COLUNA | E pra você? A vida é boa?

Gal Costa acabou de cantar aqui na minha caixa de som: “Não se assuste pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa!”  E posso ser sincero? Você pode até achar que isso é uma dose de positividade tóxica vindo de mim, mas é que só de lembrar dos momentos bons que eu tive, e que penso em ter, faz com que um outro mundo surja na minha frente. É que às vezes a gente acaba alimentando os sentimentos que não são tão agradáveis, afinal tem muita coisa triste acontecendo. É desafiador falar disso sem parecer exageradamente positivo e “fora da casinha”, eu entendo. Acho que devemos estar em observação para que não seja uma percepção ilusória e nos faça sair da realidade, nos afastando de nossas responsabilidades. Mas será que todas as situações de dor e tristeza que vemos e vivemos irão nos moldar para sempre? Sinto que precisamos falar de coisas que podem se tornar boas.

Nesse mundo dentro da gente onde tanta coisa acontece, e que passeamos entre alegrias e tristezas, eu gosto de convidar o tempo para caminhar comigo. Para uma pessoa ansiosa como eu isso não é tão fácil de fazer como escrever aqui, pois perceber que um sentimento menos alegre está tomando conta pode ativar o gatilho para buscar mudar aquele “mood” imediatamente. Mas acredito que, além de ser saudável nos permitirmos viver o luto de um ciclo que se fecha, por exemplo, também busco lembrar que as emoções e suas reações podem ser exercitadas. E como o dicionário diz, exercício é uma atividade que se pratica para aperfeiçoar ou desenvolver uma habilidade, qualidade ou capacidade.

Estar feliz o tempo todo não é obrigação, e buscar por isso é alimentar frustrações. Precisamos nos lembrar que a vida está em constante movimento e isso com certeza trará emoções de todas as qualidades, e lutar contra aquilo que não nos alegra, na verdade, é gasto de energia. Querer resolver todas as coisas da vida de uma só vez, também. Precisamos nos lembrar que nada é para sempre, e que a vida é feita de momentos e eles passam. Como disse o psicólogo israelense Tal Ben-Shahar: “A obsessão por ser feliz o tempo todo faz as pessoas se sentirem péssimas”.

Portanto, a minha volta para esta coluna é também um convite para que a gente esteja em movimentos que nos levem a uma compreensão maior de nossas dores, acolhimento de nossas angústias, leveza nas preocupações, e claro, como sempre digo: Autocuidado e a busca de ajuda profissional ou rede de apoio quando sentir que precisa.

Não se assuste, pessoa! A vida é boa… pode não ser todos os dias, mas isso também faz parte.

5/5
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JALES

JALES Diretamente de Guaranésia, MINAS GERAIS, erradicado em terras cariocas. JALES codnome de Álvaro Antônio, artista de 28 anos. Pesquisador musical desde os 15 anos de idade, se debruça em