Basic Channel, formado pela dupla de produtores Moritiz Von Oswald e Mark Ernestus, foram os criadores do Dub Techno, estilo que incorpora o minimalismo com efeitos de atraso que eram recorrentes na música Dub. O acid techno também surgiu na Europa, a sub vertente é derivada do acid house.

Por fim, no Brasil a variante mais popular é o Tech House, que como o nome sugere, é uma mistura do techno com o house. Ele mistura elementos do deep e minimal com o soulful house para criar um som mais suave, também leva a parte rítmica do techno com os vocais do house, apreciado por quem prefere um ritmo mais introspectivo. Comparado com a house music, o tech house traz uma sofisticação enquanto mantém a personalidade do techno.

Crédito capa: http://ibizaglobal.tv/the-roots-of-techno-music/ 

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