Com uma história marcada por superação e paixão pela música, o DJ Vegaas tornou-se um DESTAQUE na cena tribal house, conquistando fãs do Brasil e da Europa.
Vegaas representa a nova geração da música eletrônica, com sets vibrantes e repletos de referências do pop e rock. Ele começou no icônico Fosfobox, no Rio de Janeiro e agora é destaque em clubes de Laussane (Suíça) e Paris (França), criando uma fusão única de ritmos e estilos.
Nesta entrevista, DJ Vegaas compartilha momentos marcantes de sua carreira e discute suas influências e desafios. Ele revela os bastidores da vida de DJ e convida os leitores a conhecerem o artista que transforma inspiração em energia.
Como foi a sua primeira conexão com a música? Você se lembra de algum momento marcante da infância que te fez perceber que música era especial para você?
Meu pai sempre foi apaixonado por música e me levava a ouvir várias bandas. Quando eu tinha 4 anos, ele comprou o álbum “True Blue” da Madonna, e eu ouvi ele dia e noite, literalmente. Esse momento foi fundamental para minha paixão pela música, pois eu já sentia muito prazer em ouvir. A música sempre teve um espaço especial na minha vida.
Seu pai gostava de Pink Floyd e A-ha, e você cresceu ouvindo essas bandas. Como essas influências moldaram o seu gosto musical?
Crescer ouvindo essas bandas era o meu normal. Quando surgiram novas tendências, como o pagode e o funk, eu tive dificuldade em me conectar com essas sonoridades, porque meu gosto se formou em torno de melodias mais complexas e letras que me tocavam. Isso me ajudou a definir meu estilo.
Nos tempos de adolescência, você já era o responsável pela playlist das festas do condomínio. Como foi essa experiência de começar a controlar a vibe da galera?
Naquela época, era tudo sobre CDs e as playlists das novelas, que estavam no auge. Eu ficava lá trocando os CDs, escolhendo a música certa para cada momento, desde os hits até as músicas lentas. Com o tempo, percebi o quanto isso era prazeroso para mim e como eu adorava comandar a festa.
Quando foi que você percebeu que queria levar essa paixão pela música para um nível profissional e se tornar DJ?
Em 2018, durante uma conversa com meu amigo Gustavo Magri em um casamento, compartilhei meu desejo de ser DJ. Ele me incentivou a fazer um curso de DJs, e foi incrível porque ele sempre viu meu potencial. Isso me motivou a seguir em frente.
Sua estreia em 2018 aconteceu na Fosfobox, um clube super icônico do Rio. Como foi subir na cabine pela primeira vez e sentir a energia da pista?
Foi extremamente empolgante. Eu tinha amigos lá para me apoiar, o que foi muito importante. Era como realizar o início de um sonho. Uma parte engraçada foi que eu apertei o botão errado e desliguei tudo. Em vez de ficar nervoso, eu aplaudi, todos aplaudiram também, e eu voltei a tocar. Foi uma experiência incrível.
o início da carreira, 2018 foi um ano cheio de oportunidades, mas 2019 trouxe muitos desafios. Como você lidou com a falta de espaço nas festas maiores e a desmotivação nesse período?
Foi difícil, especialmente por estar fazendo tudo sozinho e sem agência. Os grandes clubes costumam contratar DJs que já estão em agências. Tocava em algumas festas, mas não era fácil encontrar meu espaço.
Olhando para esses momentos mais difíceis, o que te manteve focado e te motivou a continuar na cena, mesmo quando as portas estavam fechadas?
O amor pelo que eu faço. Sempre que eu era chamado para tocar, sentia um prazer imenso. Apesar de pensar em desistir algumas vezes, a paixão pela música me manteve firme.
E quando você começou a tocar pelo Brasil afora? Como foi viajar por tantos estados e se conectar com diferentes públicos? Alguma cidade te marcou mais?
Minha primeira apresentação fora do Rio foi em BH, em 2021, e depois disso, toquei em várias partes do Brasil. Em Maceió, durante um aniversário, foi muito marcante. As pessoas estavam lá para curtir e eu pude sentir a alegria delas, além de fazer amizades que duram até hoje.
Além do Brasil, você levou sua música para vários países em uma turnê internacional. Como foi tocar em clubes icônicos como o Mad, na Suíça, e o Gibus, em Paris?
Meu primeiro show fora foi no Mad, com um público grande à minha espera. Um DJ conhecido de lá, elogiou meu trabalho e pediu para eu tocar “Conga”, da Gretchen. Fiquei tão feliz que todos pediram mais uma música, o que raramente acontece. Em 2023, voltei e também toquei no Gibus, onde a interação com o público foi maravilhosa.
Você disse que tocar na Europa foi o ápice da sua carreira. Pode contar como foi a sensação de ver seu trabalho sendo reconhecido internacionalmente?
A sensação é incrível. É gratificante saber que o meu trabalho é reconhecido fora do Brasil, e muitos clubes me convidaram novamente, mesmo sem agência. Isso mostra a importância da minha dedicação.
Falando de criação musical, você mencionou que suas produções são influenciadas por bandas de rock como Bon Jovi, Roxette e Avril Lavigne. Como essas influências aparecem nas suas tracks hoje?
Essas bandas fazem parte da minha história musical e influenciam meus remixes e mashups. Elas estão sempre presentes nos meus sets, seja ao vivo ou no SoundCloud, e isso se tornou uma marca minha. As pessoas sabem que estilo esperar ao me ver tocar.
Como você enxerga a evolução do seu som desde que começou? Há alguma diferença entre o DJ Vegaas de 2018 e o de hoje, musicalmente falando?
Com certeza! Eu comecei com um som mais conceitual e, com o tempo, evolui para um estilo mais comercial, com vocal forte, mas sem perder minha identidade musical.
Quais foram os maiores aprendizados que você teve na estrada, tanto no Brasil quanto lá fora?
O maior aprendizado foi saber lidar com festas vazias. Isso é um desafio para muitos DJs, mas eu sempre faço meu show da mesma forma, independentemente do número de pessoas presentes.
Existe algum ritual ou preparação que você faz antes de cada apresentação para entrar na vibe certa?
Eu faço meu mantra do Ho’oponopono: “Te amo, sinto muito, obrigado, me perdoe”, junto com o sinal da cruz, pedindo que tudo corra bem.
A cena eletrônica é muito dinâmica. Como você se mantém atualizado e relevante nesse mercado em constante transformação?
Mantenho-me atualizado musicalmente, sempre buscando músicas relevantes que se encaixem no meu estilo. Meu set mistura rock, indie e pop, sempre com remixes para manter a energia.
Já que estamos falando de futuro, quais são os próximos passos para o DJ Vegaas? Alguma novidade ou projeto especial vindo por aí?
Para o próximo ano, pretendo fazer uma nova turnê pela Europa e trazer músicas de peso para o tribal, que emocionam e energizam o público.
Como você enxerga a cena eletrônica nos próximos anos e qual o seu papel nesse cenário?
Acredito que as festas se tornarão mais ecléticas, com DJs de várias vertentes. Estou pensando em lançar um set de house music para me adaptar a esse novo mercado.
E por fim, se pudesse deixar uma mensagem para quem está começando na música agora e quer seguir um caminho parecido com o seu, qual seria?
Na carreira de DJ, existem muitos caminhos. Conheça a música, coloque emoção no que faz e desenvolva suas habilidades de relações públicas, para que, quando sua chance chegar, você esteja pronto para aproveitá-la.
Fernanda Rodrigues
DJ e Repórter Colors DJ
Edição: Orly Fernandes e Dih Aganettii