Grazy foi a primeira deejay a representar o Funk Carioca levando por todo o Brasil
Orgulhosamente, a revista Colors DJ, nessa edição, apresenta esse fenômeno dos bailes funk: DJ Grazy, uma mulher cheia de carisma e de um coração enorme. Esse último mês foi de longas conversas sobre a infância, sobre a carreira e histórias diversas que contribuíram para traçar um perfil deste grande nome da música.
Ela nasceu e cresceu na Baixada Fluminense. Desde a infância ela já tinha contato com a música, mas foi na adolescência que ela descobriu o som que estava embalado no mundo da música Miami Bass.
“Na minha adolescência, tinha um grupo de amigos vizinhos, a Marcinha, minha grande amiga, o sobrinho dela, o Didi e o DJ Maguila. Nós ficávamos na laje ao lado de minha casa e os meninos ficavam soltando pipa e o DJ Maguila ficava tocando no toca-discos os Miami Bass, Funk internacional e Black music e eu ia para casa no final do encontro achando que estava apaixonada pelo DJ Maguila. (risos)” – DJ Grazy.
“No início da nossa adolescência, foi quando a Gagau se apaixonou pelo Funk (acho que foi finzinho dos anos 80 para o início dos anos 90). Fazíamos umas festas na laje da casa da minha irmã e rolava sempre muito Funk, que era novidade na época. Acho que essas festas super influenciaram o percurso dela para se tornar a DJ que é hoje.” – Marcinha, amiga de infância.
A DJ Grazy foi a primeira DJ do Brasil a tocar funk. Ela chegou com o seu jeitinho e conquistou o Brasil e o mundo com o seu ritmo. O tamborzão e a pulsação da noite são os produtos de consciência para a promoção desta cultura.
Essa carioca chegou para ficar, embalada pelas noites nos bailes do Rio de Janeiro e a partir dessa aproximação surgiu o seu interesse em descobrir o universo da música, o seu amor pelo Funk e seus aparatos tecnológicos.
A DJ Grazy iniciou a sua carreira no mundo do Funk no ano de 2000. Ela, muito habilidosa, logo estava fazendo mixagem e criação de diversos estilos musicais.
“Falei assim para uma amiga: ‘vou me profissionalizar como DJ!!!!! Quero isso para minha vida!’ Foi aí que comecei fazendo festinhas em casas de amigos, aniversários, casamentos e depois fiz cursos para me profissionalizar, comprei meus equipamentos e, lógico, que o segmento musical que escolhi foi o Funk.” – DJ Grazy.
Grazy é a primeira DJ no funk a utilizar a bateria eletrônica “MPC” com mixagens ao vivo, fazendo de seus sets um mix de diversões com alta qualidade que atinge o coração e alma de diferentes públicos.
“Tocar o Funk carioca, levar e representar em outros estados do Brasil como DJ mulher a vertente do Funk ‘Com a Bunda no Chão’, ‘Fama de Putona’, ‘Dako é Bom’ e várias outras músicas e suas liberdades de expressões artísticas, encarar os padrões da sociedade naquela época foi muito difícil para mim, porém permaneci forte e provei que pude conquistar meu espaço com muito respeito e carinho que tenho por todos os amigos DJs da cena e, principalmente, o Funk e suas vertentes que amo intensamente.” – DJ Grazy.
A Grazy conta como o DJ Maguila a influenciou na adolescência quando eles brincavam juntos e ouvia os Miami Bass. Ela lembra do primeiro show de Funk onde o DJ Marlboro estava tocando, foi nesse show que ela teve a confirmação que esse estilo musical era parte da sua vida. O DJ Grandmaster Rafael e DJ Sany Pitbull também foram outros nomes essenciais para sua confirmação na cena. A lista de nomes é infinita, nem dá para citar todos.
“Sempre busquei inovação durante toda a minha carreira, fico antenada em tudo que está rolando no mundo da música e os DJs. Só tenho a agradecer a cada um que passou na minha vida do início até hoje. É grande a minha admiração.” – DJ Grazy.
Ela nos contou quem foi as principais pessoas que foram importantes para ela se tornar a profissional que ela é hoje. DJ Maguila foi uma pessoa fundamental e foi através dele que ela descobriu o Funk internacional, a sua principal referência. Como ela era fã do DJ Marlboro, o principal criador do Funk no Brasil, desde a sua adolescência ela pedia ao seu irmão para levá-la nas boates onde ele tocava.
“Tenho até um diário de um dia no Club1 em Villar dos Telles que fui assistir o DJ Marlboro, o DJ Grandmaster Raphael é o nosso mestre, DJ Sany Pitbull, DJ Lesco, Phabyo DJ do Castelo das Pedras, sempre me deu forças para continuar.” – DJ Grazy.
Graças a sua simplicidade e humildade Grazy sempre pôde contar com bons amigos que sempre lhe deram força para conquistar seu espaço merecido por muito trabalho e reconhecimento pela mulher talentosa que apesar dos grandes desafios na carreira, não mediu esforços para conquistar o seu objetivo.
“Graças a Deus! Sempre fui e ainda sou rodeada de pessoas boas em meu caminho, pessoas de luz, que me dão forças para seguir meu caminho na firmeza como MC Ronaldo. Entre tantos outros.” – DJ Grazy.
O grande DJ Marlboro nos conta como é ser uma referência para Grazy e que espera grandes coisas dela daqui para a frente.
“Fico muito feliz em ser referência para uma DJ que tem o trabalho desenvolvido a partir do meu, que está nesse ramo desde 1995, se dedicando e buscando excelência. É uma das pioneiras DJs a trabalhar com Funk e fico muito feliz de me tornar referência e tomara que ela prospere cada vez mais e cresça com o seu trabalho para todo o Brasil e que se expanda cada vez mais” – DJ Marlboro.
DJ Grandmaster Raphael nos relatar como DJ Grazy “sacudiu o circo voador”:
“Hoje, eu estou aqui para falar da grande DJ minha amiga, DJ Grazy. Eu a conheci já faz um bom tempo. Uma época atrás, eu fazia um evento aqui no Rio De Janeiro que era um grande sucesso e se tornou parâmetro para outros eventos que é o evento EU AMO BAILE FUNK, uma casa emblemática do Circo Voador na Lapa. Eu era residente desse evento, então eu conheci a Grazy que estava começando. Eu a vi tocando e achei muito interessante até porque era uma época que pouquíssimas mulheres estavam se aventurando e, aí, eu a chamei para tocar no meu evento, o que era uma responsabilidade muito grande e, cara, meu instinto não falhou, graças a Deus. Ela chegou lá e sacudiu o Circo Voador! Tocou super bem com mixagens perfeitas em uma época que tinham poucas mulheres atuando e, a partir dali, ela desabrochou porque o evento era muito vitrine. É um evento que até hoje é muito conceituado aqui no Rio de Janeiro. Para mim, é maravilhoso falar da Grazy, é uma pessoa incrível, estou muito feliz pelo sucesso dela e vou continuar aqui torcendo” – DJ Grandmaster Raphael.
O DJ Lesco fala da noite que ele deu oportunidade para a Grazy subir no palco ao seu lado e mostrar para todos o seu talento.
“Falar da Grazy é falar de uma DJ determinada que sabia muito bem o que queria. Um fato que aconteceu quando eu conheci a Grazy: a primeira vez que eu a vi, ela apareceu lá no Rei do Bacalhau onde eu tocava e atuei por 15 anos. Nessa ocasião, ela falou que tinha feito um curso de DJ e perguntei ‘você é DJ mesmo?’ e ela disse: ‘eu sou DJ’. Então, no meio do baile eu coloquei ela no palco e acho que foi a primeira vez que ela subiu no palco para tocar para tanta gente e, dali, eu acho que surgiu realmente a DJ Grazy que depois virou minha grande amiga, uma grande pessoa, uma pessoa que está sempre disposta a ajudar todo mundo. Só tenho coisas boas para falar dessa amiga e desejo muita sorte, muito sucesso. Melhor dizendo, mais sucesso, muita saúde e que ela continue sendo essa pessoa ímpar e essa grande DJ e grande profissional que ela é” – DJ Lesco.
Não é difícil para o DJ Phabyo descrever a Grazy como uma mulher incrível e com energia que levanta multidões.
“Eu conheço a Grazy há um bom tempo. Não lembro exatamente quantos anos mais a gente se esbarra nos backstages dos bailes e nos eventos e tal. Há bastante tempo. E a Grazy sempre com essa energia maravilhosa dela e eu a acho uma DJ muito determinada, muito espontânea e dedicada em todo trabalho que ela faz, tanto nas lives de MPC quanto no seu próprio set. Ela tenta sempre se manter atualizada e antenada a tudo que está acontecendo para fazer aquele set redondinho e maravilhoso para a galera curtir na pista. O que eu tenho a dizer da Grazy é isso: que, realmente, ela tem uma energia surreal sempre sorridente alto astral lá em cima e a aonde chega, ela bota para quebrar” – DJ Phabyo, do Castelo das Pedras.
Logo, surgiu a proposta para a gravação do DVD que marcaria a sua carreira, foi um sucesso. Teve a participação de grandes nomes do Funk, DJs e MCs, foi uma noite memorável para a Grazy realizar mais um dos tantos sonhos que ela tinha.
“Produzir esse evento no pré, durante e pós, com ajuda de alguns amigos DJs, MCs, empresários do movimento só me fortaleceu grandão como meu amigo MC Ronaldo, um amigo para a vida. Ter ele no meu DVD foi sensacional, e sou muito grata, até uma amiga de Los Angeles (Alexandra) uma grande pesquisadora do Funk participou da gravação do DVD, muito fofo sempre rodeada de amigos de luz!” – DJ Grazy.
O MC Ronaldo que fez sua participação no DVD de DJ Grazy nos conta como conheceu ela e como se tornaram grandes amigos.
“Conheci a Grazy na época do Orkut onde perguntei se ela era DJ e, na época, DJ mulher não tinha. Falei: ‘Poxa, que legal uma DJ feminina, é novidade no mercado’ Aí, ela falou: ‘Ainda mais eu que sou loira, devo chamar atenção’, eu disse: ‘com certeza!’ E aí, foi que nos tornamos bastante amigos, eu, como sou MC, já tive o prazer de ver na Rio Sampa ela tocar para mim. Já participamos de vários clubes e boates casas de shows como a Via Show, Westshow, Rei do Bacalhau, Barra Music e entre outras e vários bailes de favela e ela sempre sacudindo o pessoal, tive a maior honra de participar da gravação do DVD da Grazy. Fiquei muito feliz em fazer parte dessa história maravilhosa e poder a ver decolando como DJ.
Não foi fácil para ela, onde tinha 99% de homens tocando, ter ela faz a diferença no nosso funk. E, naquela época, não tinha outra mulher tocando na nossa cena, não como hoje onde tem várias mulheres DJ, aí, ela veio para ficar. Sou muito grato por essa grande mulher existir” – Mc Ronaldo.
Essa DJ talentosa, junto com seus amigos, levantou multidões e mostrou que o Funk faz parte da cultura do Brasil. Grazy representou, não foi à toa que ela participou de todas as edições do RIO PARADA FUNK.
“Sentimento de gratidão em ver e presenciar esses momentos históricos do movimento funk! Foi lindo ver e participar de todas as edições, nas primeiras edições. Só eu como DJ mulher, e ao longo dos anos foram surgindo mais DJs mulheres para fortalecer o bonde!” – DJ Grazy.
O Rio Parada Funk, que conta a história do gênero musical, as edições foram realizadas bem no coração do Rio de Janeiro, todas com mais de 300 mil pessoas incluindo estrangeiros.
“Foi maravilhoso ter o privilégio de poder participar dessa reunião de DJs e MCs do movimento Funk junto com o idealizador do Rio Parada Funk, o Matheus Aragão. Nos reunimos meses antes do evento para preparar o que iríamos tocar para o público, o que seria o evento em si, e, nossa, foi lindo de ver, de participar, de tocar, um dia inteiro de Funk, várias equipes, todas com fundamento histórico do funk, vários DJs e MCs, enfim, o Funk estava em peso” – DJ Grazy.
Ela participou de grandes eventos como a Virada Cultural Paulista que no ano de 2013 aceitou e incluiu o Funk na Cultura da cidade.
“Foi fera demais, fui convidada junto com alguns MCs e DJs aqui do Rio e só fomos e representamos! E no ano em que a cidade incluiu o Funk como cultura, um marco para a história do mesmo” – DJ Grazy.
Também foi convidada para participar do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, na Rede Globo, onde pôde contar um pouco de sua trajetória no mundo do Funk e do Preconceito.
“Fui convidada para contar um pouco da minha história e o preconceito no Funk. Parecia que eu estava sonhando. Acho que todo artista que trabalha duro quer ter seu trabalho sendo reconhecido em rede nacional, mundial. E esse dia foi lindo! Foram dois dias de gravação, o primeiro em minha casa com os meus pais e, logo em seguida, no Castelo das Pedras, onde toquei e o segundo foi no programa ao vivo junto com MC Bola, Marlboro, MC Koringa, MC Beyonce que hoje é a Ludmilla, nossa, entre outros artistas importantes” – DJ Grazy.
MC Koringa dá um exemplo de como a Grazy é uma referência para as DJs mulheres cisgêneras.
“Grazy é para mim uma grande referência quando falamos em DJ feminina, não estamos falando de uma pessoa que coloca uma roupa sensual fones de ouvidos e fica gesticulando para o público e não domina as técnicas de um(a) DJ precisa. Estamos falando de uma DJ de Funk mulher que tem os requisitos para exercer a função. Grazy é um orgulho e merece respeito, ela deve ser uma referência para as mulheres que querem ser DJs” – MC Koringa.
Com o seu grande sucesso, ela fez uma participação especial nas gravações das cenas da novela “Em Família”, onde rolou uma festa no Vidigal. A DJ Grazy comandou a pista com o seu som que embala as noites cariocas.
“Minha produtora na época, a Dani Ribeiro, me ligou às 8 horas. Eu estava na agência pegando meu carro novo, uma conquista que o Funk me deu e, de lá, ia para o trabalho. Ela contou que estavam procurando uma DJ mulher para gravar essa cena da novela e fui indicada, larguei tudo. Liguei para o trabalho e disse que estava passando mal! Fui ao shopping me encontrar com a Dani, comprei uma roupa nova e fui ao Vidigal com meu carro novo que não sabia nem dirigir direito porque ainda não tinha me acostumado. E, para subir o Vidigal, aff, foi tenso. Adrenalina do início ao fim” – DJ Grazy.
No ano de 2013, ela foi convidada para ser capa da Revista Sepetiba News, junto com seu amigo MC Márcio G, onde os fãs dela puderam conhecer mais sobre seu trabalho.
“Fui convidada para essa entrevista e contar um pouco da minha história, foi muito bom” – DJ Grazy.
Festa da Grazy, esse era o nome do programa em que a DJ se apresentava diariamente na rádio Sociedade FM de Volta Redonda. Também foi convidada a participar do programa O Som do Galerão na Rádio Beat 98, na mesma época fez uma participação especial na rádio FM O Dia…
“Foi uma experiência enriquecedora, fui convidada pelo grande Sérgio Mamma para fazer essa participação no programa Chá com Bolacha que rolava a ‘Festa da Grazy’. Só gratidão por todas as experiências.
Fui convidada para participar do Som do Galerão na rádio FM O Dia pelo DJ Tubarão e DJ Caverna, fiquei um pouco nervosa, mas foi bom demais. A primeira vez foi no Batidão Net pelo DJ Bob Braw, e depois foi pelo DJ MP4.” – DJ Grazy.
Com o seu grande sucesso, logo ela foi DJ residente do Baile da Gaiola Original, evento que acontecia na favela da Penha, passavam por lá mais de 30 mil pessoas todos os sábados.
“O DJ Pigmeu me apresentou para os donos do baile, que me pediram para tocar lá na favela onde existia um projeto de levar o baile para fora do Rio. Então, todos os sábados, eu estava lá tocando. Quando tinha evento fora no dia, eu ia e depois do evento concluído, eu voltava para o baile e ficava até meio-dia!” – DJ Grazy.
Depois da proibição, o baile de favela virou selo e foi levado para vários estados do Brasil, e mundo afora.
“O Baile conquistou espaço no Brasil e em outros países! Funk no mundo!” – DJ Grazy.
Logo, a DJ Grazy foi reconhecida não só no Brasil, mas no mundo. O Funk conquistou o seu lugar por direito e foi realmente reconhecido, mesmo sendo um som provindo das favelas cariocas.
Foi um dos marcos na carreira da Grazy, um tour pelos Estados Unidos (Washington, Newark, Orlando, San Francisco, Pompano Beach e Boston) e Europa (Leiria, Porto, Algarve, Setúbal e Inglaterra Londres) representou o Brasil levando o funk para o mundo!
“Quando chegava nos lugares, as pessoas eram sempre muito receptivas, carinhosas. Me deixavam à vontade. Então, eu largava o aço (risos) e o pessoal acompanhando e cantando todas as músicas que eu tocava. A troca de energia era assustada, eu ficava boba como o pessoal estava atualizado sobre os Funks que tocavam na favela.” – DJ Grazy.
Como a tour fora do país lhe foi marcante, a Grazy comentou como ela gostaria de reviver essas sensações novamente, e principalmente, Londres, que deixou um gostinho de quero mais.
“Todas foram marcantes na minha vida, cada uma tem um pedaço do meu coração, porém a de Londres foi assim, nem sei explicar! Gostaria de retornar em todas. (Risos)” – DJ Grazy.
O Funk ainda é taxado por uma boa parte da sociedade brasileira como apologia ao sexo e a criminalização. No entanto, tem ocupado grande espaço e mostrado a realidade e potência da cultura da periferia. Aos poucos, esse preconceito vai se dissipando. Faz parte da nossa cultura e são poucos os que levantam essa bandeira.
“Quem não aceitava achava que a mulher no Funk era algo de outro mundo. Para não falar a palavra exata que para mim, foi uma luta permanecer firme e, a todo momento, foi preciso eu provar que, sim, mulher pode também fazer o que quiser, inclusive as coisas que a sociedade obriga as pessoas a aceitarem padrões que só os homens podem exercer” – DJ Grazy.
Com o passar dos anos, foram surgindo várias mulheres, tanto na cena do Funk como em outras. Esse mercado da música só vem crescendo e a tendência é a cada vez mais surgirem DJs mulheres. No Funk, não é diferente, sempre aparecem novas personalidades, entretanto só permanece quem tem talento.
Perguntamos à Grazy como ela enfrenta os boatos que a DJ Barbara Labres falou que é a primeira DJ mulher e que não tem referências para se inspirar:
“Fico até com vergonha de ver isso, né mano, em pleno 2022! Só observo mesmo e vejo outras DJs por aí também se intitulando serem as primeiras DJ de Funk! Virou moda isso! Acho feio, né, porque percebemos que não estudaram nem o seguimento que tocam. E a Primeira DJ Mulher do Brasil foi a Sônia Abreu, ela tocava outro segmento musical. Mas, em relação ao Funk, tenho propriedade em falar, porque faço parte do movimento há 22 anos e a idade de muitos DJs por aí que se intitulam serem os primeiros, é muito triste. E para as brabas, manas na pista que sabem tocar e representam o movimento, eu bato palmas e meu coração enche de alegria! Vale colocar aqui também que sou DJ que na época nem tinha Instagram, minha gente (risos). A Internet era precária e os MCs vinham em minha direção para me entregar as músicas!
Além disso, não posso esquecer da minha amiga DJ Aurea, que tocava esses seguimentos (Soul, Black Music, Funk Melody Internacional) e tive a oportunidade de conhecê-la…” – DJ Grazy.
A DJ Grazy fala dos episódios que mais lhe marcaram durante esses anos de carreira.
“Ir ao programa da Fátima Bernardes foi muito marcante, foi um sonho e fazer uma participação, mesmo que pequena, no documentário na HBO foi tudo surreal. Viajar para outros países tocando Funk também foi um sonho.
Aliás, ser mulher, DJ e tocar Funk é um sonho!” – DJ Grazy.
Recentemente, a Grazy fez uma participação em um documentário pela HBO “A Voz das Poderosas” e nos descreve como ficou feliz em fazer essa participação tão especial.
“Me pediram autorização para exibir um trecho da minha imagem de um vídeo, mesmo sendo poucos segundos, foi maravilhoso ser lembrada em um documentário sobre Funk em especial no episódio 4: “A voz das poderosas”, um episódio sobre as mulheres no mundo do Funk. Fiquei muito feliz” – DJ Grazy.
E Grazy nos contou quais serão os seus projetos para o futuro:
“Estudei durante 1 ano na Boreal Music Academy, sobre tudo o que um artista precisa para cuidar de sua carreira, desde marketing, carreira, lançamento estratégico musical, todos os passos para consolidar uma carreira artística e, nesse final de ano, estou aplicando tudo o que aprendi com o artista de Rap, o Sl!m Beatz” – DJ Grazy.
Então é isso, a nossa Rainha DJ do Funk merece muito respeito por toda a trajetória que ela vem traçando, pois, é assim, com respeitando a todos, que ela chegou até aqui e tem cada vez mais capacidade e potência para entregar muito mais daqui para frente. Parabéns pela sua trajetória, DJ Grazy.
Não deixe de ouvir seu mais novo trabalho, “Pau Quebra”, com a icônica MC Carol:
Luciane Blake
Repórter.