Nós da Colors tivemos a oportunidade de conversar com o DJ Matheus Schuenck, REVELAÇÃO, representante da cena open format que surgiu bem na época mais mascarada de nossas vidas, durante a pandemia.
“O curso é a base para você se encontrar como profissional”
- Matheus Schuenck.
Nesse bate-papo, conseguimos saber um pouco mais sobre como foi o começo da sua carreira musical, a sua passagem pelo pop duo Masked DJs, a sua nova fase (solo), o seu primeiro lançamento como produtor musical e muito mais. Então venha com a gente ficar por dentro de tudo que rolou nessa entrevista incrível com o nosso DJ revelação deste mês:
Como foi seu primeiro contato com a música? E qual foi a importância da música ao longo da sua vida?
Boa Tarde. Primeiramente, eu gostaria de agradecer e dizer que estou muito feliz com o convite de estar realizando essa entrevista com uma revista que tem matérias com vários DJs que eu admiro muito.
Quanto ao contato com a música, desde muito novo, com cerca de 5 anos, eu já pedia CDs de presente, gostava muito de Sandy e Júnior, e as trilhas sonoras de filmes e novelas chamavam-me muita atenção. Por volta dos 11 anos, já na pré-adolescência, na fase de escola, eu era muito introspectivo, não me encaixava com nenhum grupo da escola, sentia-me uma pessoa sem imponência, sem relevância pro ambiente e a música foi se tornando uma válvula de escape onde eu encontrava poder, otimismo e autoconfiança.
Eu passei a gostar muito do chamado na época de Hip Hop/Pop Internacionais, que musicalmente falando foram o auge dos anos 2000. Eu não perdia um DISK MTV, ou TOP VH1, na minha cidade também tinha um TOP 10 Play TV, tinha muitos DVDs também chamados de Vídeo Tracks onde havia vários clipes internacionais.
“…ser um DJ não funcionaria para aquela minha realidade pelo medo, visibilidade e vergonha.” – Matheus Schuenck.
Por volta dos 17 anos, eu fiz um curso de Produção Fonográfica, onde também tinha módulo sobre curso de DJ, eu gostava muito da mixagem, mas eu vinha de uma adolescência introspectiva e quieta de uma cidade pequena, então, ser um DJ não funcionaria para aquela minha realidade pelo medo, visibilidade e vergonha. Não tinha nada a ver comigo, apesar de eu amar música. Tentei ir para uma faculdade de Produção Fonográfica na capital (RJ), aos 18 anos, porém por motivos pessoais, fiquei na minha cidade e a minha vida foi tomando outros caminhos profissionais. Realizei a faculdade de Educação Física, passei em concurso público e, paralelo a isso, festas tornaram-se constantes na minha vida, quando eu comecei a ir com 18, falaram que ia ser uma fase, mas essa fase nunca passou, eu gosto de festas até hoje “rsrs”.
Quando você decidiu fazer da música a sua carreira?
Uma amiga/irmã de infância (Luciana Petrillo) se tornou DJ, ela gostava muito que eu ia com ela, pois os UBERs e certos contratantes gostavam de assediá-la por ser mulher e estar na noite, quando não tinha a presença de um amigo e isso estava desgastando muito ela. Fui vivenciando essa vida como acompanhante de um DJ, até que, em 2019, eu subi num palco e vi que toda aquela minha paixão pela música poderia ter um caminho.
Como foi a busca por esse curso de DJ e produção musical? Você acha que foi para você um divisor de águas?
Busquei o curso da produção musical quando eu tinha 17 anos e o de DJ em 2019. O curso é a base para você se encontrar como profissional, entender do complexo e fascinante mundo da música, o curso me deu muita confiança.
Que outros artistas da música de alguma forma te influenciaram e ajudaram na criação e formação da sua identidade musical?
Quanto aos artistas do mainstream seria injusto eu citar alguns, pois são vários dos anos 2000 que moldaram a minha personalidade e a entrevista ficaria muito grande rs.
Acho que a minha identidade musical está numa construção constante de um equilíbrio entre o que eu quero ser e qual o caminho a música pop está migrando.
O meu primeiro contato com uma festa POP foi numa chamada Wallpaper (Rio) em 2012/13, e eu fiquei envolvido com as batidas das músicas normais (sem remix) mixadas entre si. Posso dizer que aquele primeiro contato me fez saber que existia o DJ de Pop, onde eu passei a admirar o Thiago Araújo, Felipe Mar, Guilherme Acrízio, Giordanna Forte, Fernanda Fox, Bruna Strait que foram os primeiros DJs Pop que eu presenciei.
Sempre admirei também o trabalho da família Petrillo (Lucío, Luciano e Lu) Kokadah, e DJ Shark (Hip Hop) que tocam muito em Nova Friburgo.
Como surgiu o projeto do Duo Masked DJ? Como se conheceram? E como foi o processo de construção dessa identidade de dois DJ usando máscaras?
Nos conhecemos na infância, sempre moramos um do lado do outro, fomos criados juntos, e como eu relatei acima da Luciana ter se tornado DJ e gostar/precisar da companhia de alguém para as apresentações, eu passei a gostar também da vida de apresentação do set ao público.
Na pandemia, eu resolvi mergulhar de cabeça nos meus desejos mais ocultos, mas eu também sou diretor de uma unidade de saúde, então eu tinha medo do status de DJ atrapalhar a minha outra profissão, pois a galera tem preconceito com esse perfil (o cara tatuado que toca e dança tik tok na noite que gerencia uma UBS). Contudo, a vida artística estava me tirando o sono de tanta vontade que eu estava de vivenciar aquilo, então as máscaras me escondiam, mas eu conseguia viver aquela emoção “rsrs” e eu queria algo profissional, não queria apenas fazer festas de aniversários ou iniciar no bar do bairro ficando atrás de uma mesa de som parado, eu queria fazer algo que chamasse atenção, nem que fosse de forma engraçada.
De forma bem planejada, investimos em redes sociais, roupas, pirotecnia, vídeo maker, registros, scripts e muita música boa.
Você acredita que ter começado a sua carreira num Duo e usando de um personagem de máscara te ajudou de alguma forma? Seja a construir a sua segurança e presença de palco? E como era a reação do público? Rolava essa curiosidade de quem estava por trás da máscara?
Foi muito bacana, pois ao comandar uma festa de máscara você esconde todo o seu nervoso do seu semblante “rsrs”. Quanto ao público, uns vibravam, uns riam, uns falavam mal, mas todos notavam a presença.
Você, mesmo com pouco tempo de carreira, já teve a oportunidade de tocar em grandes casas noturnas e eventos, a que atribui esse crescimento tão rápido? E que momento te marcou mais enquanto artista até o presente momento?
Abracei oportunidades e me dediquei muito, após planejamento do que eu almejava, do meu marketing pessoal, humildade e muito respeito com quem começou antes, além de muita paixão pela música e esforço para estar no lugar e hora certa com as pessoas certas e com a conduta correta. Eu já me apresentei em várias cidades especiais, mas, graças ao selo pop Pink Flamingo e ao Thiago Araújo, pude apresentar-me em um dos camarotes da Marquês de Sapucaí no dia dos desfiles e também no MAM, e também, foi muito emocionante estar no Carnaval de Friburgo, onde a cidade estava com milhares de pessoas em frente ao palco da praça pulando ao som de um electro-house (2011). O vídeo tá no meu Instagram “rsrs”.
Você acabou de lançar a sua primeira música, como foi esse processo de criação? E o que o público pode esperar do Matheus Produtor? Tem mais novidades a caminho?
Um processo muito trabalhoso, eu fiz junto com outro produtor Bernardo que possui um estúdio bem completo. Requer muita dedicação e muita paciência, até chegar ao resultado final você faz praticamente umas 30 versões da música “rsrs”.
A faixa é voltada para o instrumental, que é a parte que mais atua o produtor.
Eu gostei muito dela, pois ela remete a um pop de cena underground com sample de hip hop e um drop insano. A missão dessa faixa não é ser algo grande. É até mesmo difícil de encaixar nos sets de alguns eventos que eu faço, mas ela servirá para me fazer aprender a lidar com o mundo das plataformas digitais de música.
“Quando a gente é artista sem investimento, a gente vai colocando esforço nas nossas ações e esperando o melhor” – Matheus Schuenck.
Vai ser uma faixa sem investimento, então, eu optei por algo que não precisasse ser comercial ou viral e, sim, rico em elementos de produção.
Quando a gente é artista sem investimento, a gente vai colocando esforço nas nossas ações e esperando o melhor: espero que eu consiga fazer mais projetos musicais bacanas como produtor. Para 2023, já sabendo lidar com as plataformas digitais eu pretendo realizar um lançamento maior.
Quais são os seus planos para o futuro ? Onde o DJ e produtor Matheus Schuenck se vê daqui a 5 ou 10 anos?
Eu espero já ter realizado turnês, ter colaborado com algum artista de notoriedade, ter feito festas pops grandes, ter dividido line em eventos com artistas do mainstream, ter levado o meu som a muitos lugares e públicos.
Instagram @djmatheusschuenck
SoundCloud @djmatheusschuenck