Cacá Ribeiro, quem seria esse rapaz de 59 anos? Segundo o talentoso Adriano Suares (DJ Bacana) ou também DJ Suarez, Cacá é não apenas “basicamente”, mas, também: o que todo DJ precisa e quer por perto. Nada mais, nada menos que O produtor executivo. Principalmente, pelas suas assinaturas em produções de eventos e por valorizar o artista e a cena.
“Sempre aparece alguém usando meu nome para tentar entrar VIP na balada. Tenho um amigo que uma vez fez uma grande festa e me relatou que foram dois outros 'Cacás', acho isso uma vergonha. Um dia desse um foi ao Lions e disse ser meu sócio. Ele queria um cartão de consumo de 400 reais, enfim muita cara de pau...”
Algo bem peculiar sobre o próprio virginiano é que ele mesmo alega: “Não sei tudo o que fiz”. Esse tipo de frase realmente NÃO combina com pessoas que fazem questão de gravar tudo e tirar foto de tudo que fazem por likes, mas das que se jogam e produzem e se movem por gostarem de fazê-lo, por gostarem do bem estar e prazer que o estar produzindo proporciona.
“Cacá é uma pessoa com as principais qualidades que alguém pode reunir, além de um senso de humor único, tanto quanto seu bom gosto, em tudo, e de sua obsessão pelos detalhes e pela excelência em tudo o que se compromete”
“Entrei no Jerome há cinco anos como faxineira, depois que voltamos a trabalhar na pandemia, Cacá reinventou o clube como bar e restaurante e a mim também. Apreendi todos os setores do clube e quando voltamos com as festas, o Cacá me deu a oportunidade de ser gerente dessa casa noturna incrível (uma das melhores de São Paulo). Cacá é incrível no que ele faz, cada detalhe de cada festa faz cada cliente e convidados terem ótimas experiências no Jerome (clube no qual eu trabalho com ele). Cada móvel e quadro ele escolheu e alguns de sua própria casa. Ele me deu a oportunidade de evoluir dentro do clube como fez com vários outros funcionários. Admiro seu trabalho”
E essa frase também reflete a quantidade de grandes momentos que o produtor passou: sua primeira festa que teve grande impacto: “Será que ela vem?”, um tributo à Madonna em seu primeiro show no Brasil no início dos anos 90. A cantora infelizmente não apareceu.
“Apesar de nunca ter faltado a nenhuma abertura de seus clubes ao longo do tempo, ironicamente, eu perdi justo a 'Será que Ela Vem?', uma festa em homenagem à Madonna, em sua primeira vinda ao Brasil, que catapultou Cacá ao Olimpo dos 'Top festeiros' de São Paulo. Bom, ela não foi, nem eu, mas quem foi não esquece!”
O paulista tem também reconhecimento não apenas pela excelência no trabalho, contudo pela inclusividade que faz questão de empregar em sua continuidade de carreira. Criou, há pouco tempo, um programa de empregabilidade transgênera, para efetivar estagiários em sua rede de clubes.
“Conheci o Cacá realizando a cenografia de um casamento. A conexão foi automática, nosso senso profissional é muito compatível. Proatividade e disposição são qualidades que ele preza e que identificou na minha personalidade. Fui convidada a participar de uma entrevista onde conversamos e ele me convidou a integrar o time de profissionais dos clubes dele (Lions NightClub, Club Yacht e Club Jerome) numa espécie de rotação laboral na qual aprendi um pouco de todas as principais funções e processos gerenciais das casas. Entre todas as funções, me sobressaí sendo hostess, por manter o equilíbrio entre bom atendimento e firmeza. Já estou na função há 7 anos. Nossa relação é muito próxima, ele é um gestor muito flexível e acessível, nos dando total liberdade para expressar nossas opiniões para aperfeiçoar o funcionamento da casa e atender as demandas dos clientes”
O mais interessante é que toda essa produção veio de uma educação de dança, baseada em balé clássico, dança contemporânea e o mesmo teve participação em grandes espetáculos a partir do seu antigo grupo de dança chamado Marzipan, como o Tim Festival e o Carlton Dance.
“Conheci Cacá quando ele era bailarino e eu crítica de dança da Folha de São Paulo. Nossa empatia foi imediata e é possível dizer que a gente nunca mais se desgrudou”
“Fizemos mais de 20 festas juntos com algumas marcas que comandei no Brasil, principalmente com a Diesel, onde fizemos história… Tenho orgulho de alguma forma ter dividido sonhos e visões de mundo com Cacá”
“Meu irmão querido, criativo, inteligente, empreendedor, generoso, genioso, virginiano, super detalhista e visionário. Muitos achavam que éramos gêmeos quando crianças, porém, como acontece, fiquei o mais alto dos 5 filhos. Quando nossa mãe ficava brava com os dois, sempre saía um: 'CAKIKO!!!!' ”
“Meus planos para o futuro são cuidar bem dos negócios que já tenho e, quem sabe, mais um espaço multifuncional ou um grande festival de música pop.”
As fotos foram feitas exclusivamente para a entrevista com a Colors DJ. Fotógrafa responsável: Silvana Garzaro (fotógrafa criadora do @projetocampodeflores e colaboradora do jornal @estadao @colunadiretodafonte).
