“Feeling – Live Experience”, um show digital com a direção de imagem de Nelson Lacerda que produz vídeos para grandes DJs brasileiros como Alok, Vintage Culture, Chemical. “Eu nunca vi um show assim, imagina fazer um”, comenta o diretor.
Em seu DJ-Set, Feeling trouxe um formato de Show de artista pop com figurinos, bailarinos, drag queen, efeitos especiais e sincronia de luz e imagens de backdrop.
Um espetáculo divertido, de muito entretenimento, mas também com crítica social e uma mensagem de diversidade.
Idealizado e roteirizado por ele mesmo, o projeto movimenta a classe artística da noite (o setor mais afetado nessa pandemia) e tivemos o prazer de entrevistá-lo para falar um pouco sobre o processo criativo deste trabalho. Confira agora:
O processo criativo desse DJ-Set deve ter dado muito trabalho, principalmente por contar com muitos elementos de um verdadeiro espetáculo. Como foi a construção de todo esse show e quem são os nomes que estiveram juntos com você neste projeto?
Eu sou muito intenso, detalhista e penso em T-U-D-O. Primeiro eu gravei um set estratégico, misturando o Pop e o Pesado, Hits atuais e antigos, trends de “balada gay” e “balada hetero” para que conversasse com uma grande faixa de público. 80% das versões eu personalizei com meus mashups. Roteirizei a mixagem com atos, momentos, “ups” and “downs” como um show de cantores Pop. Fiz o roteiro de T-U-D-O, segundo por segundo, para a iluminação, para os efeitos, para os backdrops do telão (com o link de cada looping que pesquisei); pesquisei também tipos de tecido, de modelagens, de cores para a produção do figurino e mandei links de referências de coreografia para o coreógrafo. E a partir daí, cada profissional se desenvolveu baseado no script. A fixa técnica é extensa, tenho medo de esquecer nomes.
Nelson Lacerda produziu vídeos de grandes nomes da cena eletrônica brasileira, tais como Alok, Vintage Culture e Chemical. Como foi que surgiu a ideia de convidá-lo para produzir o “Feeling – Live Experience”?
Ele já trabalhou comigo em outras “eras”, muito antes de ser fixo na equipe do Vintage. Considero ele amigo e sou extremamente grato porque, mesmo eu não tendo os mesmos números dos artistas que ele trabalha, ele topou dirigir e se entregar pra esse trabalho. Acho que formamos uma boa equipe.
Foi incrível a crítica social que você passou para todes durante este projeto, além é claro da mensagem de diversidade. Qual era os principais objetivos em relação a essas críticas?
Sou LGBTQIA+, grande parte da minha fan base é também, ou seja, a causa é minha. E num show na internet, pro mundo inteiro assistir, eu não poderia deixar de transmitir minha verdade.
Desde 2005 até os dias de hoje muita coisa passou em relação a sua carreira. Carreira essa que sempre foi marcada por apresentações bem diferentes do habitual, deixando você com uma identidade bem pessoal e única para a cena. O que te move a fazer sempre essas apresentações marcantes? E como foi adaptar toda essa imagem que você sempre apresentou ao formato gravado e sem público?
Ninguém nunca fez a diferença sendo igual aos outros, acho que isso resume meu estilo de trabalho. Sobre tocar sem público, se eu for pensar e responder apenas como DJ, foi muito estranho, broxante. Tocar sem público é como jogar tênis com a parede.
Depois de mais de oito meses em pandemia, no qual vivemos com incertezas da retomada dos eventos pelo Brasil e mundo afora, como está o seu processo criativo?
Pandemia é uma situação chata, mas eu sou muito consciente que é uma situação fora da minha alçada, é sentar e esperar. Agora criativamente eu sempre fui muito ativo, ideia é o que não me falta.
Tem alguma mensagem que queira deixar para os leitores da Colors DJ e principalmente para seus fãs!?
Para os fãs: SAUDADES! Não vejo a hora da gente se ver. Quem não me conhece, muito prazer, seria incrível ter você comigo nessa jornada.
E para todos: Assistam meu show e deixem sua opinião para que meu trabalho possa estar alinhado com as expectativas de vocês, e eu possa entretê-los da melhor forma. Beijão!