Num mundo onde a música eletrônica muitas vezes se prende a fórmulas, Bragyptian surge dos desertos do Egito. Hoje entre Brasil e Dubai, o artista constroi sua identidade sonora como quem desenha mapas invisíveis entre tradições ancestrais e a pulsação acelerada das pistas contemporâneas.
Também conhecido como Ibra, faz parte de uma geração de artistas que não apenas misturam estilos, mas vivem entre culturas. Ouvir suas faixas é como atravessar um ritual eletrônico em que a espiritualidade árabe encontra sintetizadores modernos, as percussões tribais dialogam com o groove brasileiro e o techno ganha densidade emocional.
Em seus sets e produções, Ibra costura camadas que vão do místico ao clubber, sem perder a elegância de quem entende que a música é uma linguagem universal. Seus lançamentos, já ranqueados entre os Top 100 do Beatport, vêm ganhando apoio de nomes importantes da cena global – mas é na sutileza das atmosferas que ele deixa sua assinatura mais forte.
Com uma trajetória que inclui apresentações em clubes e festivais ao redor do mundo, Bragyptian não é apenas um DJ ou produtor: é também cofundador da Pyramid Waves Records, selo que atua como plataforma para talentos que orbitam entre o Oriente e o Ocidente. Recentemente, a gravadora entrou em sua New Dynasty Era, uma nova fase onde curadoria e identidade visual caminham juntas para reimaginar o futuro da música eletrônica com raízes profundas.

Tempos em que tudo parece rápido demais, há algo de atemporal em sua música – um som que reverbera nos corpos, mas nasce das entranhas da memória coletiva. Uma batida que atravessa desertos e oceanos, e encontra no Brasil o lugar perfeito para florescer.