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ÍCONE | CLAUDINHO BRASIL: Pioneiro da mais pura expressão da brasilidade no psytrance

O artista Ícone deste mês possui em si e no seu trabalho a mais pura expressão da brasilidade no Psytrance, produzida de um jeito único. Ele que percorre o mundo e não para de ganhar visibilidade por sua essência e originalidade. É com muita honra que convidamos para compor esta edição: Claudinho Brasil

Nascido em Curitiba-PR, hoje com 43 anos, o artista Claudinho Brasil é referência nacional e internacional pelo seu jeito único e abrasileirado de produzir o Psytrance. “Eu naturalmente fui criando, junto com outros produtores brasileiros, uma vertente mais “brazuca” do Psytrance, que é um Prog mais dançante, alguns chamam de Brazilian Prog, eu gosto de chamar também de Poptrance (que inclusive é o nome da minha gravadora), que eu tenho muito orgulho de fazer parte”, comenta o artista.

Rock in Rio 2019. Foto:@lorrannascimento.ph.

Já com 25 anos de carreira profissional, 17 deles dedicados à cena Psytrance, ele é um dos grandes nomes da cena nacional de música eletrônica e leva esta cena brasileira para o mundo. Reconhecido internacionalmente, foi, por anos, o único artista da América Latina a se apresentar nos festivais alemães: Airbeat One, Indian Spirit e Psychedelic Circus; e continua se apresentando todos os anos nesses festivais.

Psychedelic Circus. Foto: Divulgação.
Indian Spirit. Foto: Divulgação.

Quem observa a carreira deste artista não imagina que tudo começou ainda na infância, sob influência da sua família, mas principalmente de um tio que o incentivou para o mundo da música ao presenteá-lo com um cavaquinho, que Claudinho aprendeu a tocar rapidamente, e logo deu espaço para o violão e posteriormente para bateria, que possibilitou ao artista ter o primeiro contato com a carreira de músico profissional com sua banda de rock, em que tocou bateria e cantou por 8 anos (de 1997 à 2006).

Claudinho Brasil abraçou a música de forma mais séria e construtiva através dos conselhos do pai. Eu gosto de falar duas frases do meu pai quando conversávamos sobre eu dedicar a minha vida totalmente a música, o meu pai me disse: você não vai viver na festa, você vai viver de festa. E acrescentou: você quer viver mesmo de música? Então vai ter que estudar! A partir daí, eu entendi a importância, relevância e seriedade da minha escolha, e que, se eu quisesse ser bem-sucedido, eu teria que estudar e me dedicar muito, comenta Claudinho.

Rock in Rio 2019. Foto: @lorrannascimento.ph.

A seguir, conferimos um pouco da trajetória deste artista além dos palcos. Ele se formou em Música pela FAP (Faculdade de Artes do Paraná) de 2000 a 2003 onde desenvolveu estudos aprofundados sobre: “A relação dos rituais primitivos com as festas de música eletrônica”. Depois, concluiu dois cursos de Produção Musical na AIMEC (Academia Internacional de Música Eletrônica de Curitiba) e logo se tornou professor da mesma instituição. Em 2007 publicou o livro “A Modernização da Música Primitiva” que o próprio Claudinho Brasil traz a definição para nós: “Tem tudo a ver com as festas Rave, que resgatam dos rituais primitivos os seguintes elementos: a repetição rítmica, repetição melódica, dança exaustiva, que provocam naturalmente estados alterados de consciência, pura e simplesmente através da música. A música repetitiva por si só, somada com a dança exaustiva, já provoca estados alterados de consciência (cientificamente comprovados), e tudo isso fala no meu livro”, destaca o artista.

Claudinho Brasil apaixonou-se pela cultura Psytrance e, desde então, fez dela o seu estilo de vida. O artista há 17 anos trabalha como DJ e Produtor, e deixa como marca nas suas tracks a expressão da brasilidade, o que fez com que ganhasse destaque e reconhecimento na cena nacional e internacional. 

“Eu tenho influência muito forte da música e ritmos brasileiros, por isso eu toquei tambor de maracatu durante 15 anos em todos os meus shows, dentro e fora do país. O Brasil no meu nome artístico também foi escolhido propositalmente: por essa minha paixão pela cultura brasileira. E é por isso, também, que eu gosto de trabalhar com vocais em português. Fui um dos pioneiros, se não o primeiro, a usar os vocais em português no Psytrance, e eu tenho muito orgulho disso, de carregar nossa bandeira para a cultura Psytrance nacional e mundial”, comenta Brasil.

Rock in Rio 2019. Foto: @lorrannascimento.ph.

Sobre a sua impactante performance ao vivo, Claudinho prioriza sempre o contato direto com o público, assim provoca sensações incríveis que levam o público ao delírio. Este que o levou a tocar em festivais nacionais de renome como a Tribaltech (2006 em Curitiba, no Paraná), e o Rock In Rio 2019 onde se apresentou no palco “New Dance Order”, eventos estes que foram os verdadeiros marcos na carreira do artista.

Rock in Rio 2019. Foto: @lorrannascimento.ph.
Tribal Tech 2006. Foto: Divulgação.

“O contato direto com o público e minha performance ao vivo sempre foi meu foco, que se tornou, com o tempo, uma das características mais marcantes da minha carreira. Por isso, eu sempre toquei na frente da mesa do DJ. Eu gosto dessa comunicação direta, de pular na galera, de convidar alguém do público pra subir no palco. Justamente  para quebrar a parede que separa o artista do público"

Rock in Rio 2019. Foto: @lorrannascimento.ph.

O seu jeito único de fazer esse Psytrance abrasileirado quebra paradigmas e padrões, e vem para mostrar que o que vale mesmo é lutar e fazer o que se ama. Ressaltando sempre que a cena não tem espaço para intolerância e preconceitos. Uma carreira bem consolidada é fruto de muito empenho e perseverança. Claudinho manteve-se fiel ao seu trabalho, propósito e nunca desistiu. Passando por adversidades, como todos nós, mas sempre positivo diante as críticas e as tentativas de boicote ao seu projeto.

“A gente tem que usar os haters como um impulsionamento positivo e tem sempre que aprender com as críticas, mesmo com as destrutivas. A gente pode pegar a parte boa e fazer um bom uso de um mau negócio, sempre gosto de falar isso".

Rock in Rio 2019. Foto: @lorrannascimento.ph.

Hoje, conhecido nacional e internacionalmente, Claudinho Brasil é referência para a nova geração da cena Psy que está chegando e deixa o recado:

“Eu não tenho problema com a evolução das coisas, na verdade eu adoro as mudanças, não sou aquele cara saudosista que fala que antigamente era melhor, não sou assim. Eu adoro o novo, eu adoro o underground, mas adoro também o pop, eu adoro o offbeat e adoro também o Full On. Eu sinto falta das pessoas abrirem a cabeça pro novo, transcender o normal, o que significa respeitar as diferenças e respeitar o próximo. Não tenho problema nenhum com as mudanças e com as transformações, na verdade, eu as amo. Tudo está vivo e em transformação, a arte é viva. A cultura é viva e está em constante transformação. Ah, e a dica que eu dou para quem tá começando é: estudar muito e desistir jamais. Persistência é a palavra!”, diz Claudinho Brasil.

Rock in Rio 2019. Foto: @lorrannascimento.ph.

Claudinho Brasil é um artista completo por ser cativante, alto astral, positivo, que preza sempre pelo contato direto com o público. Sendo dono de uma energia fora do comum. A sua humildade e o seu carisma ressaltam ainda mais a sua  personalidade maravilhosa que já virou marca registrada na história do Psytrance nacional e tem cada vez mais a expandir por novos espaços e lugares pelo mundo afora.

Adna (Adna Costa Dantas)

Adna (Adna Costa Dantas)

Repórter

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