Unindo anos de vivência musical, a dupla Marsellie cria uma sonoridade que conecta o passado ao futuro
Marsellie, a dupla que vem revolucionando a cena clubber com uma pegada indie dos anos 80, está conquistando seu espaço com uma sonoridade única e envolvente. Unindo seus conhecimentos musicais, Julio Torres e Sarria criam uma experiência sonora que conecta o passado ao futuro, trazendo nostalgia e inovação em perfeita harmonia.
A dupla é a grande REVELAÇÃO da cena clubber atual, representando uma nova geração que mistura o espírito dos anos 80 com o frescor do indie dance contemporâneo. Com performances autênticas e um repertório que vibra nas pistas, a dupla é o exemplo perfeito de como a cena clubber continua a se reinventar e a encantar novos públicos.
Nesta entrevista exclusiva para a Colors DJ Magazine, Marsellie compartilha os bastidores de sua jornada criativa, desde a conexão instantânea que deu origem ao projeto até colaborações de destaque e momentos marcantes como o lançamento do álbum 11:11. Descubra como a dupla está moldando o futuro da música eletrônica com sua energia única e estilo inovador. Conheça essa REVELAÇÃO que está dando uma nova cara à cena clubber!
Quando vocês perceberam que a música era uma paixão compartilhada por ambos? Houve algum momento marcante na infância de cada um que despertou esse interesse?
[Julio Torres] A cena foi: Periferia de São Paulo, início dos anos 90 e uns moleques ouvindo Eric B. & Rakin – Paid in Full Aquilo explodiu minha mente e despertou meu interesse pelo som. O hip-hop foi minha entrada de cabeça na música, até conhecer o Ricardo Guedes, Renato Lopes e Meme grandes DJs dessa época e nunca mais parei, ano que vem isso completa 30 anos de música eletrônica.
Quais foram as influências musicais de vocês enquanto cresciam? Esses estilos ainda aparecem nas produções do Marsellie?
[Sarria] Tenho muitas lembranças dos meus pais ouvindo bandas como A-ha, Depeche Mode e New Order. Essas influências não só moldaram meu gosto musical, e criaram uma conexão emocional profunda que ainda carrego comigo. Muito do que estamos desenvolvendo no Marsellie hoje reflete essas memórias.
[Julio Torres] Antes da música eletrônica, ouvia muito Rock como The Smiths, Bauhaus, The Cure, Depeche, New Order, Joy Division porque tinha amigos que amavam isso e comecei a amar também, a Marsellie tem bebido muito dessa fonte., principalmente nos últimos releases e acredito que daqui pra frente vai ser o shape da nossa sonoridade.
Antes de formarem a dupla, cada um teve uma trajetória musical distinta. Podem nos contar um pouco sobre essas experiências individuais e como elas se conectaram?
[Sarria] Aos 17 anos, iniciei minha carreira musical como vocalista de uma banda, onde permaneci por quase 10 anos. Após esse período, decidi seguir carreira solo na música eletrônica. Durante essa jornada, conheci muitos DJs, construí amizades e comecei a colaborar com alguns deles. Foi nesse contexto que conheci o Júlio, através de uma colaboração envolvendo o Ownboss. Desde nossa primeira session de estúdio, criamos uma conexão imediata e, desde então, estamos juntos à frente do Marsellie.
[Julio Torres] Sempre tive um apego a Clubs, poucas pessoas e uma maneira mais simples de me conectar com elas, mas ao mesmo tempo ter projetos com músicos sempre me atraiu, tive 3: Crossover, Dexterz e Manimal ambos com o conceito ao vivo, acredito em música organiza feita da hora trazendo a emoção do ao vivo e sempre deu muito certo. Mantive minha residência no D-Edge na noite Moving por 17 anos, pelo amor ao clube e a cena Paulista, ainda mantenho viva essa conexão com a cena Clubber, sem isso ao meu ver não existe cena de música eletrônica.
Sarria, você começou como vocalista de uma banda de rock. Como essa vivência moldou sua relação com a música eletrônica?
[Sarria] Quando saí da banda e conheci o Júlio, me mudei para São Paulo, o que nos aproximou ainda mais. De certa forma, minha experiência com a banda se conectava bastante com as ideias que o Júlio buscava em relação a novas sonoridades. Assim, começamos a trazer para o projeto elementos das nossas vivências e experiências individuais, enriquecendo o trabalho e traduzindo nas músicas exatamente aquilo que queríamos transmitir.
Como surgiu a ideia de unir forças e criar o Marsellie? Qual foi o momento decisivo para oficializar a dupla?
Durante a pandemia, nos dedicamos intensamente à criação e composição, e quando percebemos, já tínhamos mais de 15 músicas prontas e muitas outras ideias em desenvolvimento. Foi então que decidimos nos unir para lançar essas faixas e dar vida ao Marsellie.
Qual foi o conceito inicial do Marsellie? Vocês já tinham em mente o som e a identidade visual ou isso foi se construindo aos poucos?
Começamos a desenvolver essas ideias durante o período da pandemia, o que influenciou profundamente a sonoridade e a identidade do projeto naquele momento. Foi um processo de construção e imersão ao longo desse tempo.
Como foi o processo de criação do primeiro trabalho de vocês juntos? Existia uma sinergia imediata ou precisavam ajustar estilos e ideias?
Desde o início, conseguimos compreender bem o papel de cada um no processo criativo das músicas. Eu ficava responsável pela criação da maioria das letras e melodias, enquanto o Júlio se dedicava aos arranjos e à escolha dos elementos que melhor se encaixavam na sonoridade. Podemos dizer que a sinergia foi imediata.
Em pouco tempo, vocês já conquistaram um espaço importante na cena musical. Como foi o impacto do lançamento do álbum “11:11”? O que esse projeto representou para vocês?
“11:11” tem um peso emocional muito grande para nós, não apenas por ser o primeiro álbum do Marsellie, mas por tudo o que ele representa. As músicas carregam mensagens de amor, autocompaixão e esperança, especialmente considerando o período difícil que estávamos vivendo. Muitas pessoas participaram do processo de lançamento desse álbum, foi um momento muito especial pra nós.
O EP “Ghost” trouxe uma pegada mais dançante e chamou atenção com faixas como “I’m in Love With a Girl From the 80s”. Como foi o processo criativo desse trabalho e qual o impacto de lançá-lo pela Diynamic, do Solomun?
O processo criativo foi super intuitivo e experimental. Quisemos explorar uma sonoridade moderna e ao mesmo tempo nostálgica, com influências fortes dos anos 80, mas trazendo um toque mais atual e energético. Lançá-lo pela Diynamic, do Solomun, foi um grande passo para o projeto. A gravadora tem uma identidade muito forte na cena eletrônica, e isso nos deu uma visibilidade incrível.
O EP “Drink Me Like Water” pela Organic Tunes foi outro marco para a dupla. Como foi colaborar com artistas renomados como Echonomist e The Organism nesse projeto?
Esse EP pela Organic foi, sem dúvida, um marco muito importante para nós, especialmente por receber o suporte de dois artistas que respeitamos tanto. Estávamos explorando uma sonoridade mais indie, e ter o apoio de Echonomist e The Organism, que são referências nesse estilo, fez com que a gente tivesse a certeza de que estávamos no caminho certo. Esse reconhecimento nos deu ainda mais confiança para seguir em frente com nossa proposta musical.
Vocês transitam por estilos que vão do house ao indie dance, sempre explorando novas possibilidades. Como definem o som do Marsellie e o que buscam transmitir para o público?
Acredito que viver a arte é um processo constante de reinvenção, uma busca incessante por novas formas de expressar o que estamos vivenciando. A arte, para nós, é uma ferramenta de transformação, onde cada som, cada melodia e cada letra carrega não só nossas vivências, mas também a evolução do nosso olhar sobre o mundo. Ao transitar por diferentes estilos e explorar novas possibilidades, estamos sempre nos redescobrindo, assim como o próprio público, que também se conecta de maneiras únicas a cada nova música lançada.
Já se apresentaram em eventos de destaque como o Surreal Park e a São Paulo Fashion Week. Como foi a experiência de levar a música de vocês para esses espaços tão diversos?
Levar nossa música para espaços tão distintos, com públicos tão variados, foi uma experiência interessante. Cada lugar tinha uma energia própria, e ver como nossa música se encaixava em diferentes ambientes foi algo realmente enriquecedor, nos mostrando novas formas de nos conectar com o público.
Quais são as principais influências musicais que guiam o trabalho da dupla atualmente? Como projetos como Depeche Mode, WhoMadeWho e Bob Moses inspiram vocês?
As principais influências do nosso trabalho vêm de uma mistura de sons clássicos e modernos. Bandas como Depeche Mode, WhoMadeWho e Bob Moses têm um impacto enorme na nossa música. Depeche Mode, com suas atmosferas sombrias e melódicas, WhoMadeWho, com a fusão de indie e eletrônica, e Bob Moses, com suas harmonias e melodias pop.
O Marsellie é um projeto que transcende o conceito tradicional de DJ. Como vocês equilibram os elementos de banda e performance de pista nas apresentações?
Enquanto tocamos, também temos vocais ao vivo feitos pelo Sarria, trazendo uma experiência mais conectada, como se fosse um show, mas com o ritmo e a energia de uma balada. Isso faz a performance ser única e cria uma experiência diferente para o público.
O que os fãs podem esperar dos próximos passos da dupla? Há algum lançamento ou projeto especial a caminho?
Estamos em um processo interno de criar novas ideias e experimentar novos elementos, preparando um 2025 cheio de lançamentos inéditos.
Vocês têm uma abordagem muito criativa e ousada na música. Como imaginam a evolução do Marsellie nos próximos anos?
A gente quer mergulhar ainda mais fundo nessa vibe dos anos 80, com um toque indie, misturando elementos clássicos com o que há de mais atual. A ideia é continuar trazendo uma sonoridade única, que misture o melhor do passado com o futuro.
Para encerrar, qual mensagem gostaria de deixar para os fãs e para quem ainda não conhece o Marsellie?
Escute, fazemos música com amor vinda da alma, de uma chance, coloque seus headphones e viaje com a gente.