Santos, 16 de Julho de 2022, o coletivo local Perpétua comemorava os seus 3 anos e realiza uma edição pocket na Cave Club que fica no centro da cidade. Após duas tentativas frustradas, finalmente consegui ir prestigiar essa festa maravilhosa. Eu já tinha uma ideia do que esperar, por já ter visto fotos de edições anteriores e, mesmo assim, ainda me surpreendi bastante.
O Line foi composto pelos DJs:
- Luz
- Kair
- Rodrigo Ferrari
- Javiera Meyer
- Dhar Cad
O clube foi decorado com uma estética que remeteu a uma discoteca com cores fortes, como roxo e lilás que compuseram a iluminação, essa atmosfera foi a escolha perfeita para traduzir de maneira visual a sonoridade que a festa entrega. Na Perpétua, encontramos estilos como House, Minimal, Acid, Breakbeat, Techno, Electro, Garage, e inclusive Trance e Eurodance. Essa mistura sonora é feita com sutileza o que, na minha ótica, compõe a identidade da festa.
A Cave abriu as portas às 23 horas, o DJ paulistano Luz teve a missão de fazer o warm up, ele construiu um set que transitou pelo House, timbres de Acid, Electro e Breakbeat. Ele começou de maneira bem intimista (como todo bom warm up) e foi tomando corpo à medida que a pista foi se transformando.
O segundo a se apresentar foi o DJ santista Kair, mesclando House e electro. Ele pegou a pista naquele momento em que “a galera está ficando alegre’’, ele construiu um set super para cima. Essa é a hora de você olhar para o seu amigo e falar, “Vou pegar outra breja”.
Às 3 horas da manhã, o icônico DJ Rodrigo Ferrari assumiu o comando da festa, ele entregou um vinil set cheio de House Music. Sem dúvidas, um dos pontos altos da noite, pesquisa e técnica impecáveis, tracks refinadas e cheias de groove, o front cheio de olhares atentos querendo aprender algo com a apresentação do DJ.
A chilena radicada no Brasil, a DJ Javiera Meyer, assumiu os decks às 6 da manhã, ainda estava escuro, mas o Sol rapidamente apareceu. Ela construiu uma atmosfera rica em timbres ácidos e sutis. A pista respondeu super bem. O nascer do Sol foi embalado por muito House, Electro e muito groove, tudo mesclado com maestria pela jovem DJ que já coleciona apresentações ao redor do globo.
Os últimos a se apresentarem foram os donos da festa, o DJ Daniel Pandini e o DJ Lucena, juntos formam o duo Dhar Cad. A missão de fechar o evento muitas vezes não é fácil e eles fizeram com louvor. Seleção de tracks impecável, muita música “pra cima” fazendo a galera dançar muito. A essa hora, o Sol já havia esquentado, e a pista estava se esvaziando, o que não atrapalhou o Duo santista de entregar um dos sets mais energéticos da festa.
Além do Pandini e do Lucena, o comando da festa também conta com a Clara Amaral, os três cederam depoimentos contando como foi a experiência de realizar essa edição.
“Essa edição da Perpétua diferiu em vários sentidos, a começar pela estrutura: foi a primeira vez que fizemos uma pocket edition, e não sabíamos como o rolê seria recebido pela galera. A ideia de fazer uma edição menor nos deixou preocupados, sem saber como o público receberia, mas recebeu muito bem com a casa lotada e geral dançando até o final. 11 horas de rolê. Deu certo”.
“Foram 3 dias de montagem, que além da equipe de luz e som, é tudo feito por nós mesmos, para deixar a festa sempre com a personalidade que a Perpétua tem. A festa ficou linda, conseguimos levar a estrutura da Perpétua para dentro da Cave e deixamos aquele ambiente com a nossa cara. Fomos muito elogiados e o reconhecimento da galera faz valer demais o nosso esforço”.
“Todo o processo de ideação do evento da Perpétua sempre pega a gente nos mínimos detalhes. Temos a noção da importância de entregar uma festa de alto nível para absolutamente todas as pessoas que estão no rolê, seja público, seja artista, seja colaborador, que está trabalhando com a gente”.
“E é por isso também, que a gente valoriza sempre os artistas que tocam nas edições, inclusive, os da baixada da santista, que fortalecem a cena eletrônica na região”.
Nós temos muita gente boa fazendo música. E trazer essa galera para Perpétua, é sempre uma honra também.
Para mim, pessoalmente, enquanto artista e realizador de eventos, é muito satisfatório ver o que a gente entrega e ver as pessoas felizes comentando que o rolê foi incrível. Isso é impagável” – comentou Lucena à coluna.
“Nossa primeira pocket edition, calhou de cair em uma data muito especial para nós: o aniversário de 3 anos da Perpétua, que teve sua primeira edição realizada no dia 29 de Junho 2019, antes de tempos sombrios da pandemia.
“Ter o Cave Club como casinha para a realização de nossa primeira pocket edition foi a alternativa perfeita. Poucos sabem, mas nossa primeira edição aconteceu exatamente naquele mesmo lugar, antes mesmo de ter sido transformado em Cave, na época do consagrado “Botequim do Marapa” um local simples de recursos, porém, único no que dizia respeito à fomentação da cena da música eletrônica underground, na Baixada Santista, e mágico no quesito de cativar as pessoas que estavam adentrando esse universo”.
“Foi uma explosão de sentimentos: sentir a nostalgia daquele início de jornada, da gratidão em ver o que construímos até aqui, ver o passado se interligando com o futuro, trazendo o conceito Perpétua ao seu mais puro sentido.” – Pandini.
“Essa foi a nossa 6ª edição, uma pocket edition (versão menor da festa), mas que de pocket não teve nada. Foi uma edição grandiosa em todos os sentidos. Tanto pela comemoração dos 3 anos da Perpétua, quanto pelo desafio de transformar a Cave, espaço nostálgico e que temos imenso carinho por ser o lugar onde a Perpétua ganhou vida, antigo “Botequim do Marapa” (como Daniel já citou), em um ambiente completamente diferente do que todos estavam acostumados, carimbando 100% a nossa identidade ali. E a Perpétua, no fim das contas é isso, um núcleo que busca sempre inovar, que preza pela boa experiência de todos e que se preocupa com os mínimos detalhes sempre.
E para quem acha que fazer evento é um mar de rosas, chegar no rolê e ver aquela festa lindona acontecendo, talvez nem imagine como seja todo o processo por trás dos bastidores, mas de fato ver o reconhecimento da galera e tudo o que construímos ao longo desses 3 anos, nos dá aquele “boost” que tanto precisamos para continuar entregando festas e experiências cada vez melhores ao público.
Posso dizer que a Perpétua faz parte de algo muito grande dentro de mim. Ela preenche um pedaço da minha vida na qual deixei para trás no início da pandemia, quando parei de tocar, e, não tenho dúvidas que seja pelo objetivo que têm em comum de proporcionar às pessoas os mais incríveis e variados sentimentos” – comentou Clara.
Essa foi uma edição pequena (pocket), em breve teremos uma edição grande, mal posso esperar para prestigiar uma festa de grande porte proporcionada por esse coletivo que demonstra muito bom gosto, profissionalismo e uma ótima curadoria na cidade de Santos. Para quem é de São Paulo e interior, super vale a pena descer a serra para conhecer a Perpétua.
Foto da capa Créditos: @luizabarduco
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