Ela é de Belo Horizonte – Minas Gerais, Nicoly traz na veia a paixão pela música e agita qualquer pista. A deejay, que é reconhecida pelo seu talento e carisma, com pouco tempo de carreira, mas com grande destaque na cena tribal no Brasil, vem fazendo apresentações nos principais selos de música eletrônica e participou de grandes projetos online em meio a pandemia, sendo agora a nossa nossa REVELAÇÃO de hoje.
“Nos tempos de hoje, podemos acreditar que somos todos iguais”
Há 5 anos atua como Deejay, a DJ começou com a paixão pela música tocando pela primeira vez em 2017, um bar bastante renomado no bairro Savassi na capital mineira com estilo Pop, sentindo na pele intensamente a emoção de tocar músicas que fazem as pessoas terem várias sensações. Logo depois, migrou para a música eletrônica onde se identificou e encontrou um nicho que poderia ter mais oportunidades de trabalho e um plano de carreira de mais sucesso.
Saiba agora nesta entrevista como começou toda a história da música com essa DJ Revelação que vem cada vez mais se destacando como DJ pelo Brasil afora.
Com toda essa história de muitas felicidades e vitórias, como tudo começou?
A paixão pela música já vem bem antes de ser DJ, sempre amei as várias sensações que a música proporciona, os vários ritmos que existem, saber a tradução das músicas, as coreografias das divas pop para colocar nos meus shows de Drag Queen, que eu mesma fazia as montagens no computador, a música sempre foi muito importante em várias fases da minha vida, depois da carreira pop, onde eu já inseria algumas músicas eletrônicas em meu set.
Estreia no Fifty Lourdes em BH 29/05/2017
Logo depois, comecei a abrir a pista de alguns eventos da cena no Club Factory, tocando deep house. Após um período de experiência com a pista, fiz o curso para DJs da CAL para aprender algumas técnicas de mixagem, meios de pesquisa e equipamentos que trabalharia dali em diante estreei tocando tribal na GIS MAIS uma das boates mais tradicionais da capital mineira, e, desde então, a música eletrônica tem sido meu foco até os dias de hoje, e sigo amando cada vez mais ter essa alegria e passar ela para as pessoas.
Hoje sendo aprovada por onde passa, como é estar passando por uma fase transformadora, onde o reconhecimento é uma realidade que está fazendo parte da sua carreira?
Desafiador, mudar é sempre bom, fazer parte do novo é bom, quando saímos da nossa zona de conforto e os resultados são positivos, o prazer de inovar fica mais asseado, sempre tive a carreira mais acelerada e agora estou mais objetiva, em uma fase que exige uma muita dedicação, estudo, paciência, ética, profissionalismo e humildade, para continuar seguindo essa linha de crescimento e conseguir chegar no meu objetivo profissional. O reconhecimento do público, o carinho e apoio deles e de amigos, as oportunidades que estão surgindo me fazem ter certeza que estou no caminho certo e querer fazer o melhor para chegar lá e passar minha mensagem com clareza e muita música boa.
Fazer parte de um casting de uma agência renomada, conta muito para a carreira de um Deejay, principalmente se tratando de um mercado com tantas opções, como é estar fazendo parte da Agência Sound&Art e como se sente ao lado de nomes tão conhecidos?
Me sinto honrada e grata por fazer parte desse time, estamos preparados para mostrar o melhor que temos. Quando fui convidada pra ser agenciada pelo Thiago Bellonzi, não sabia que ele estava recrutando artistas para fazer parte do casting da Sound&art, só depois fui ficar sabendo desse super plano, o que me deixou mais feliz e me deu mais segurança do meu trabalho, além de uma grande oportunidade, afinal estou entre artistas que sou admiro e sou fã! Fora que ter uma equipe que cuida da sua data de trabalho desde quando você sai de casa até quando você volta cuidando de cada detalhe faz toda diferença.
Sabemos que hoje em dia, fazer parte do público LGBTQI+ temos várias dificuldades na vida desde que nos entendemos por gente, como mulher trans já encontrou alguma barreira no caminho?
Qualquer pessoa trans enfrenta muitas barreiras no caminho de qualquer profissão que seja, muitas vezes temos que omitir nossa verdade para conseguir passar por elas e obter “sucesso” ou apenas para sobreviver. Tive que mostrar versatilidade para tocar em todo tipo de evento e balada, às vezes sendo eu mesma e às vezes me segurava, para ser o que o contratante queria ou esperava que eu fosse, e, assim, conseguir viver trabalhando com o que amo e acredito que é o melhor pra mim.
“Há um tempo atrás não se via tantas pessoas trans na cena, a não ser nas pistas, hoje em dia já estamos nos bares, nas luzes, nos telões, no palco, na música, na dança, nas produções, nos bastidores em geral e, aos poucos, vamos ocupando lugares que já são nossos”
Tendo em vista tudo que estamos vivendo atualmente, principalmente na divulgação da causa e dos direitos LGBTQI+, qual movimento você está observando na cena eletrônica de inserção de mulheres trans?
Estou vendo que está despertando uma curiosidade nas pessoas trans em estudar música, e até em fazer outros papéis na cena, elas querem passar o que sentem, o que vivem através da música ou de outra forma de arte, querem mostrar outro lado da história, querem ser vistas com outros olhos, querem sentir o carinho das pessoas por algo que elas fazem ali que faz bem a todos que estão na pista ou no evento de alguma maneira e que seria pouco provável que fizessem antes. Há um tempo atrás, não se via tantas pessoas trans na cena, a não ser nas pistas. Hoje em dia, já estamos nos bares, nas luzes, nos telões, no palco, na música, na dança, nas produções, nos bastidores em geral e, aos poucos, vamos ocupando lugares que já são nossos, afinal , fazemos parte da mesma comunidade e também temos capacidade de trabalhar como pessoas cis e já provamos isso inúmeras vezes, tanto que grandes nomes da comunidade trans conquistaram grandes espaços para mostrar que podemos e conseguimos ser oque quisermos, como Honey Dijon, Kim Petras, Barbara Bombom, Linn da Quebrada, Urias, Micaela Jaé, Carol Marra, Indya Moore, La Veneno, entre outras inúmeras que fizeram história e me inspiram pra que nos tempos de hoje possamos acreditar que somos todos iguais.
Em 2019, antes da pandemia do Coronavírus, você foi destaque na parada LGBTQIA+ de Belo Horizonte tocando para mais de 40 mil pessoas presencialmente e recentemente em 2021 em um projeto da Tridente fazendo um live show, PRIDENT SESSION – 2021 que já conta com mais de meio milhão de players, como foi participar desses grandes acontecimentos na sua trajetória?
Foi emocionante e super importante para as pessoas me conhecerem além das boates e festas, o convite para a parada LGBTQIA+ de BH veio através da produtora Um Brasil, com a qual já havia trabalhado inúmeras vezes antes, eu iria ser a última DJ do circuito que encerrava na praça Raul Soares, e lá estavam cerca de 40.000 pessoas que me fizeram arrepiar depois de soltar minha vinheta e primeira música. Foi demais. Uma sensação única. Dali em diante, meu nome já foi tomando outros rumos para novas oportunidades.
O convite para participar do PRIDENT SESSION junto com a Nat Valverde que sempre fui muito fã e sempre me inspirou muito, e o Johnny Bass, grande produtor que também sou fã, veio no meio da pandemia, em um momento que tudo estava mais complicado de se fazer, devido às medidas de segurança. Lembro de estar em casa e o Thiago me ligou em chamada de vídeo com a Nat para falar sobre a mãe dele e o projeto do live show que ele tinha em mente, sobre ajudar a Casa Florescer, me contou mais alguns detalhes e disse que ia mandar a proposta para a TRIDENT, para eu cruzar os dedos e torcer pra dar certo, me senti tão especial de fazer parte dessa história, desse projeto tão importante para todos que participaram. Sem dúvidas, foi o maior e mais importante projeto de maior realização profissional e pessoal que eu já participei e tenho muito orgulho dele e dos resultados que estamos conseguindo com esse trabalho.
Qual a sua expectativa para a Cena do Tribal e para a sua carreira, algum projeto novo que posso vir daqui para a frente?
Minha expectativa para a cena é que os DJs e Produtores entendam que somos todos uma grande engrenagem, que cada um tem seu papel e cresce de acordo com os méritos que eles mesmo conseguem através de trabalho duro, estudo e amor pelo que estão fazendo, que deixem um pouco de lado o ego, precisamos ter respeito e humildade para tudo funcionar em harmonia e todos saírem ganhando.
Vários projetos super empolgantes para minha carreira, estamos pensando em cada passo com muito cuidado para não perder o gosto que é viver cada fase. Recentemente, finalizamos o aftermovie do show que fizemos na Essence Pride em outubro 2021, onde colocamos todas as dancers mulheres trans (Débora Dmakes, Thays Fox, Rubia Furtado) para performar no palco, com participação também da Fada Nat Valverde no set e mais uma vez me dando apoio total, direção do Thiago Bellonzi e a filmagem foram os meninos da SantaCena que também fizeram a gravação do Prident Session sempre incríveis, o set e o aftermovie serão lançados em breve, fiquem atentos as minhas redes sociais que tem muita coisa boa pra vocês, e vamos viver muita coisa boa juntos ainda.
Preparei um projeto que se chama VRST, Versátil.
“Quando saímos da nossa zona de conforto, os resultados são positivos”
Nele vou mostrar as diversas maneiras que eu me expresso com a música, através de uma sequência de sets e músicas que preparei para serem lançadas até Agosto a cada 15 dias a partir do dia 3 de junho, começando com o “VRST Pride Set”, que foi gravado quando toquei em São Paulo, com participação da Nat Valverde na festa Essence, onde as algumas meninas trans (@foxthays, @deborah.dmakes2 e @rubyfurtado_) fizeram uma participação como dancers. O after movie desse dia será lançado no dia 6 de junho.
Nas faixas lançadas a seguir será possível ver a versatilidade em fazer não só apenas sets de diferentes vertentes , mas também o caminho de produção musical lançando meu primeiro mashup nesse combo de lançamentos.
Contratações: @tbellonzi @agencia_soundart ☎️(011) 94545-1991
