Opinião | Os cuidados necessários dos colunistas cisgêneros

Além de cuidar bem da saúde própria, para poder ter condições dignas de escrever de forma boa e notória, a cisgeneridade, bem como a branquitude e todos os lugares sociopolíticos que, numa condição política-hierárquica, são melhormente privilegiados, há a necessidade de cuidados pormenores quando se refere a existências marginalizadas.

Travestys, homossexuais, bissexuais, poligâmicos assumidos, pessoas intersexo, assexuais e todas as pecualiridades existenciais. Me refiro a estas. Com o advento da academia como base sociopolítica do “CIStema” (creio que desde a criação da mesma, rs), essa necessidade de encaixotar questões e/ou pessoas em siglas alfabéticas se tornou algo comum. Antigamente eram referentes a questões de trabalho, questões profissionais, termos acadêmicos. Conforme os tempos se modernizaram, pessoas entraram no meio de forma latente, até.

Com isso, a síndrome que chamo a do “pesquisador acadêmico” (pesquisador o qual normalmente é cisgênero e branco, caso haja levantamento de números reais no decorrer dos anos) se tornou desde do início da Era de Aquário (2010) até hoje algo bem comum. Um acadêmico pesquisa sociológica, filosófica, politicamente para entender grupos que diferem de uma representatividade própria. Tudo que foge da heterossexualidade, branquitude, ancestralidade europeia, cisgeneridade, às vezes até da própria colonialidade é alvo de estudo.

E isso também afeta os colunistas da Colors DJ Magazine, não nos enganemos. Existem bastantes que carregam essa síndrome sem às vezes nem perceber e a proposta da revista é realmente ser colorida, chamar diversos tipos de colunistas de diversos grupos sociopolíticos e dar voz a cada um deles. “Então qual a solução, para quem no caso vê isso como uma problemática, Kukua?”

O cuidado quando se quer referir a existências que não têm as mesmas peculiaridades que a sua mesma, por exemplo. Se uma pessoa branca quer falar sobre pessoas negras, sejam estas DJs ou não, é interessante que haja um contato com uma pessoa negra vindo da pessoa branca referente à parte da referência. O mesmo deve ocorrer quando a cisgeneridade quer falar da travestilidade, da intersexualidade. Ou quando a heterossexualidade quer falar da homossexualidade, bissexualidade, pan, a, polissexualidade e afins. Esse cuidado pormenor supracitado evita desavenças, chateações, referências chulas ou até pobres as quais às vezes nem foram criadas com a intenção de serem como tal.

Enkantada, Kukua Dada

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{https://colorsdj.com/coluna-barbara-anastacio-08/}

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