O acesso à Educação é um dos direitos básicos mais importantes para o desenvolvimento de qualquer cidadão e sua inserção na sociedade. Só através da Educação podemos mudar a nossa realidade e a de muitas pessoas, permitindo que cada sujeito construa a sua autonomia de pensamento e pratique sua cidadania de forma plena, além de estar mais preparado para o mercado de trabalho. Entretanto, as escolas nem sempre são um ambiente acolhedor para muitas pessoas, ainda enfrentamos hoje diversos problemas que vão desde bullying até exclusão. É por isso que se faz tão importante a discussão sobre a inclusão social, para que cada vez mais e mais pessoas tenham um acesso pleno à educação de qualidade.
Um dos assuntos mais abordados hoje na nossa sociedade é a inclusão social pela busca de uma sociedade mais justa que possibilite a todos os cidadãos e cidadãs a oportunidade de acesso a bens e serviços, como saúde, educação, emprego, renda, lazer, cultura, entre outros. Embora pareça um pensamento básico e inato a todos nós seres humanos que vivemos em sociedade, nem sempre funciona dessa forma. Ainda há muito em que avançar quando olhamos para diversas comunidades de indivíduos excluídos do meio social, seja por alguma deficiência física ou mental, cor da pele, orientação sexual, gênero ou poder aquisitivo dentro da sociedade. A inclusão social é o conjunto de medidas direcionadas à integração dessas pessoas, promovendo a igualdade.
Desde 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, discute-se a liberdade e a igualdade entre as pessoas, instaurando o debate acerca da inclusão social que está cada vez mais relevante na sociedade contemporânea – fator que faz com que as pessoas sejam instigadas a abandonarem comportamentos excludentes e discriminatórios. Dessa forma, a inclusão social é importante pois combate a segregação social e viabiliza a democratização de diversos espaços e serviços para aqueles que não possuem acesso a eles. Essas medidas ocorrem através de políticas públicas que são ações temporárias definidas pelo Estado com o propósito de eliminar desigualdades historicamente acumuladas e garantir a igualdade social.
Lembrando que até o final do século XIX, ainda que as mulheres tivessem conquistado o acesso à escola primária, não era permitido frequentar cursos superiores nem o mercado de trabalho, sendo delegadas às funções domésticas. Somente com muita luta do movimento feminista é que as mulheres conquistaram diversos direitos como o voto, o acesso ao ensino superior e consequentemente ao mercado de trabalho. Porém, até hoje as mulheres encontram dificuldades como discriminações em ambientes científicos, sendo desvalidadas por pesquisadores homens ou recebendo menos pelo mesmo serviço. Atualmente, busca-se reconhecer importantes pensadoras, artistas, escritoras e pesquisadoras mulheres que tiveram seu trabalho apagado pela história.
Outro exemplo da importância das políticas públicas na educação, são ações afirmativas como as cotas raciais, que buscam uma reparação histórica e o incentivo do acesso da população negra à universidade. Muitas pessoas que são contra essas ações, por desinformação ou racismo, acreditam que seja uma medida injusta, mas não conseguem refletir sobre seus próprios privilégios e reconhecer a necessidade de inclusão de uma comunidade que por longos períodos da nossa história foi empurrada para a marginalidade e até hoje luta contra violências racistas fortemente presentes em nosso país.
Falta a compreensão de que durante séculos de escravidão, muitas pessoas foram separadas de sua cultura e escravizadas num país desconhecido e, mesmo após a abolição, não receberam nenhuma reparação até hoje. Essas pessoas foram abandonadas na miséria e se estabeleceram nas periferias, enfrentando o racismo e a falta de oportunidades de emprego e acesso às escolas de qualidade. A intenção das cotas raciais seria uma tentativa de incentivar a diversidade dentro das universidades, espaços até pouco tempo atrás majoritariamente brancos.
O ambiente escolar é ainda extremamente hostil a pessoas LGBTQIA+ por não existir acolhimento e integração dos professores e alunos no combate da LGBTfobia dentro das escolas, sendo veemente rebatido por líderes religiosos e familiares que acreditam que as questões de gênero e sexualidade sejam um desvio de caráter, contribuindo para o estabelecimento de um estigma negativo sobre as pessoas LGBTQIA+. A violência e a exclusão sofrida por essas pessoas resulta na evasão escolar e consequentemente na redução de oportunidades, restando apenas a marginalidade e prostituição como única alternativa de sobrevivência. Por esse motivo é necessário repensar a escola para que se crie um ambiente saudável e que acolha crianças e adolescentes LGBTQIA+ de maneira inclusiva.
Outro grupo que sofre exclusão na nossa sociedade são as Pessoas com Deficiência (PCD), que encontram inúmeras dificuldades desde locomoção até comunicação, mas a maior dificuldade parte principalmente da falta do entendimento de sua realidade pelo resto da população, o que faz com que muitas vezes essas pessoas sejam julgadas como incapazes de ter uma vida plena.
A falta de acesso à escola se dá muitas vezes dentro de casa por ignorância da família, porém, dentro da escola também há a necessidade urgente de repensarmos a questão da acessibilidade para a inclusão da Pessoa com Deficiência, pois muitas vezes não há um preparo dos professores, funcionários e da família para integrar o aluno deficiente com os demais colegas, privando essas pessoas de frequentarem o espaço escolar e consequentemente o acesso à educação.
Portanto, é evidente que a inclusão social seja fundamental para a manutenção da democracia, sendo de extrema importância a nossa ação em conjunto na construção de uma sociedade mais justa e, para isso, existem algumas medidas que podem nos auxiliar na inclusão social. São elas: campanhas de conscientização populacional acerca da inclusão e respeito à igualdade a nível municipal, estadual, e federal; reflexões sobre diversidade humana; campanhas sociais que estimulem a contratação de mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+, pessoas com deficiência incluindo cargos de liderança; aumentar a representação das mulheres, negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência na política; humanizar todo indivíduo independentemente das diferenças sociais. Lutar por uma sociedade inclusiva é o nosso DEVER enquanto cidadãos e cidadãs!
JUNTES por mais RESPEITO!
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