DESTAQUE | MÁ RODRIGUES A RAINHA DO “TAGARAGADÁ”: ela que conquistou todos os públicos e é fenômeno na atualidade

Ela chegou lá e conquistou o seu lugar. Depois de 13 anos de carreira, a Deejay Má Rodrigues é um dos nomes mais falados atualmente. Hoje, ela encanta a todos quando sobe ao palco trazendo uma energia inexplicável e um carisma que só ela tem. Até mesmo as “padrões” se renderam ao seu talento e a sua vibe. 

Com ela não tem tempo ruim. Já se apresentou com o pé torcido, passando mal e até mesmo acidentada. “PQP HEIN” MARCELA! Você não desce do salto meeeesmo. Como ela mesmo usa a expressão “ela não deita”, e para deitar ela? Tem que comer muita poeira meus amigos.

“13 anos que passaram voando, com muita história e eu faria tudo de novo”

São 13 anos de carreira, não é mesmo?! Conta para gente como tudo começou? Como foi dar o primeiro play? Se tocou sempre tribal ou começou em outra vertente? Sobre o seu início de carreira também?

Quando comecei minha carreira, nunca imaginei que realmente viveria disso e que chegaria onde cheguei. Eu só queria tocar e emocionar as pessoas através da música. Conheci a primeira balada de música eletrônica no meu aniversário de 18 anos, foi na extinta DELUXE CLUB em Taubaté aqui no interior de SP. Cheguei na boate toda tímida, amei aquele mundo novo e me lembro que desde a primeira vez, fiquei encantada ao ver o DJ na cabine tendo controle sobre todas aquelas pessoas. Com o poder de fazer elas dançarem e se divertirem. Eu, como público, também sentia aquelas sensações de felicidade, euforia a cada música tocada e ficava fascinada com o poder que o DJ tinha nas mãos. A cada semana que eu frequentava o clube, esse encantamento e vontade de estar em cima da cabine crescia. Eu tive muito apoio dos meus amigos da época e do dono do clube que me colocou para estrear na pista principal, assim que eu fiz meu curso na DJ BAN em SP. Na semana seguinte do curso, eu já encarei a pista mais famosa do interior lotada em um sábado, mas posso afirmar que ali foi minha maior escola. Na época, a cena era muito diferente em todos os sentidos, musicalmente falando, eu sempre gostei de um som mais fervido do que a maioria tocava. Mas, ainda não existiam esses rótulos de “pesado” e “fino”, quando a maioria tocava house, progressive house, eu já começava a me interessar pelo dutch house, que hoje em dia com certeza se referem a um som “pesado”, logo, já comecei a tocar até altas horas em afters aqui da região. Eu nunca me interessei por outro gênero musical, apenas alternei entre essas vertentes, conforme a cena foi evoluindo e eu fui descobrindo.

Ao longo desses anos, você foi consagrada e se tornou residente de alguns selos conhecidos em todo Brasil, como TicTac, Hopi Pride, entre outros nomes de sucesso. Como é para você tocar nesses lugares?

Eu me considero honradíssima em tocar em tantos lugares consagrados todos esses anos. Há uma década toco na Tic Tac e, desde 2017, me tornei oficialmente residente. É incrível como o público da festa faz questão de me ver no line. A cada ano que passa, não posso ficar de fora de nenhuma edição, segundo o próprio produtor, isso é fantástico. E o Hopi Pride que hoje em dia, é um dos maiores festivais da nossa cena, com o diferencial incrível de acontecer num parque de diversões, o que torna tudo mais mágico e especial. Eu toco lá desde a primeira edição em 2017, que começou bem pequenininha e hoje é um dos eventos mais esperados pelo nosso público. Divirto-me muito no evento e tenho muito orgulho de ser presença garantida nele.

“É um privilégio ser residente de alguns selos como a TIC TAC que é um dos selos mais importantes na minha carreira, pois foi através do concurso da TIC TAC em 2012, que eu dei o meu primeiro passo profissionalmente na Capital Paulista”

Sabemos sobre a sua ligação com os seus fãs, que se diga de passagem, dão um grande show. Já fizeram camisas, bandeiras, bonés e até faixas de homenagem. Como é a sua relação com eles?

É muito surreal o carinho que o público tem por mim e pelo meu trabalho. A cada ano que passa, só aumenta o número de pessoas que me curtem. É fato que onde eu chego, eu fico um tempão tirando fotos e abraçando as pessoas. Eu falo que essa é a melhor parte do meu trabalho. Não tem nada melhor que se sentir tão amada e bem recebida onde quer que eu vá. Fora esse show que eles dão para me surpreender, já fizeram camisetas, máscaras com meu rosto, boné, bandeira, faixa, tatuagens. Sim, do meu conhecimento, já são oito pessoas com tatuagens com meu nome. Isso é algo surreal. Eu sempre fico boquiaberta quando aparece alguém com meu nome tatuado e só espero ser sempre muito digna e merecedora de uma homenagem como essa.

Má Rodrigues era considerada por muitos a DJ que toca um som mais pesado e que utiliza muito a expressão que só “toca panela” em seus sets e apresentações. Com muita garra e talento, você mostrou que não existe essa segregação, mas que sim, existem tipos de públicos, eventos diferentes e que o seu som se adequa a cada um deles. Mostrou para todo mundo que sabe fazer e se apresenta para todos os públicos, deixando a vibe lá em cima em qualquer apresentação. Como foi superar todos esses comentários negativos?

Eu nunca liguei muito para esses comentários, infelizmente, as pessoas amam rótulos. Mas seja “panela” ou não, eu sempre toquei o que eu gosto, o que eu acredito e o que minha alma pede. Sempre teve público que abraçou esse som. Afinal de contas, música você pode ouvir em casa. Acho que o DJ tem que oferecer muito mais que isso. No começo da carreira em SP houve muita crítica por parte de outros DJ, produtores e até mesmo de público quanto a essa questão da “panela”, mas a grande maioria do público que frequentava as festas onde eu tocava, curtia muito. Tanto que a cada ano que passa, eu posso afirmar que eu cresci muito profissionalmente e eu sempre me dediquei ao público. São eles que eu tenho que me dedicar e me preocupar. Para o resto eu sempre liguei o “foda-se” porque sei que a grande maioria das pessoas adoram criticar gratuitamente, até mesmo por não gostarem de ver outro profissional se destacando.

Hoje em dia, acredito que eu já me desliguei desse rótulo de panelada, mas nunca foi um problema para mim e, também, essa evolução ou mudança sempre foi algo totalmente natural. Eu nunca premeditei mudar meu som para tocar em um lugar ou para me livrar de algum rótulo. Eu simplesmente, como disse anteriormente, toco o que me identifico e minha alma pede. Naturalmente, esse som que eu amo tocar foi me trazendo reconhecimento e espaço em lugares cada vez maiores e diferentes. Então, não tenho dúvidas que tudo contribuiu para o meu crescimento profissional, mas jamais me incomodei ou vou me incomodar, com a fama de som pesado.

“Porque se o meu som pesado for aquele som que faz a galera ressuscitar, até no final das festas, eu considero um grande elogio”

Nunca gostei dos rótulos, nem liguei muito para comentários negativos, pois tenho plena consciência que ninguém nunca vai agradar todo mundo. Tem espaço para todo tipo de som, onde eu for bem-vinda a fazer o que eu gosto, é onde eu estarei feliz fazendo o que eu sei fazer. A melhor vibe e energia possível pras pessoas.

Recentemente você deu um verdadeiro show no Rio de Janeiro, na The Home, comentado por todos até hoje como um marco na sua carreira. Foi também a sua estreia com o consagrado produtor André Almada. Como você enxerga essa virada na sua carreira, tocando para um público novo que ficou encantado com o seu som, que você levou e agora faz parte do line-up de um dos maiores clubes?  

Aquela noite na The Home pode ser referida como histórica sem dúvidas. Quando fui convidada para tocar lá, eu fui pega totalmente de surpresa. O Almada é a maior referência em produção aqui no nosso país e eu sei que a grande maioria dos DJs sonham em tocar nos selos dele. Confesso a vocês com toda humildade, que eu nunca tive esse sonho, justamente por ser rotulada como a DJ de um som que jamais se encaixaria lá e para mim “tava” tudo bem quanto a isso. Eu não pretendia mudar o que eu tocava ou qualquer coisa em mim para chegar lá. Sempre tive em mente que assim como lá, ou em qualquer outra festa grande, eu gostaria de chegar se fosse por quem eu sou e pelo que eu toco. Então, quando fui convidada fiquei surpresa e na primeira conversa com eles, eu já quis me certificar de que esse convite era para Má Rodrigues ser a Má Rodrigues, com total liberdade para tocar. Eles me afirmaram ser isso que eles queriam, sempre me deixaram super à vontade desde o primeiro contato. Isso tornou tudo muito mais motivador, mas confesso que, ainda assim, eu tinha um pouco de medo da reação do público que já frequentava a casa há anos. Que tivesse um possível preconceito, mas não recebi nada negativo, pelo contrário, o público abarrotou a casa naquela noite. Diversas pessoas viajaram de SP, BH e os cariocas lotaram a casa para presenciar aquele momento. Foi tão bom que eu tive que tocar uma hora a mais, das 7 horas da manhã até as 10 horas e a casa permaneceu lotada. Quando eu encerrei o set, fui ovacionada por mais de um minuto, por todas aquelas pessoas, me senti extremamente especial e reconhecida. Essa credibilidade que eu conquistei com o público não tem preço e sem dúvidas, é um dos principais momentos da minha carreira que nunca vou esquecer.

Vamos falar de “Fada Acessível”? Sempre disponível, escuta todos, tira foto, faz pose, faz do palco o seu mundo, interage com todo mundo e ainda dá conta das suas redes sociais. Nos eventos sempre rodeada de fãs e flashes. Você acredita que além do talento, a atenção é a chave do grande sucesso da DJ Má Rodrigues? 

Eu não tenho a menor dúvida disso, com certeza absoluta a maneira como eu levo a minha carreira e como eu enxergo o meu público é um grande diferencial. As pessoas sempre me dizem isso, sobre o quão especial é a maneira que eu trato todo mundo e estou sempre disponível. Mesmo cansada, exausta, na correria entre viagens ou em dias difíceis e o mais legal, é que isso acontece comigo naturalmente, eu não finjo simpatia com essas pessoas, eu realmente amo ter esse contato com elas. Receber tanto carinho, reconhecimento e poder dizer a elas o quanto sou grata, porque como sempre digo, tocar é o que eu mais amo fazer na vida. Nada me traz tanta realização e prazer como estar no palco me traz. São essas pessoas que tornam meu trabalho possível, se não for essas pessoas pagando para me ouvir e me esperando tocar seja a hora que for numa festa, eu não poderia fazer o que eu amo por tantos anos, quer motivo maior que esse para agradecer? Sou muito grata de verdade a todas essas pessoas que prestigiam meu trabalho de perto e de longe.

Hoje, você é a atração principal de várias festas e casas noturnas, com agenda lotada todos os fins de semana. Alguns deles tocando em mais de 10 festas e vários estados diferentes. Como você avalia essa vida corrida de DJ?

Olha, é muito difícil às vezes. As pessoas acham que a vida do DJ é ser pago para viajar e frequentar festas. Mal sabem tudo que a gente passa. Não tem data especial para ficar com a família, pois as datas especiais para maioria das pessoas são as datas que nós mais temos trabalho e temos que aproveitar, faz parte. Essa vida de viagens, às vezes tocando em vários estados no mesmo final de semana é exaustiva, as pessoas não imaginam o quanto. Às vezes, eu mal durmo alguma coisa no fim de semana, mas confesso que eu não faria nada diferente. É claro que cabe a mim, administrar a minha agenda com menos festas se eu quiser, mas me considero privilegiada em ter uma agenda tão movimentada e ainda poder fazer o que se ama é para poucos.

O que você espera do futuro da DJ Má Rodrigues?

Eu espero que a DJ Má Rodrigues continue levando o som, energia e a essência dela para todos os cantos do mundo. Sem nunca perder o brilho, os pés no chão e essa paixão pelo que faz.

Temos novidades vindo por aí? Projetos ou algo que possa adiantar para os seus fãs? Conte-nos TUDO e não nos esconda nada. Queremos um spoiler. 

Esse ano minha agenda foi fechada com muitos meses de antecedência, graças a Deus, então, tive que recusar muitos convites recentes, inclusive de GIG Internacional. Mas posso afirmar que ano que vem nos trará muitas novidades nesse sentido de novos grandes selos. Também, recebi recentemente o convite de uma gravadora muito conhecida para fazer um set especial que será lançado em breve com exclusividade pela Apple Music, entre outras coisas que eu prefiro contar só quando estiverem prontas para serem lançadas, porque se tem uma coisa que sagitariana odeia é mesmice. Então, busco sempre levar novidades para o público e ano que vem isso será ainda mais intenso.

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