Byron Style

ENTREVISTA | CONHEÇA BYRON STYLE: A euforia em pessoa

Byron John traz a coragem e a certeza de onde quer chegar e por isso hoje apresentamos um pouco mais da sua trajetória com a música, em especial, como o Tribal House.

Imagine alguém que começa o seu contato profissional numa banda de metal e que ao se deparar com o Tribal House em uma viagem destemida à Cidade Maravilhosa vira o jogo musical de sua vida num 360º que se encaixa perfeitamente com a sua personalidade bem “Euphoria”.

“…Eu sabia que incomodava as pessoas, então exagerei mais na maquiagem, … sabe que é uma atitude perante a vida de ser quem você é.” – BYRON STYLE.

Aqui nesse bate-papo super especial, vocês vão conhecer um pouco dessa história maravilhosa de um jovem de família Hispânica Chilena, bem promissor, que se preocupa tanto com o visual quanto com a sonoridade perfeita. Confira agora com exclusividade essa entrevista

Vamos começar a pular para o seu passado, quando você começou a ter um contato direto com a música.  Quem eram suas referências, seus ídolos e como era sua relação geral com a música antes de se tornar um DJ profissional?

O que vou contar é uma raridade, mas meu primeiro contato direto com a música foi tocando em uma banda de metal. Quando eu era adolescente, um colega de escola me ensinou a tocar guitarra e me ofereceu para tocar em sua banda de metal tributo ao Slipknot. Eu na guitarra, acho que é a coisa mais esquisita que já fiz na vida, além de ser gay, coisa que não escondi de ninguém na época. Eu maquiava meus olhos em todas as apresentações que fomos. Eu sabia que incomodava as pessoas, então exagerei mais na maquiagem, gosto de provocar as pessoas, sabe que é uma atitude perante a vida de ser quem você é. Eu também sempre fui um admirador da Madonna, eu cresci desde pequeno assistindo ela e aprendendo com ela. Ela é minha maior referência musical em vários aspectos, como como me vender.

Quando ocorreu e o que aconteceu para você sentir que seria legal se tornar um DJ

Foi quando a rotina do meu trabalho estava me matando, percebi que não estava trabalhando no que realmente gostava, precisava encontrar algo para trabalhar não só por dinheiro, mas por prazer e o que mais gostava era de sair para festas.  A partir desse pensamento me ocorreu tornar-me DJ, eu queria trazer felicidade para as pessoas, eu queria fazê-las sentir como eu me sentia na pista de dança, aquelas emoções extremas de euforia, amor e felicidade, você sabe o que eu estou falando (hahaha).

Você aprendeu a tocar com o DJ chileno Rafa Fernandez, como foi esse processo?

Eu conhecia o Rafa há muito tempo no Club Divino em Viña del Mar, um dia vi um anúncio que ele estava ensinando, naquele momento eu disse: “Esta é a minha oportunidade” e todas as oportunidades que vejo não as deixo escapar.  Foi um processo difícil no começo, mas nunca desisti, tive que aprender, disse na minha mente: “Isso é o que vou fazer por toda a minha vida”.  Anotei tudo o que ele me contou em um caderno, bebi xícaras de café para ficar bem atenta e poder me lembrar do que ele me ensinou (hahaha).  Enfim, aprendi, custou, mas valeu a pena e, hoje, estou criando meu próprio estilo de tocar.

Após o seu primeiro ano no curso de DJ Rafa Fernández, o que você fez para fazer a diferença em suas apresentações?

Para diferenciar meu trabalho, dei muito valor ao visual, fazendo lives, criando vídeos, dando um tema para cada set. Obviamente, sem descuidar do aspecto musical, que acho que, com meu último set, estou conseguindo mais perto do que quero refletir mais, ainda estou definindo meu estilo que acho que vou terminar de selar com meu terceiro set e quando aprender a produzir.

"Twink from Río" 27-07-2022./ Diseño de portada: @lorenatognia.estilista / Design da capa: @lorenatognia.estilista.

Considerando que você lançou recentemente o set “TWINK FROM RIO” em homenagem à Cidade Maravilhosa. Qual é a sua relação com o Rio de Janeiro e o Brasil?

Com o Brasil, principalmente com o Rio de Janeiro, tenho uma relação de amor muito forte, a primeira vez que visitei o Brasil foi quando eu tinha 19 anos, não tinha contado a ninguém da minha família que tinha passagem de avião para o Rio, até que chegou o dia e eu disse a eles pela manhã que eu estava saindo em 4 horas. Minha mãe queria me amarrar, ela é espanhola e seu sangue espanhol estava fervendo… Imagine aqueles gritos, ela me repreendeu indagando como eu pensei em viajar sozinho para um lugar que eu não conhecia e eu disse a ela: “Vá para o diabo, que já sou maior de idade”. Finalmente, escapei de casa com minha mala e minha passagem (hahahaha). Eu só queria viver minha vida!!! Depois dessa primeira visita, visitei o Brasil mais 6 vezes, tenho amigos, muitas histórias e boas lembranças que sempre estarão no meu coração. E musicalmente, descobri tribal house no Rio na The Week Rio, naquela época era um gênero que ainda não havia chegado ao Chile.

Depois de todos esses anos de história com o Rio, eu queria refletir musicalmente no meu novo set o que é a noite carioca, daí o jogo de palavras TWINK FROM RIO que se você pesquisar Xvideos pela palavra TWINK você descobrirá quem eles são (hahaha).  Nesse set, trabalhei com muitos produtores brasileiros como o DJ Fernando Ruiz e o DJ Felipe Araujo, também com o DJ José Vásquez (chileno) que mora no Brasil há anos. Esse set é um presente para aquela cidade, eu adoro os brasileiros.

“Estou sempre trabalhando, melhorando o que já fiz. Enquanto todo mundo dorme, eu continuo trabalhando e trabalhando.” BYRON STYLE.

Com pouco mais de dois anos de carreira, você já está conseguindo uma certa ênfase. Você acha que isso também tem a ver com a forma como você entrega sua identidade visual?

Sem dúvida que sim, é uma mais valia que poucos exploram, embora sempre acreditei que não chega. Estou sempre trabalhando, melhorando o que já fiz. Enquanto todo mundo dorme, eu continuo trabalhando e trabalhando. Às vezes, fico obcecado com um som que não se encaixa e me tranco o dia inteiro para melhorá-lo.  Se eu não tenho que comer eu não faço isso até que o trabalho esteja feito, esse nível de obsessão durante este ano me trouxe consequências, eu tive que começar a tomar pílulas para conseguir dormir por causa da ansiedade que o lançamento meu último set gerou em mim e que o trabalho será bem feito. Passei muito mal. São aqueles momentos que você fica pensando a noite toda sem conseguir dormir, sou meio exagerado (hahaha), mas acho que valeu a pena pelos resultados que consegui, gosto de sangrar e suar (hahaha).

Por que escolher a cena Tribal?

Escolhi Tribal porque é o gênero que mais conheço. Como mencionei, eu o conheci na The Week do Rio e quando ele ainda não havia chegado ao Chile, eu já tinha conhecimento prévio. Além disso, é o gênero que mais me faz sentir eletricidade no corpo em festas que têm homens e é um ambiente tão agradável.

Como é representar a comunidade LGBTQIA+ dentro dessa cena eletrônica nos dias de hoje?

Dentro do mesmo ambiente de festa gay é fácil e amigável, mas quando tive que ir ao público heterossexual tenho notado que tive incidentes muito desagradáveis ​​devido à minha orientação homossexual. Mas, para mim tanto faz e tanto fez: mando pro inferno e faço o meu trabalho.

Quais foram os principais selos que você já se apresentou e quais você sonha em se apresentar?

Ultimamente, tenho me apresentado em várias festas na costa central do Chile, principalmente para o público heterossexual, e quero muito sair dessa bolha e estar em festas para o público LGBTQIA+, e, é claro em algum momento do Brasil já que a energia do brasileiro é única, é por isso que sempre volto.

Agora, para finalizar, o que você pode falar sobre os próximos meses para as pessoas que acompanham seu trabalho?

Bem… Eu quero dominar o mundo (hahaha).  Assim que possível, quero aprender a produzir espero poder começar a lançar minhas próprias produções musicais dentro de 6 meses. Talvez, meu próximo set com produções próprias e em breve viajarei para o Brasil de férias, talvez dessa vez nos vejamos no palco.

Deixe uma mensagem para seus fãs e admiradores do seu trabalho, assim como deixe uma mensagem para os seguidores da Colors DJ Magazine:

A melhor mensagem que posso te dar é nunca desistir, siga seus sonhos e trabalhe duro e duro por eles, se você não tem que dormir não importa, vai valer a pena, seja você mesmo e seja forte e quem não gosta, vá para o inferno, a vida é uma só, a vida é hoje e é muito curta. Beijos, meu amor.

Di Aganetti

Di Aganetti

SEO, Editor-executivo e Repórter

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