Apresentamos como Destaque do mês nossa Diva Bruna Strait, ela que inclusive estreou sua primeira tour internacional pela Europa ao lado de Gloria Groove.
Produtora musical e DJ Open Format, Bruna esteve por dois anos seguidos entre as 100 melhores DJs brasileiras de acordo com o ranking brasileiro da conceituada revista internacional DJANE MAG – e continua evoluindo em diversos aspectos: leitura de pista, energia, carisma, looks marcantes…
“Eu sempre fui uma pessoa que gostava de festas e, na verdade, eu era fotógrafa de alguns eventos que me fizeram conhecer diversos produtores e 2 deles me perguntaram se eu não tinha vontade de virar DJ e eu me perguntei: por que não?” – Bruna Strait.
A DJ carioca se tornou referência no segmento. Residente de um badalado camarote da Sapucaí, agitadora de diversas grandes festas do meio Pop, ainda abriu shows de diversos artistas como Anitta, Ludmilla, Maluma e o duo britânico Erasure.
Confira agora o bate-papo que tivemos com esse grande Destaque da cena Open Format brasileira!
Como surgiu seu interesse pela carreira de DJ?
O mundo da música sempre esteve presente na minha vida. Aprendi a tocar violão quando criança, sozinha, pesquisando na internet e tinha o sonho de ser cantora, cheguei a fazer algumas aulas de canto, mas vi que Deus não me deu a voz, rs.
Porém, ser DJ nunca tinha passado pela minha cabeça. Eu sempre fui uma pessoa que gostava de festas e, na verdade, eu era fotógrafa de alguns eventos que me fizeram conhecer diversos produtores e 2 deles me perguntaram se eu não tinha vontade de virar DJ e eu me perguntei: por que não? Daí cai pra dentro. Comecei a investir no meu visual, cortei o cabelo, contratei stylist e chegava mais cedo nas festas pra ficar olhando os DJs tocando e tentando aprender o máximo possível, rs. Foi tudo na cara e na coragem. Mas deu super certo, minha estreia oficial como DJ foi na Wallpaper na The Week, a convite do produtor Guilherme Acrízio, e depois disso minha carreira só cresceu e não me vejo mais fazendo outra coisa!
Qual a sua percepção sobre o que mudou no mercado (Open Format), desde que você começou a tocar até as últimas festas em que tocou?
Pelo o que presencio tanto na cena mais hétero, quanto na cena LGBTQIA+, as festas open format ou POP, como chamamos, têm crescido mais e mais. Quando comecei há 6 anos, as festas da cena eletrônica dominavam, porém, hoje em dia, você tem festas POP com eventos tão grandes quanto as de eletrônica, tanto que você vê diversas festas POP rodando o Brasil e fora, o que era difícil alguns anos atrás.
“A cena LGBTQIA+ trata DJs mulheres como divas literalmente.” – Bruna Strait.
Como é ser uma DJ da cena LGBTQIA+?
É ótimo! A cena LGBTQIA+ trata DJs mulheres como divas literalmente, principalmente na cena eletrônica. Porém ainda temos muito que crescer. Eu sempre apoio e tento ajudar DJs mulheres que queiram se tornar DJ, porque a cena ainda é muito masculinizada, vemos diversas festas com line-ups somente com homens, então quanto mais DJanes mulheres, mais conseguiremos atingir essa igualdade.
Eu só tenho a agradecer por todas as oportunidades que me foram dadas até hoje e por poder contribuir com o crescimento da cena LGBTQIA+ no Brasil afora.
A carreira de DJ foi uma das mais afetadas pelo período de pandemia. Foi possível se reinventar nesse período? Ainda está sendo um desafio? Está entusiasmada com o que está por vir?
Com certeza ainda está sendo um desafio, porém, com um pouco mais de tranquilidade. No início, eu confesso que cheguei a pensar em vender tudo da minha casa pra conseguir sobreviver, foi bem difícil. Mas consegui segurar as pontas junto da minha noiva e procuramos sempre ter uma segunda ou terceira fonte de renda.
A pandemia serviu também para me mostrar que eu realmente não me vejo fazendo outra coisa a não ser sendo artista e assim decidi focar 100% na produção musical e nas minhas label parties. Quando tudo se normalizar, pretendo produzir mais e mais festas, além de lançar minhas músicas.
Sabemos que você já abriu o show de diversos artistas famosos e que já tocou em locais incríveis, conseguiria destacar alguns desses momentos?
Nos shows, os momentos que definitivamente mais marcaram a minha carreira foram:
– Encerrar o show da Anitta com Maluma;
– Abrir e encerrar os shows da Gloria Groove na Europa.
Ir pra Europa em 2019 em uma tour com a Gloria foi algo que eu jamais iria imaginar. Uma garota que veio da zona oeste do RJ, no meio do nada, na Europa fazendo o que ama com uma das maiores artistas da cena Pop Br? Quem diria isso?
Andar pelas ruas de Paris então parecia cena de filme. Tudo tão lindo… é definitivamente um lugar que quero voltar. Lisboa também! Me vejo morando lá quando tiver meus 50, 60 anos. Não é à toa que a Madonna mora lá hoje em dia né? Rs
Como foi pra você estar entre as 100 melhores DJs brasileiras no ranking da DJane Mag?
Foi uma honra. Eu confesso que não estava esperando por isso. É uma revista de referência para DJs mulheres. Estar entre as 100 melhores do Brasil é muito gratificante, pois estou junto de diversas referências para mim como a DJ Anna, Eli Iwasa, Carola, Anne Louise, entre outras. Eu só tenho a agradecer a todos os meus fãs e amigos que me acompanharam e me motivam todos os dias, e sei que tenho muito a crescer ainda.
“A maior dica que eu dou atualmente é que se você quer ser DJ, você também deveria estudar sobre produção musical.” – Bruna Strait.
Que dica você daria pra quem quisesse iniciar uma carreira de DJ?
A maior dica que eu dou atualmente é que se você quer ser DJ, você também deveria estudar sobre produção musical. Eu queria ter estudado anteriormente, quem sabe até ter começado a estudar antes de ser DJ, pois acredito que quando uma DJ tem suas próprias músicas, ela consegue voar mais alto e não fica somente como uma DJ regional, mas sim pode alcançar o mundo inteiro.
Qual a visão de futuro da DJ Bruna Strait?
Eu me vejo tocando cada vez mais fora do Rio de Janeiro, pois acredito que eu já tenha conseguido conquistar muita coisa aqui e pouca coisa fora. A minha maior meta é conseguir atingir mais e mais estados e países com os meus shows e também com as minhas músicas. A pandemia serviu para me motivar cada vez mais na produção musical e com certeza virão diversos hits meus por aí. Além disso, em breve eu farei um novo Live Set em parceria com uma marca muito famosa que eu tenho certeza que vocês irão adorar, e também a minha mais nova representação para shows que já é bem conhecida no cenário brasileiro LGBTQIA+.
Para finalizar, temos esse espaço livre para aquilo que gostaria de escrever, deixar uma mensagem, inspirar… é o espaço Bruna Strait mandando recado:
Eu quero aproveitar para agradecer a todos que estiveram comigo até aqui e aos que também chegaram, e dizer que a cena precisa de mais e mais mulheres DJs e produtoras musicais e de festas. Para conseguirmos igualdade, precisamos também atingir o mesmo número de homens na cena e eu deixo aqui esse recado para você que tem vontade de ser DJ e não sabe por onde começar: conte comigo, tem espaço para todas nós. Quero agradecer também a vocês da Colors pela oportunidade de falar aqui e mostrar um pouco mais de mim, e quem sabe inspirar mais e mais DJs.
Antes de finalizar, pedimos a Bruna para nos enviar uma lista com as 10 músicas que ela mais tem escutado nos últimos meses. Olha só quais são!
“Deixa de Onda” – DENNIS, Xamã, LUDMILLA
“Mamacita” – Black Eyed Peas, Ozuna, J. Rey Soul
“Girl From Rio” – Anitta
“Levitating” – Dua Lipa
“Gueto” – Iza
“Atenção” – PEDRO SAMPAIO, Luísa Sonza
“Bonekinha” – Gloria Groove
“VIP *-*” – Luísa Sonza, 6LACK
“Triste com T” – Pabllo Vittar
“In da Getto” – J Balvin, Skrillex
Ah! E se você deseja enviar um depoimento, um agradecimento, sua opinião sobre a carreira de Bruna Strait ou até mesmo alguma história inusitada que tenha passado com o nosso Destaque do mês, não deixe de nos contar. Quem sabe seu texto seja também publicado e divulgado em nossas redes sociais, no site e na revista digital. Envie agora mesmo!
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Bruna Strait
Foto de capa, créditos: Lucas Santana.
