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ENTREVISTA | DO CHILE PARA O BRASIL: conheça a trajetória dos sete anos de carreira do DJ Jose Vásquez

Jose Enrique Vásquez Valenzuela, nascido na região metropolitana da capital chilena (Santiago) em 1985, não tinha muito noção de aonde deseja chegar com a música, mas que a música era o combustível de sua vida, e foi aí que há sete anos surgiu o DJ JOSE VÁSQUEZ.

O deejay que já representou selos chilenos como a Blaxxbox (Club Divino) e a Candyland, hoje é residente de grandes selos brasileiros, como a Revolution e a The Original Brazilian Pool Party (RJ), Bubu e Fresh, a Festa (SP). Com muita alegria, nós tivemos o privilégio de fazer uma entrevista super completa de toda a trajetória dele desde criancinha até a atual fase DJ/producer e Empresário. 

“...comecei a fazer as minhas primeiras tracks entre mashups rework e remix sem falar que era eu quem fazia e tinha muita repercussão positiva na pista! A galera amava sempre muito a minha influência musical brasileira…”

Jose conta um pouco da sua primeira tour de sucesso, a importância da produção musical na sua vida, o quanto ama o Brasil, e já traz spoiler da nova tour que vai rodar em alguns países da América Latina e outras surpresas que só lendo mesmo pra saber. Bora lá!? Com vocês, a história do DJ Jose Vásquez:

São mais de 7 anos de história como DJ, mas a gente quer saber antes disso tudo, antes mesmo de você trabalhar na sua área de formação (Administração de Empresas). Qual era a sua relação com a música? 

 

Eu sou formado em Administração de Empresa, na Universidade do Chile, mas sempre tive uma grande ligação com a música. Meu pai tocava guitarra e eu cantava, quando eu era pequeno no coral da igreja e, em casa, nas reuniões familiares. Desde de muito pequeno, tudo o que era ligado a arte musical me chamava muita atenção.

Agora já sabemos de onde veio a sua paixão pela música eletrônica. Sua primeira residência foi no Club Divino (Chile) no selo Blaxxbox, fale um pouco sobre a importância desses 4 anos como residente deste clube.

Club Divino marcou a minha vida! Antes de eu virar DJ da casa, eu trabalhei como promoter, logo foi criado o selo BlaxxBox, onde eu ganhei a residência da marca, foi a primeira pista exclusiva de música tribal do Chile, nossa… Para mim foi tudo! Um sonho ter essa oportunidade, foi onde eu me apaixonei pelo meu trabalho que até hoje realizo. Foi também minha escola, já que, como todo projeto novo, a Blaxxbox não começou com a pista cheia sempre!! E eu fui o primeiro DJ residente, teve muitas vezes que ninguém assistia (kkkkk). Eu fazia meu set sem ninguém na pista mesmo! Foram muitas vezes que aconteceu isso e, assim, eu aperfeiçoei minha técnica, treinando múltiplas formas de mixagem, testando efeitos, nossa… Treinei muito!!! E sempre naquele momento de solidão, eu sonhava muito que queria me tornar um DJ profissional e que conheceria meus ídolos e referências, que compartilharia o palco com eles, tinha muitos sonhos naquela época!!!

Além desta residência mega importante pra sua carreira, você teve outras de grande importância também ainda no Chile, conte pra gente quais são e qual delas foi a virada de chave na sua carreira em seu país natal.

Após 1 ano de residência na Blaxxbox, a nossa cena cresceu e foi muito rápido, aparecendo novas festas com formato tribal house, onde minha agenda começou muito rápida a ser preenchida e fui solicitado praticamente por todas.

Logo chegou minha 2ª residência no Grupo Selva Festival onde compartilhei o line-up com muitos ídolos internacionais daquela época. E na sequência chegou à minha residência, algo que foi a responsável por impulsionar de vez a minha carreira como DJ Profissional, a festa Candyland. Lá, eu senti que poderia ter um espaço na cena internacional, eles me proporcionaram uma vitrine muito importante e minha saída do selo foi a motivação máxima para provar a mim mesmo que eu poderia chegar mais longe ainda.

Foto: Reprodução/Instagram.

Com três anos de carreira você já estava iniciando a evolução dela entrando no mundo da produção musical. Como foi este processo de evolução na sua carreira?

Após 3 anos de DJ e tocando músicas de muitos produtores – que eu tinha como referência material, que eu tocava e que me identificava, chegou a primeira academia do país que foi a Cameloft na DJ School Chile. Eu comecei a estudar, sim, e não contei para nenhum de meus colegas DJs da época. Uma vez formado, comecei a fazer as minhas primeiras tracks entre mashups rework e remix sem falar que era eu quem fazia e tinha muita repercussão positiva na pista! A galera amava sempre muito a minha influência musical brasileira… Logo, pensei em melhorar e tive aulas online com vários produtores brasileiros e que são meus mestres até hoje… O mundo da produção musical me fez criar uma identidade que procurei por anos até chegar a um estilo que identificava o que eu sentia e até onde eu iria com a minha música!!

Até chegar hoje em dia e ter um diferencial claro em minha musicalidade, que eu defino como: pura alegria, muita energia e emoção!

A música do Vasquez tem que entregar uma experiência, isso eu busco em cada criação!!

Minhas músicas são tocadas por muitos DJs do Brasil… Muitos deles gratamente surpreendidos, e tocada por muitos DJs internacionais de renome: minhas músicas já foram tocadas na extinta The Week, Circuit de Barcelona, We Party de Londres, no festival israelense Forever Tel Aviv, meu remix “Summertime Sadness” da Lana Del Rey foi parar nas mãos de Sagi Kariv.

Hoje pertenço a uma das gravadoras mais importantes do mundo que é a Epride Music, como produtor musical do selo e também onde eu lanço minhas músicas, sou um artista reconhecido pelo Spotify há dois anos (2020). A produção musical é um mundo à parte e sinto que estou sendo reconhecido após 5 anos de muito trabalho e dedicação por ter um estilo único e marcante.

Falando ainda de produções musicais, queremos saber qual delas te deu mais orgulho e o porquê?

Meu primeiro EP sem dúvida é o mais importante. Foi uma música que nasceu na pandemia, uma música inspirada em uma live de bate papo que eu conduzia no Chile, para que minha comunidade tribal se mantivesse conectada todas as segundas às 21 horas pelo Instagram. Eu reunia DJs, donos de festas e o nosso público. 

Com a queda das festas e o confinamento, o nome da live foi o mundo tribal que em inglês é Tribal World, assim eu chamei meu primeiro EP com a voz maravilhosa da DJ e artista Paula Pivatto, nascendo a “Tribal World”, música lançada pela Epride Music que chegou a estar no 4º lugar no ranking das músicas mais vendidas pela gravadora e pela loja digital Beatport, a mais importante loja de compra de músicas de todos os gêneros no mundo.

Ficamos no 4º lugar! Ainda não acredito que eu fiz a composição completa dessa música, a letra e a música. Esse é meu maior alcance como produtor musical, ela foi também remixada por grandes nomes da cena brasileira, como o DJ/Producer reconhecido a nível mundial, Junnior Senna, Stenio Mendes entre outros.

Quando foi que você começou a cogitar a sua vinda de vez para o Brasil?

Olha, na verdade eu não tinha pensado em vir e morar aqui; gostava de vir todos os anos para fazer minha clássica tour que fazia a cada ano. No ano 2021, com a melhorada nos casos da pandemia, a festa The Original Brazilian Pool Party, me contratou como uma das atrações de sua famosa mundialmente festa…  Aí vim para tocar e se iniciou a segunda onda, a qual fechou o tráfego aéreo e aeroportos!! Foi nesse minuto de não poder voltar a casa que decidi ficar aqui!! Falei com meu marido e manager Alonso e ele me deu o apoio e decidimos ficar e legalizar nossa residência aqui e, agora, naturalizei por questões políticas e de saúde.

Alonso, marido e manager do DJ Jose Vásquez. Foto: Reprodução/Instagram.

Na sua opinião, quais as semelhanças e diferenças da cena brasileira para a cena chilena?

As diferenças entre a cena brasileira e chilena passa por uma coisa muito básica e simples de entender: a demografia e a população do Chile todo é o tamanho de São Paulo, então as quantidades de público em uma festa lotada a sua máxima capacidade não chega a 1500 pessoas, as cidades que curtem o estilo são 3 além de Santiago que são: Antofagasta, Viña Del Mar e Talca. Mas, a musicalidade é muito parecida, uma vez que eu fui um dos precursores do estilo no meu país e a minha sempre foi mais brasileira. Também, o número de DJs convidados a tocar, 90% são brasileiros. Poderia dizer que o Chile é o irmão pequeno do Brasil na cena tribal.

Quais os DJs e produtores musicais que mais te inspiraram na sua trajetória de sete anos de carreira?

Nossa, nestes 7 anos de carreira, minhas referências musicais na verdade há anos são do Brasil: Edson Pride, Junior Senna, Fernando Malli, lendas vivas da música tribal! Produtores brasileiros mais jovens, sem dúvida, o Sam Rodrigues de São Paulo e Carlos Peppers de São Paulo, eles são únicos. E minhas referências musicais internacionais: Oscar Velazquez e Jair Sandoval do México; Sagi Kariv de Israel; Esteban Lopez e Binomio da Espanha.

Depois da sua primeira apresentação aqui você já se apresentou em muitos selos de grande importância da cena tribal house brasileira e até mesmo internacional. Quais foram os mais importantes para sua carreira aqui no Brasil?

Eu já me apresentei aqui em muitos selos de festa do Norte ao Sul do país. São e foram muito importantes para mim e minha carreira! Mas, os mais importantes para mim são a Bubu e a Fresh, já que sou DJ residente destes selos. Acreditaram em mim e em meu trabalho sendo o único DJ extrangeiro sendo residente das marcas Bubu e Fresh! Com o grupo Super Festas, eu trabalho faz muitos anos também. Eles têm os afters mais famosos do mundo e grandes festas. Eles são uma grande vitrine para mim e minha carreira. E por último, as festas Revolution e The Original Brazilian Pool Party, onde também sou residente; o único sendo de outro país. Eles me proporcionam uma grande vitrine a nível mundial e é uma festa na qual eu jamais poderia imaginar que conseguiria tocar para quase 10 mil pessoas. Na edição passada, foram 9200 pessoas, isso é algo que qualquer DJ da cena no mundo gostaria de alcançar e conquistar! Sem dúvida, me sinto muito confortável no selo RA Produções E minha relação com estas festas no especial vai além do “contratual”.

Agora você está preparando uma nova tour que passará por alguns países da América do Sul. Tem alguma coisa que você pode nos contar sobre esta tour?

Sim, estou realizando minha primeira tour latinoamericana que levará o nome de Latina America Viva, uma vez que ela começa no dia 12 do mês de Março no meu país natal, Chile, onde tenho 7 datas confirmadas indo desta vez pela primeira vez como DJ brasileiro! Logo, sigo para a Colômbia, nas cidades de Bogotá, Cali, Medellín e outras duas ainda a confirmar. Em seguida, Panamá e, por fim, regressar à Argentina na cidade de Buenos Aires. Poderia se estender, já que está em pauta os países de Costa Rica, Peru, México; ainda está em negociação para que eu volte só no mês de maio ao Brasil, para continuar minha agenda 2022 aqui no meu Brasil.

Além de tudo o que conversamos, fale um pouquinho do seu lado empreendedor já aqui no Brasil. Tanto com a sua agência (com a produtora de eventos Rosane Amaral) quanto também com a sua empresa de eventos noturnos.

Bom, meu lado empreendedor nasceu na pandemia, em momentos de pensarmos muito, meu marido e eu. Montamos uma agência de DJs um projeto muito ambicioso e estudado com o apoio de vários colegas e amigos de aqui e do meu país natal, uma vez que nos dedicamos a ficar aqui. Este projeto o contei à minha amiga e chefe e, agora sócia empresária, Rosane Amaral! Já que ela tem experiência, com sua grande trajetória no meio do entretenimento reconhecida pelo mundo inteiro, ela gostou da ideia e, assim, nasceu a RA E Vasquez Music DJs Agency International. Temos nosso escritório repartido nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, onde temos os melhores DJs do Brasil, da Argentina, do Chile, da Colômbia e da Rússia, e ingressaram novos DJs no nosso casting de DJs de nossa agência.

Nela trabalham uma equipe de designer, booking managers, Diego Ramal e Osciel Vasquez, nosso gerente Helio Lobato. É um projeto em desenvolvimento com uma grande perspectiva de crescimento a curto prazo.

Agora deixo este espaço para você mandar um recado aos fãs do seu trabalho e aos demais leitores da revista Colors.

Bom, minha mensagem aos meus fãs de todo o Brasil que gostam de meu trabalho é que sempre farei um bom trabalho em cada apresentação e em cada cidade onde me apresente pensando em cada um de vocês! Na sua alegria e na sua vibe, sempre levando um som de qualidade, como vocês já estão acostumados, e sempre ficando perto de vocês, levando coisas novas, repertório atualizado, muita alegria brasileira e, sobretudo, muito respeito a cada um de vocês.

E a todos os leitores, fãs e audiência da COLORS, continuar acompanhando o maravilhoso trabalho que eles nos proporcionam.

Eles fazem um trabalho de excelência mantendo conectada a arte à audiência, os lançamentos dos artistas, calendários de eventos e, sobretudo, dando muito espaço a novos artistas e mantendo viva a arte.

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