“Lay” é o nome criado pela Dj Layla Brennand para representar seu trabalho na música eletrônica. Energia, carisma, groove e técnica têm sido características marcantes em seus sets, sempre voltados ao Tech House, House e vertentes.
“Nunca esquecer que sua pista, seus fãs foram quem te colocaram lá em cima…” Lay.
Lay revelou-se já conquistando seu espaço entre fãs e é sempre lembrada pelo seu trabalho, carinho e conexão com seu público na noite paulistana e, atualmente, lembrada como rainha do tech house, pela sua técnica de mixagem, generosidade, humildade e carinho com seus fãs.
Confira a entrevista que a Lay nos deu e conheça um pouco mais do seu trabalho.
Lay, por que você decidiu se tornar DJ? Foi difícil começar? Quais desafios você enfrentou?
Eu sempre trabalhei à noite. Desde hostess, a atendente de camarote, bartender, produtora de eventos, sempre gostei muito, mas não tinha me encontrado ainda. Em 2015 foi crescendo vontade de produzir músicas e tocar, então fiz cursos e dei início a minha carteira em agosto de 2019. Foi muito difícil, especialmente no tech house! Ainda mais sendo mulher. Enfrentei muitos julgamentos no início e tive que engolir muitos sapos, mas rebati alguns com meu amor pela música, apenas tocando e nunca atacando na mesma moeda. Apenas conquistando meu espaço. Foi difícil, mas gratificante!
Quem são os artistas que mais despertaram em você o sonho em seguir na carreira da música? Existe algum nome que te motiva até hoje?
Sim, na verdade eu admiro muitos artistas amigos, que não são tão famosos como os nomes mais conhecidos internacionalmente, mas o amor e talento, a postura me encantam. Como do meu mestre, Voxicode (DJ Smith), que foi quem me treinou na CDJ. Foi quem me ensinou sobre ética entre DJs, postura e quem eu mais tenho admiração! É um pai para mim e um artista incrível. Alguns artistas que me encantam também: G Felix, Eddy M, Pirate Snake, Pleight e Fatbass.
Na sua visão, o que faz um DJ ser grande?
Um grande DJ: aquele que consegue transmitir sua mensagem (seja ela qual for) para a pista.
Que tem feeling, que tem amor! E, acima de tudo, que tenha humildade e empatia. Nunca esquecer que sua pista, seus fãs foram quem te colocaram lá em cima, são quem estão correndo junto contigo, praticamente sua família! DJs que conseguem lembrar disso ganham minha admiração. Tenha respeito pela sua pista, sempre!
“Quando toco, quero que minha pista esqueça todos os problema…” Lay.
Seu gênero é o Tech House. Por que você escolheu este caminho? O que é especial sobre Tech House?
Ah… meu coração até encheu pra responder essa!! Hahaha…
O Tech House, o gênero da alegria! É groove, é felicidade, é amor, Tech House é união! Eu amo quase todas as vertentes do eletrônico! Amo Techno, amo músicas bem construídas, mas o Tech House fala comigo. A bateria expressa minha alma, consigo levar através dele a minha missão: levar felicidade para minha pista!
Quando toco, quero que minha pista esqueça todos os problemas, deixem eles ali comigo.
Dali, quero que saiam com a sensação de motivação, soluções… e com o coração cheio de amor, alegria! E o com o Tech House, consigo fazer isso.
Lay, sabemos que você já tem sua própria festa e eu acho isso incrível. Conte-nos um pouco sobre ela, de como surgiu e a importância dela para você.
Eu criei a Savage & Hustle com o propósito de trazer união na cena, de ajudar DJs amigos muito talentosos a serem vistos junto com DJs famosos, criar uma família, levantar todos e caminharmos juntos. Uma festa de puro Tech House a noite toda. Tech House gangsta, “gangueragem”, como costumamos falar entre nós, é uma atmosfera única! Inclusive, vocês são meus convidados! Será um prazer e honra recebê-los para conhecer nossa energia.
Qual é a track que não pode faltar no seu set?
“Belly Dance”.
Entrando em assunto que não podemos deixar de comentar, sabemos que o feminismo é uma luta diária e que o universo da dance music ainda precisa dar mais espaço e oportunidade para as mulheres. Como você enxerga essa questão?
Na cena eletrônica já estamos tendo bastante espaço! Cada vez mais!
“…o caminho é sempre fechar os ouvidos para o negativo e lembrar de quem você é, do porque você está ali.” Lay.
Ainda sobre o feminismo dentro da dance music, nós queremos saber: alguma vez você já sentiu menosprezada simplesmente por ser mulher? Como você acha que as DJs e produtores mais jovens devem lidar com isso?
Sim, diversas vezes! Na verdade tentaram me fazer sentir assim, me pré julgando antes de tocar… no início passei muito por isso, mas sempre lembrei o porquê de estar ali. E quando estou ali em cima, todas nós estamos.
Pras DJs e produtoras que estão começando, o caminho é sempre fechar os ouvidos para o negativo e lembrar de quem você é, do porque você está ali. Nunca parem, porque, se alguém tenta te fazer sentir mal, é apenas para apagar sua luz. Eles não se sentem confortáveis com isso porque ainda não aprenderam a brilhar também. Tenham garra e desejem evolução. Se cansar, descanse e siga em frente descansada, mas desistir não! Bora!
Cite algumas mulheres que na sua opinião também se destacam como DJ.
Loverlock
Shey Guess
Bella
Anna
Miih Nogueira (minha afilhada na cena eletrônica)
E sobre projetos de estúdio, vocês têm trabalhado em alguma coisa?
Olha, torna-se viciante a produção. Tudo que pensamos é música. Tudo pode virar música, pode vir de um simples barulho de um cachorro latindo na rua, um trem passando, uma voz, momento.. eu tenho trabalhado mais na parte de DJ agora. A parte de produção estou caminhando. O próximo passo é isolamento acústico, pois ainda moro em apartamento. Mas já já chegamos lá!
Com quem voce? gostaria de fazer uma collab um dia?
G Felix, Pirate Snake, Fatbass, Dead Space…
São muitos! Mas esses sou fã.
Você se lembra do seu primeiro show (primeira experiência de DJ)?
Lembro e foi um terror! Hahaha… Toquei em um espaço em um horário cedo, choveu, tivemos que pôr equipamento dentro do restaurante, meu fone de ouvido antigo não queria funcionar, não conseguia mixar, do outro lado do espaço estava tendo um evento com sertanejo, funk e pagode, com o sub muito alto reverberando em todos os vidros, alguns DJs torcendo muito pra dar errado… eu quase chorei! Então lembrei dos meus bebês, peguei uma motivação interna e fui sem fone. Quase morri (kkkkk), mas deu tudo certo, o público adorou e eu saí me sentindo muito completa! Toquei um tech house mais leve por ser mais cedo.
“Nunca parem, porque, se alguém tenta te fazer sentir mal, é apenas para apagar sua luz.” Lay.
Defina o seu som para aqueles que não a conhecem.
Muito groove, muita bateria, bem dançante!
Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música eletrônica representa em sua vida?
Representa a minha cura. Minha evolução espiritual. Representa o descobrimento do meu propósito na vida, minha Independência…
Definitivamente, uma parte de mim. Não seria quem eu sou, com certa percepção, força interna, fé… Música eletrônica pra mim, é luz.
Essa foi a entrevista que fiz com a DJ Lay, que vem arrasando com suas técnicas de mixagem e levantando a galera para curtir muito Tech House! Quem quiser segui-la na sua rede social para ficar por dentro do seu trabalho, seu instagram é @laydj_ e sua página do Facebook é LayDj.