Beatriz Bonanato, uma tímida capixaba que conheceu o Psytrance na icônica Ecologic – 10 anos. Ela amou aquele clima de liberdade e aquela batida constante, hipnótica e seguiu frequentando diversas festas. Mais tarde, manifestou amor pelo Forest Psy e frequentou cursos de mixagem aprendendo do zero a dura arte de domar os decks. Hoje, ela responde pela Urban Antidote Records e vem conquistando admiradores a cada apresentação.
Nessa conversa descontraída, ela conta um pouco de como foi vencer a timidez e desenvolver sua desenvoltura no controle de pistas underground.
Agora, vamos conhecer um pouco mais dessa pequena mulher “amante de pessoas” (como ela se autodefine), que solta bombas de psicodelia avançadíssima para algumas das pistas mais exigentes do Brasil. Confira a entrevista:
Como surgiu essa vontade de se tornar DJ?
Quando eu via os artistas tocarem me sentia inspirada com a capacidade de fazer as pessoas dançarem mesmo sem entender nada sobre aquelas músicas.
Você trabalha em tempo integral com a música? Se não, como você concilia seu tempo?
Trabalho muito atualmente num bar famoso aqui de Vitória. Graças a Deus, a gestão é muito flexível e apoia os compromissos paralelos dos funcionários. Nós podemos fazer banco de horas, trocar datas de expediente e, assim, eu consigo dar continuidade à carreira de DJ sem prejudicar minhas funções.
Você tem uma ligação forte com a espiritualidade! Como trabalha isso individual e coletivamente?
Leio muito sobre autoconhecimento, pratico yoga e meditação e pretendo fazer em breve cursos de astrologia, medicina ayurveda, reiki. Gosto de fazer parte de trabalhos sociais como servir sopa voluntariamente com amigos. A gente tem um grupo chamado “O Amor Nos Uniu”. Muitas vezes, contribuí com valor em dinheiro e, sempre que podia, estava presente na distribuição, mas agora o tempo que passo trabalhando dificulta essa prática.
De que forma a música te ajudou a vencer a timidez e a ansiedade?
Tive que me forçar a derrubar algumas barreiras que tinha na minha relação com as pessoas para poder me apresentar ao público. E, num nível mais profundo, a própria música tem o poder de curar. Ela foi me ajudando, me emocionando até eu melhorar isso em mim.
Como você vê o mercado da música eletrônica para as mulheres? E como é a relação com os outros profissionais do ramo, homens e mulheres?
A mulher vem ganhando mais espaço, mas ainda tem muito a melhorar. A união entre as próprias mulheres às vezes é um pouco aquém do desejado e isso atrapalha a mais mulheres serem incluídas nesse processo. Acredito que a cena Dark brasileira vem crescendo e só tende a melhorar. O público já adora mulheres tocando um som mais pesado. Então, à medida que for aumentando as festas terá mais oportunidade.
Que tipo de música não-eletrônica você gosta de ouvir? Cite suas primeiras referências.
New Age, Rock, Folk, um pouco de música clássica instrumental. Eu tenho escutado muito Karunesh.
O que você almeja para sua carreira de DJ daqui por diante?
Por enquanto, eu não consigo enxergar ao certo um objetivo. Eu quero crescer, mas não fantasio muito. Eu confio no meu talento, mas prefiro não criar expectativas. Acho que para quem ama a música, o caminho já é muito divertido e fazendo tudo certo e sem pressa você pode chegar muito mais longe.
Como foi se relacionar com pessoas de todo o Brasil através das redes sociais e das lives no início de carreira?
Foi uma experiência muito legal, pois passou a me dar mais visibilidade como artista e também conhecer muita gente legal. Eu fui contactada pela minha gravadora Urban Antidote Records por conta de um videoset gravado antes da pandemia. Fiz alguns contatos muito bons que me auxiliaram nessa caminhada.
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DJ Sobrinho
Grupo I.D. Psy Trance, Chefe de Reportagem (Psy Trance), Colunista e Repórter