DESTAQUE | DE CAICÓ AOS HOLOFOTES: A Trajetória do Multitalento DJ Pedro Monteiro

Multitalento, Pedro Monteiro domina a cena musical com autenticidade e inovação, conectando o pop e o eletrônico em suas apresentações vibrantes

O DJ Pedro Monteiro, natural de Caicó, Rio Grande do Norte, está conquistando seu espaço na cena musical brasileira. Com talento multifacetado e uma presença marcante, ele é destaque nos maiores eventos do país. Pedro traz uma mistura de pop e eletrônico, criando experiências únicas nas pistas e destacando-se como um dos nomes mais autênticos da música nacional.

DJ Pedro Monteiro é uma força crescente na cena open format, onde a liberdade de transitar por diferentes estilos musicais é essencial. Suas apresentações vão além da música, misturando influências do pop e eletrônico com uma expressão artística que reflete a diversidade da comunidade LGBTQIAPN+. Pedro não só toca, mas também se apresenta como um verdadeiro showman, usando a moda e sua energia vibrante para impactar o público.

Nesta entrevista imperdível, DJ Pedro Monteiro fala abertamente sobre os desafios de sua carreira, sua paixão pela música e a importância de levantar a bandeira LGBTQIAPN+ nos palcos. Ele também compartilha sua experiência ao lado de grandes nomes como Luísa Sonza e Pabllo Vittar. Não perca essa conversa autêntica e inspiradora, que revela a trajetória de um artista que está moldando o futuro das pistas no Brasil.

De onde veio o Pedro Monteiro? 

Nasci em Caicó, interior do Rio Grande do Norte, onde morei até os 18 anos. Sempre tive o lado artístico presente, por causa da minha mãe, e fui muito apegado à música e ao Pop. Quando me mudei para Natal, a valorização da arte me ajudou a amadurecer e a expressar esse meu lado.

2023 - Foto: Pipo Fontes.

Como foi que a carreira de DJ surgiu em sua história ?

No início eu fazia apenas presença VIP nas festas para dar bebida na boca da galera, ser a carinha da festa e etc. Naturalmente as pessoas foram me conhecendo e eu fui ganhando mais espaço pra conseguir tocar como DJ e passar pra galera quais minhas referências artísticas. Todo o processo serviu e ainda serve de aprendizado, tendo em vista que eu sempre tomei a frente de tudo e nunca tive algum assessor ou empresário.

Como você divide e concilia suas funções de DJ, cantor e influenciador digital?

Eu literalmente não paro nunca (risos), geralmente meus shows acontecem nos finais de semana, então, durante a semana eu dou conta da minha carreira de influenciador digital, desenvolvo os looks, cuido da casa e ensaio bastante. No fim, sempre consigo dar conta de tudo, sem descansar, mas amo a adrenalina.

Dá pra perceber que você sempre teve um lado artístico muito aflorado, que sempre gostou de se fantasiar. De onde veio essa inspiração de inovar com looks únicos?

Minha primeira e principal expressão artística vem através dos looks e do visual, esse é sempre um dos pontos mais importantes pra fazer com que eu consiga passar para as pessoas como estou me sentindo ou que me fazem sentir `a magia acontecer´. Eu sempre participo da idealização das minhas roupas, desde a escolha do tecido, modelagem e parte da produção. No final é como se o look fosse a principal força de energia da coisa, sabe?! Sem contar que a referência de moda, por causa da minha mãe, sempre foi muito presente na minha vida, e ela fazer parte do processo de produção, até hoje, faz com que tudo seja mais incrível.

Não tem como te entrevistar sem trazer a temática LGBTQIAPN+. Como foi o seu processo de aceitação e a decisão de representar a sua bandeira?

Eu tive um período de aceitação bem difícil no início, por parte da minha família,principalmente do meu pai.  Aos poucos eles foram conseguindo me entender e hoje em dia a gente tem uma relação incrível, sou grato demais pela minha família. Mas paralelo a isso eu sempre me vi na obrigação, quanto artística e quanto pessoa, de lutar e defender as coisas que eu acredito, sempre levantei/levanto minha bandeira em todos os espaços que eu tenho. Não tenho medo de lutar por isso, nem me calo. Vivemos num país altamente preconceituoso e violento com a comunidade LGBTQIAPN+. Tenho que ter noção das minhas responsabilidades, assim como qualquer outra pessoa que também faz parte dessa bolha. Se não lutarmos por respeito, por mais doloroso que seja, jamais conseguiremos.

Quais são suas maiores referências?

Minhas primeiras e principais referências como DJs sempre foram as Drags Queens nas baladas. Eu sempre frequentei espaços LGBTQIAPN+ e elas sempre entregavam tudo com sets de pop, performances e produções. De cantores eu sempre tive minha princesa do pop, Britney Bitchhh como minha principal referência artística. Já de influenciadores eu amo acompanhar produtores de conteúdo de moda, como Tassia Naves, Camila Coelho, Livia etc, mas eu amooo os de humor como Gkay, Álvaro, Lucas Guedes, Rafa Uccman, eles são meus favoritos.

Carnatal 2023 - Foto: Lucas Franca.

Agora conte-nos um pouco sobre seu lado empreendedor. Como é o seu dia a dia?

Tenho meus projetos musicais, que são voltados para produção das minhas músicas próprias, faço minhas publis, que normalmente me desafiam muitooo e eu amo isso. Tenho muita vontade de sair daqui pra conseguir explorar e viver em novas cidade, estive em São Paulo pela primeira vez esse ano e amei muito, com certeza é uma das visões que tenho pro meu crescimento profissional. Sobre os planejamentos do meu dia a dia, por mais que eu tente, já aceitei que não consigo seguir apenas o que está na minha `agenda´, sempre acontece algo novo ou inesperado no meu dia, é uma loucura do momento em que eu acordo até o momento que consigo deitar pra dormir. Acho que já me acostumei com a vida agitada, até acho estranho quando vivo numa calmaria.

 

 
 
 
 
 
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Carnatal 2019

Como é a sensação de se apresentar em shows com grandes artistas e em lugares inusitados? 

Sempre fico muito ansioso quando essas coisas acontecem, mas o principal sentimento é de que a coisa “ta” dando certo e eu não posso parar de correr atrás. Já me apresentei em eventos que tiveram grandes artistas presentes e que eu tanto admiro. Esse ano tive a oportunidade de estar no mesmo palco/line up que Luisa Sonza, Pabllo Vittar, Kaya Conky, Lia Clark e outros. Também já viajei para outros estados para me apresentar como Paraíba, Espírito Santo e Pernambuco. Além disso, tem a parte das micaretas, sempre sou convidado a fazer presença nos trios de vários artistas, neles já pude estar com Anitta, Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Alinne Rosa.

 

 
 
 
 
 
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Muita gente sente que tem um lado artístico, mas não sabe por onde começar. Qual foi a maior oportunidade da sua vida?

Sentir que tem esse lado artístico já é o primeiro passo. O próximo é descobrir como trazê-lo ao mundo. Não ter medo de se expressar é essencial, mesmo que ninguém nasce pronto. Explorar a vida intensamente ajuda a descobrir o que realmente te completa.

Antes de irmos para a mensagem final, gostaríamos de saber. A vida é muito curta para não causar?

Com certeza! Quem não é visto não é lembrado, então tem que causar sim. E não é só sobre ser visto pelos outros, mas também sobre se enxergar.

Para finalizar, qual a sua mensagem para os leitores da Colors DJ Magazine?

Sempre reforço a importância de ter uma boa relação com sua base, seja sua família ou amigos. Não faz mal ser um pouco rebelde às vezes e viver a adrenalina de não baixar a cabeça. A vida é sobre confiança e performance. Se agarre à sua melhor versão e deixe isso dominar o mundo, porque, mesmo que o mundo não seja só seu, não há outra pessoa como você nele!

Repórter: Fred Rigoni

Editor de texto: Orly Fernandes e Dih Aganetti

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