Gustavo Condé mergulha em suas raízes musicais, relembrando a infância ao som de Chico Buarque e a adrenalina das primeiras batidas eletrônicas com que sacudiu as pistas do interior de São Paulo. Desde o início no Zoff Club, cada apresentação marcou sua trajetória e moldou o artista que se consolidou como um dos grandes nomes da cena nacional.
Iniciando sua jornada musical nos anos 2000, Gustavo se conectou com o psytrance através de festas open air no interior de São Paulo, onde a cultura e a energia das pistas se tornaram uma paixão duradoura. O recente lançamento do projeto REISHI reflete sua maturidade como artista. Influenciado por grandes nomes como Astrix, Liquid Soul e Freedom Fighters, seu som é uma viagem sonora intensa, que conecta a pista de dança com uma vibração única e autêntica. Com uma carreira que já inclui apresentações em festivais icônicos como Universo Paralello e Ressonar, Gustavo segue seu caminho, levando sua música para o mundo com respeito e paixão pela cena.
Em uma conversa emocionante, Reishi compartilha sua trajetória musical, revelando o impacto das festas e eventos que compõem sua carreira, assim como os desafios enfrentados na construção de sua identidade como DJ e produtor. Não perca a oportunidade de conhecer os detalhes dessa nova revelação do psytrance! Leia a entrevista completa e descubra o futuro de Gustavo na cena eletrônica!
Gustavo, quais são suas lembranças mais antigas relacionadas à música? Algum momento específico que te marcou na infância?
Uma das primeiras lembranças que tenho relacionadas à música é da minha mãe colocando um disco do Chico Buarque em um 3 em 1 da Toshiba que tínhamos em casa. Lembro que eu adorava colocar a agulha no disco. Minha música preferida desse álbum era “Feijoada Completa”.
Como a música eletrônica entrou na sua vida? Você se lembra do primeiro evento ou faixa que realmente te impactou?
Pelo que me lembro, a música eletrônica realmente me impactou pela primeira vez quando fui a uma balada com um soundsystem potente. Foi no Zoff Club, no interior de SP, onde anos depois me tornei residente. Nessa época, uma das músicas que mais me marcou foi “Born Slippy”, do Underworld. Também me lembro da minha primeira festa open air: a Mega Avons, também no interior de SP. Foi lá que vi um set do DJ Rica Amaral, que mudou completamente minha visão sobre a música eletrônica.
Nos anos 2000, você começou a participar dos primeiros eventos de psytrance. Como foi essa experiência e qual era a cena na época?
Nessa época, tanto o psytrance quanto as festas open air eram novidades para mim, e ambos me encantaram profundamente. A cultura do psytrance sempre fez muito sentido na minha vida. As primeiras festas de que participei eram, em sua maioria, eventos pequenos com um público bem nichado. No entanto, esse tipo de evento se popularizou rapidamente na minha região, e havia muitas PVTs, o que contribuiu muito para minha imersão no psytrance.
Considerando sua trajetória, quais foram os principais desafios que você enfrentou ao começar a se apresentar em clubes e festivais?
Na época, a ausência de redes sociais tornava a comunicação entre artista, contratante e público muito mais complicada. A falta de experiência também foi um grande desafio. Além disso, pesquisar e acessar músicas era bastante difícil, pois os recursos eram limitados e caros.
Ao longo desses anos você lançou mais de 70 músicas por gravadoras renomadas. Como você descreveria o processo de criação dessas faixas e a evolução do seu estilo musical?
Neste ano, completo 15 anos de produção musical, e meu processo de criação mudou constantemente ao longo do tempo. Passei por várias fases, com processos diferentes, que refletem minha experiência e vivência como produtor. Sempre tive uma tendência natural a criar músicas progressivas, pois essa estrutura me parece convincente e completa.
Você teve a oportunidade de tocar em festivais e clubes importantes. Alguma apresentação em particular que te deixou especialmente emocionado e orgulhoso?
Ao meu ver os sets que mais me deixam orgulhoso foram os que eu consegui me conectar com a pista de dança. Quanto mais conectados, mais orgulhoso e emocionado eu me sinto. Algumas das apresentações em particular em que me lembro que isso aconteceu foi no Universo Paralello, se não me engano no ano de 2009/2010. Me lembro que foi na época na pista alternativa que posteriormente veio a se chamar Up Club, me lembro também de um set que fiz no Festival Ressonar, que aconteceu na Chapada Diamantina (BA), especificamente na cratera lunar no ano de 2016. Ótimas lembranças!
Recentemente, você lançou o projeto REISHI. O que motivou essa mudança e como ele representa uma nova fase na sua carreira?
Ter um projeto autoral de psytrance sempre foi um sonho que, por vários motivos profissionais e pessoais, ficou interrompido por muito tempo. Agora, encaro isso com muita felicidade. Por acontecer, acredito eu, no tempo certo na minha carreira, por ser um momento em que me vejo em uma fase bem mais madura como produtor e DJ.
A ressignificação da sua trajetória com o live act autoral de psytrance psicodélico traz um novo desafio. Como você tem se preparado para essa nova abordagem musical?
Com certeza é um desafio pelo fato de que o nível das produções no psytrance está bem alto. Vejo como um recomeço sem deixar de levar minha bagagem, tenho me preparado estudando e praticando muito, mais como Reishi e a realização de um sonho, isso não tem sido algo muito difícil, muito pelo contrário!
Quais são suas influências atuais e como elas se refletem no seu trabalho com o REISHI?
Tem alguns artistas que sempre foram e continuam sendo referência pra mim como Astrix, Gms, Liquid Soul, Ace Ventura, Pixel, X-Noise. Atualmente tenho Burn in noise, Freedom Fighters, Dekel, Oxiv entre outros, como referências importantes. Com Reishi busco timbres psicodélicos ao mesmo tempo modernos, e essas referências são essenciais pra mim.
Olhando para o futuro, quais são suas ambições e projetos para os próximos anos dentro da cena musical? O que os fãs podem esperar de você?
Tenho ambição de levar minha música para o maior número de pessoas possível, e também ter a oportunidade de me expressar acredito eu da melhor forma que é me apresentando. Para quem gosta da minha música prometo continuar fazendo o que gosto, um som psicodélico feito com muito respeito.