Com 13 anos de carreira, Nicolas Abe é sinônimo de autenticidade na cena musical brasileira!
A DJ e influencer não só domina as pistas como também encanta com suas montações e presença única. Descubra como ela transformou desafios em combustível para conquistar grandes palcos e consolidar sua marca no mercado da música e publicidade.
Abe é um dos grandes nomes da cena brasileira, trazendo sua identidade única para as pistas com sets vibrantes que transitam entre o house, disco e funky.
Nicolas Abe é mais um DESTAQUE da Colors DJ Magazine! Nesta entrevista exclusiva, a DJ compartilha sua jornada de 13 anos na música, desde os primeiros sets com CDs gravados até apresentações internacionais e parcerias com grandes marcas. Descubra como sua estética ousada, identidade artística e paixão pela música a transformaram em um ícone da cena house e disco no Brasil. Uma conversa imperdível sobre autenticidade, desafios, e os sonhos que ainda movem essa artista singular.
Como a música entrou na sua vida? Houve algum momento marcante na infância que te conectou com a arte de uma maneira especial?
Eu devia ter uns 4 ou 5 anos. “Take a Toke”, do C+C Music Factory, tocava direto nas rádios nos anos 90, e eu amava! Depois vieram as Spice Girls, óbvio! Foi nesse momento que me vi conectada com um artista pela primeira vez.
Quando você percebeu que ser DJ poderia ser mais do que um hobby? Teve algum acontecimento ou inspiração que te motivou a seguir esse caminho profissionalmente?
A virada de chave veio em uma época que eu trabalhava em shopping durante o dia e produzia festas durante a noite. Nesse momento eu já sabia qual era o gostinho maravilhoso de estar tocando completamente conectado com o público através da música e pensava: “Existem tantos DJ’s que trabalham só como DJ ‘s. Eu quero ser um deles. Não quero ter outro emprego além desse”. Aí eu me joguei. Viver de música, de noite e de eventos tornou-se uma prioridade. E deu certo!
O que você lembra dos seus primeiros passos como DJ? Como era a cena na época em que começou, há 13 anos?
Meus primeiros passos foram: comprar muitos CDs virgens e gravar umas 20 músicas em cada um deles (porque era o que cabia), hahahaha! Há 13 anos, a cena era fervidíssima e a gente se jogava pencas. Não existiam redes sociais em tempo real, então as pessoas estavam mais preocupadas em curtir do que em produzir conteúdo. Fazíamos fotos com o fotógrafo da festa, e, dias depois, elas estavam disponíveis no álbum do Facebook.
Durante sua jornada, como foi a transição do pop para a música eletrônica? Quais desafios e descobertas esse processo trouxe para a sua identidade artística?
Foi um processo bem natural. Com tantos anos de noite, minha arte foi amadurecendo. Fui ‘lapidando meu ouvido’ e entendendo a música que me move e conecta com as pessoas. Esse processo ainda não acabou… acho que nunca acaba, na real. O refinamento a gente vai alcançando com o tempo e com a própria verdade. E o maior desafio é esse: dar tempo ao tempo para nos encontrarmos em versões melhores e mais potentes de nós mesmos.
Tocando em cidades diferentes do Brasil e até em outros países (como a Rússia), como essas experiências culturais influenciaram sua música e performance?
Toda vez que vou me apresentar, preparo algo especial, principalmente quando é em outras cidades. Estou sempre em busca de novas referências, porque pesquisar faz parte do meu trabalho. O momento da pesquisa é sagrado; gosto de me imaginar no local, o que me inspira e me prepara. Por exemplo, amo música francesa mesmo sem nunca ter ido à França. Então, quando eu for tocar por lá, pode ter certeza de que terei hits franceses no meu set.
Sua estética e ‘montação’ são elementos muito marcantes da sua trajetória. Como isso impactou a sua carreira e a relação com o público?
Antes de eu tocar montada eu já tocava “de boy”, mas foi depois da montação que eu verdadeiramente me encontrei como artista, que eu me senti alinhada com a minha verdade. E o público sempre me abraçou muito e acreditou em mim. Isso me dá muita força pra continuar e acreditar que tô fazendo a coisa certa.
Ser uma pessoa não-binária no mercado musical traz desafios e também um diferencial. Como você tem vivido isso, e qual tem sido o papel da sua família nesse caminho?
Na minha cabeça funciona assim: se estou montada, sou, de fato, uma menina. Se estou ‘de boy’, sou um menino. Nunca compartilhei essa reflexão com a minha família, mas, independentemente disso, eles sempre me respeitaram e me apoiaram demais. Sou muitíssimo grata pela família que tenho.
Suas referências incluem divas, supermodelos e pop stars de várias épocas. Quais nomes nacionais e internacionais foram essenciais para moldar seu estilo?
Artistas nacionais: Fernanda Abreu, DJ Meme, Seu Jorge, FBC, Marina Lima. Artistas internacionais: Sade, Jamiroquai, Jungle, Spice Girls, Michael Jackson, Mariah Carey.
Você já conquistou grandes palcos, abriu shows icônicos e trabalhou com marcas globais. Existe algum desses momentos que se destacou como um divisor de águas para você?
Cada convite que recebi para me apresentar em grandes eventos, ao lado de grandes nomes e/ou grandes marcas, foi um divisor de águas à sua própria maneira. Essas experiências abriram novas portas e sempre mostraram que há novos lugares para conquistar e novos desafios para superar. Esses momentos não só validaram meu trabalho, mas também me impulsionaram a buscar ainda mais.
A profissão de DJ tem seus momentos de glamour, mas também seus desafios. Quais foram as maiores dificuldades que enfrentou e o que aprendeu com elas?
Uma vez fui tocar em um evento super chique, animadíssima! Preparei um set mara, estava confiante e me achando. No carro, conversando com meu produtor, faltava tipo um minuto para chegar, olhei para os meus pés e… estava com os saltos trocados! Sério, dois pés esquerdos do mesmo par (sim, tenho dois pares de sandálias iguais)! A gente ficou rindo e surtando ao mesmo tempo: ‘E agora, o que a gente faz?!’. No fim, deu tudo certo, o vestido era longo e ninguém percebeu, mas foi um perrengue que até hoje rende risadas.
Além das apresentações, você também brilhou como influencer e criadora de conteúdo. Como foi essa transição para o mercado publicitário, e como isso se conecta com sua trajetória musical?
Sou formada em Publicidade e Propaganda e entendo que eu mesma ‘sou um produto’. A ‘Nicolas Abe’ se tornou, de fato, uma marca, com identidade e propósito claros, o que chamou a atenção de outras marcas. A junção de música e publicidade surgiu da maneira genuína e estratégica com que eu e minha equipe fazemos nosso trabalho. Hoje, essas duas coisas caminham lado a lado.
Com tantos anos de experiência e conquistas, você já pensou em produzir sua própria música? Se sim, que tipo de som gostaria de criar e por que?
Sim, já pensei muito sobre isso, mas para criar algo realmente especial é necessário estudar, me aprofundar e ter preparação para agir no momento certo. Não vai ser pra agora, mas podem ter certeza: vem aí! E quando vier, será com todo o cuidado e dedicação.
Olhando para o futuro, quais são seus sonhos e planos para continuar impactando a cena musical?
Meu sonho é levar a marca “Nicolas Abe” para palcos e públicos ainda maiores. Explorar novos horizontes fora do Brasil e estar em eventos que me valorizem como artista. O propósito é continuar criando experiências únicas e inesquecíveis através da música por onde quer que eu passe.
Por fim, que conselho você daria para quem está começando agora e quer construir uma carreira tão diversa e autêntica como a sua?
Meu conselho é: não tenha medo de se conhecer e abraçar sua verdade. Descubra o que te faz único e transforme isso na base do seu trabalho. Seja disciplinado, estude e esteja disposto a adaptar seu caminho às oportunidades que surgirem. Também é importante saber que o processo exige paciência. Grandes conquistas levam tempo. Nunca perca de vista sua paixão, ela é o que vai te manter firme, mesmo nos momentos mais desafiadores.