Com formação de DJ e também em Produção Musical pela conceituada AIMEC, em São Paulo, nosso entrevistado de hoje tem cada vez mais destaque em nossa cena. É uma grande promessa da nova geração!
Ivan Barres é natural de Campinas, tem 32 anos e vem mostrando um trabalho consistente de produção, criando inúmeros remixes oficiais e algumas original mixes. Sua sonoridade tem uma identidade forte e muito atual.
Nesse bate-papo você vai saber um pouco mais sobre sua carreira, os planos para o futuro e sua opinião sobre temas atuais da cena tribal.
Conte-nos um pouco de sua trajetória, como começou a tocar?
Meu contato com música foi desde criança, comecei na fanfarra da escola, depois passei a ajudar a rádio da comunidade onde eu morava aos finais de semana.
Já na minha adolescência, com as matinês, foi um amor muito forte pelo início da música eletrônica no Brasil. Logo descobri o DRUM N BASS e depois o house/eletro da época.
Aprendi a discotecar pelo software Traktor aos 15 anos e ajudava nas festas dos amigos discotecando ou apenas me divertindo.
Em 2017 decidi que não tinha mais como fugir do que sempre quis fazer, comecei a estudar discotecagem na AIMEC, em Campinas, toquei em alguns clubes do interior como Subway, Mansion e Luuv Club.
Eu já tinha algumas noções de produção e de música, mas queria colocar isso em prática e aperfeiçoar.
Meu sonho sempre foi produzir música e trabalhar com isso, então decidi começar um curso de produção musical e logo emendei com mixagem e masterização também na AIMEC, terminando em 2018. De lá para cá, eu não parei mais, utilizei todo o meu tempo livre para estudar, coloquei metas e prazos para projetos, o que me ajudou muito no caminho da produção.
“Estudar é o único caminho para o sucesso” Ivan Barres
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Quais são suas maiores referências como produtor no Brasil e fora dele?
Da nossa cena tenho muitas referências, eu sinto um orgulho muito forte da velha guarda, que com muito pouco conseguia fazer música de verdade e com qualidade gringa.
Eu me lembro que um dia toquei em uma festa da cena com público predominantemente hétero, entre amigos e me aventurei em tocar ALTAR que estava bombando na época, a galera vibrava, teve até show. Foi tribal até acabar a festa! Na época, o eletro house dominava, mas eu já sentia um amor pelo tribal.
A classe dos DJs é considerada por muitos, desunida. O que pode ser feito para mudarmos essa cena?
Isso vai existir em qualquer cena, onde existe ego, existe desunião, mas eu ainda vejo união entre nós, principalmente da parte dos produtores. Sempre vejo eles ajudando ou tirando algumas dúvidas, claro que uns mais que outros. O importante é nós darmos o exemplo sempre!
O que pensa a respeito das mudanças no formato da profissão DJing , que aos poucos está se tornando um show audiovisual e não apenas de áudio?
Acho super válido, consegue passar o cuidado e profissionalismo do trabalho durante a apresentação, acredito que esse será o futuro: apresentações bem completas com áudio visual e efeitos sonoros. Preciso contar que a primeira vez que eu vi uma apresentação como essa foi no Skol beats de edição 2006, com o LCD SOUNDSYSTEM. Durante a apresentação eles misturavam pequenos trechos de filmes como CIDADE DE DEUS e faziam música. Era um verdadeiro espetáculo de arte visual da época, um tempo que era muito difícil esse tipo de improviso, o vinil e a tecnologia em geral eram muito limitados.
Qual o B2B que gostaria muito de fazer e ainda não rolou?
Tanta gente talentosa da cena, acredito que muitos poderia agregar ao meu estilo, mas deixo o convite em aberto! Muitas pessoas conhecem minha apresentação, mas não sabem ou não viram ainda minha apresentação. E tenho muita coisa a agregar também!
Uma história inusitada que aconteceu em uma apresentação?
Não digo engraçado, mas diferente…Logo no início do meu set, ao entrar na cabine e olhar a CDJ com uma música muito maior que o normal, aproximadamente uma hora e perceber que o set foi gravado, foi hilário e rendeu muita risada depois!
Sente saudades, como alguns colegas seus, da sonoridade que se fazia alguns anos atrás?
Claro que sinto saudade, mas tudo tem uma evolução também, eu não deixo música velha morrer e sempre está nos meus sets.
“Eu não deixo as músicas antigas morrerem, sempre toco nos meus SETs” Ivan Barres
Qual sua opinião sobre a venda de mashups?
Acho injusto, dá muito trabalho produzir uma música! E todo mundo sabe disso. O mashup é aprendizado, todos começam por ele e eu aprendi muito com ele também, mas vender um trabalho de outras pessoas é pular etapas e soa como desespero!
Por outro lado, vi um comentário do nosso amigo Bruno Knauer que eu concordo muito, nesse ano foi algo incomum. Muitos DJs ficaram sem trabalho e sem sua renda, dependendo desse pequeno suporte dos produtores, o correto seria o produtor de mashup pedir ao produtor a venda do material. Ficaria justo para os dois!
Qual a diva que nunca pode faltar no seu set?
A Lady Gaga fez um trabalho incrível com o Chromatica, então hoje em dia ela não pode faltar.
Que conselho daria pra quem está começando agora, seja a tocar e/ou a produzir?
Aprenda, corra atrás e foque para chegar no seu objetivo! Estudar é o único caminho. Uma dica que eu dou é assistir um vídeo por dia do Youtube, todos os dias. Perca 10 minutos do seu dia para isso, vai acelerar muito seu ensino.
Quais seus planos para quando tudo isso passar? O que podemos esperar de DJ Ivan Barres
Muita coisa nova com vários artistas grandes e que eu admiro muito. Música boa de verdade!