Diego Ramal

DESTAQUE | DJ DIEGO RAMAL: Há 13 anos tocando Tribal House nas pistas de todo o Brasil

Mineiro, Diego Ramos Alves desde cedo já se aventurou na música eletrônica. Em 2009, se profissionalizou como DJ e fez a sua estreia em grande estilo, ao lado dos incríveis Chris Cox e Mauro Mozart. Em pouco tempo, já ganhou o gosto do público e começou a viajar para levar seu som para as grandes capitais do Brasil, em festas e clubs renomados. Diego vem se destacando na cena eletrônica de Tribal House, que é a vertente na qual ele se encontrou profissionalmente.

Tudo começou em 2005, quando foi convidado por um amigo para comandar o som de uma festa de aniversário, e foi a partir daí que descobriu o que queria fazer para sempre. Apaixonado pelo que faz, Diego cativa cada vez mais o público pelo seu conceito e bom gosto. Tornou-se produtor e residente do histórico Club Josefine em Belo Horizonte e dos selos internacionais como: Jurerê 40 Graus, Luminous Party e Ocean Pool Party. Atualmente reside e produz no Rio de Janeiro o selo Fuego Label Party.

Nessa entrevista, Ramal relata sobre o início da sua carreira, mudança para o Rio de Janeiro, realizações profissionais; toda a sua dedicação e esforço para conseguir alcançar e ocupar mais espaços com o seu trabalho na cena eletrônica. Confira agora a nosso bate-papo com o DJ Diego Ramal:

''O Diego Ramal surgiu quando me profissionalizei e precisei criar um nome artístico, mas eu acredito que ele sempre esteve dentro de mim, desde que eu conheci a música eletrônica, sobretudo, o Tribal House’'

Como surgiu o DJ Diego Ramal e quais foram os DJs que te influenciaram no início da sua carreira? 

O Diego Ramal surgiu quando me profissionalizei e precisei criar um nome artístico, mas eu acredito que ele sempre esteve dentro de mim, desde que eu conheci a música eletrônica, sobretudo o Tribal House. Eu ia para a boate Josefine para assistir o DJ residente fazer longs sets e ali colado no blindes da cabine, eu aprendi a “tocar”. Um dia, o dono da boate veio até mim e me perguntou se eu era DJ e eu disse que não, mas que sonhava em ser, aí ele me deu um curso e me incentivou. A partir daí em diante, eu tive a certeza que queria aquilo para vida toda. Ramal é a junção dos meus sobrenomes Ramos Alves. Minhas influências no início da carreira foram meus conterrâneos, Mauro Mozart e Aless, através deles eu conheci ícones como Peter Rauhofer, Offer Nissim, Chris Cox, Abel, Ralphi Rosario e o Dr Kucho, e, assim, fui me apaixonando e buscando cada vez mais referências.

Início de carreira, na Mariah Club - Belo Horizonte
Início de carreira, na Mariah Club - Belo Horizonte
Dablio Lounge - Savassi, Belo Horizonte - MG
Dablio Lounge - Savassi, Belo Horizonte - MG

Você se profissionalizou como DJ em 2009, e sua estreia foi ao lado de DJs super renomados na cena, como Chris Cox e Mauro Mozart. Como foi a experiência de estrear ao lado deles? 

Foi algo memorável e uma honra, pois estrear ao lado de pessoas que você admira é um grande presente da vida. Nunca vou me esquecer daquele primeiro play. Eu trabalhava na equipe de divulgação do clube e era frequentador assíduo, já havia me profissionalizado e buscava por uma oportunidade na casa, o convite veio da promoter Pipi Matta Machado para fazer a abertura da noite onde o headliner era o americano Chris Cox e o residente Mauro Mozart. Foi uma sensação inexplicável e eu consigo lembrar como se fosse ontem de toda a minha preparação, entrega e satisfação por estar naquela cabine tão sonhada ao lado de duas feras. Entreguei o meu melhor e a partir daquele momento senti que realmente era o que eu queria fazer pelo resto da minha vida. 

Qual a sua relação com o estilo Tribal House e porque a escolha desse estilo de música eletrônica para tocar nas pistas? Qual a sua visão atual da cena de Tribal House? 

Eu sempre fui apaixonado por essa vertente e consigo sentir emoções que me conectam fortemente com a pista tocando esse estilo. Houve uma época que eu somente consumia e tocava Tribal House. Hoje, eu me permito ir um pouco mais além, mas a minha raiz será sempre o Tribal House. Eu acho que a cena está em evolução e em evidência. Vejo um excelente momento para a cena tribal como um todo e muitos talentos sendo revelados com produções incríveis.

''Eu sempre fui apaixonado por essa vertente e consigo sentir emoções que me conectam fortemente com a pista tocando esse estilo''

Como surgiu o convite para se tornar DJ residente no Club Josefine em Belo Horizonte? Por quanto tempo você foi residente da casa? 

Eu comecei a tocar como convidado em algumas noites e sempre me dediquei para entregar meu melhor. Fui conhecendo o público e cada vez que eu me apresentava, eu buscava fazer algo diferente e que conversasse com a galera.

Aí, o convite surgiu dos proprietários e eu assumi as noites de sábado e quintas-feiras alternadas com os outros residentes, consegui alcançar com muita luta. Eu fiquei na residência por 2 anos, depois eu segui com o meu próprio label. 

Club Josefine - Belo Horizonte. Foto: Acervo pessoal do artista
Club Josefine - Belo Horizonte. Foto: Acervo pessoal do artista

''No início da minha mudança, era tudo muito incerto, mas eu nunca deixei de acreditar que se eu seguisse o meu coração, eu conseguiria realizar os meus sonhos e, assim, eu sigo nesses 5 anos que estou aqui, enfrentando os meus medos e correndo atrás da minha vitória’'

A mudança para o Rio de Janeiro foi para você poder focar na sua carreira de DJ? Você conseguiu ter mais oportunidades de trabalho como DJ depois da sua mudança? Conte-nos mais um pouco sobre essa mudança para a cidade maravilhosa. 

Na verdade não, eu trabalhava em uma empresa e recebi uma promoção para gerenciar a filial do Rio. Aí, eu aceitei o desafio e vim sem pretensões. Inicialmente, ninguém me dava oportunidade nenhuma, era uma data a cada dois meses e olhe lá, mas eu tinha meu emprego que me ajudava a segurar as pontas. Até que eu criei um projeto, minha festa Fuego. Apresentei para um empresário que comprou a ideia e me deu uma oportunidade de ouro. Depois, eu me ofereci pra tocar em um rooftop na zona sul e os produtores gostaram e começaram a me chamar sempre. Aí, eu fui me reconstruindo e me reinventando para enfrentar o mercado. No início da minha mudança, era tudo muito incerto, mas eu nunca deixei de acreditar que se eu seguisse o meu coração, eu conseguiria realizar os meus sonhos e, assim, eu sigo nesses 5 anos que estou aqui, enfrentando os meus medos e correndo atrás da minha vitória. 

DJ Diego Ramal com o seu marido e manager Helio Lobato na HL Sunset Onboard - RJ. Foto: Gustavo Bresciani
DJ Diego Ramal com o seu marido e manager Helio Lobato na HL Sunset Onboard - RJ. Foto: Gustavo Bresciani
Silk Beach Club - Búzios RJ. Foto: Diego Oliver
Silk Beach Club - Búzios RJ. Foto: Diego Oliver

Qual a influência da internet na sua carreira? Você acha que surgiram mais oportunidades?

Total. A internet é a fonte de pesquisa de comunicação e o mecanismo de ligação das pessoas. Através dela eu consigo chegar em locais inimagináveis, recebo feedbacks de vários países elogiando sets e vídeos que eu compartilho nas minhas redes sociais.

São 13 anos de carreira, com isso, sabemos que você já tocou em várias festas pelo Brasil. Você pode nos dizer quais foram essas festas? E qual seria a realização de um sonho para você? 

Eu destaco o Warm Up da Revolution São Paulo em 2021, na área vip do Rock in Rio em 2019, Pride de Recife em 2013, nos rooftops da Rede Accor, no réveillon da orla de Copacabana. Eu acho que cada uma dessas festas ou clubes para mim tiveram e têm uma importância única. Meu maior sonho é fazer uma turnê pela Europa. 

Em 2019, você tocou em uma das áreas VIP do Rock in Rio, que é um dos maiores festivais de música do mundo. Como surgiu esse convite e qual foi a sensação de tocar no Rock in Rio? Conte-nos mais um pouco dessa experiência. 

Foi um convite feito há uma semana para o evento e era mais um grande desafio também, pois era para tocar todos os dias repertórios diferentes a cada apresentação. Eu me senti imensamente lisonjeado e topei na hora, sem pensar duas vezes. Cada dia parecia que eu vivia um sonho e me entreguei para essa experiência com a maior dedicação. Um momento memorável do festival foi quando eu fiz um long set de Tribal no dia que é considerado o LGBTQIA+, que foi no mesmo dia da cantora P!nk. Minha cabine ficava bem em frente ao palco mundo e foi histórico ver a galera se juntando pra dançar ao meu som. 

Rock in Rio 2019, tocando em frente ao Palco Mundo
Rock in Rio 2019, tocando em frente ao Palco Mundo
DJ Diego Ramal com a produtora Patrícia Françoise. Foto: Acervo pessoal do artista

Atualmente, quais clubes você é residente? Qual a importância de ter uma residência nos dias de hoje? 

Atualmente sou residente do Club TAU em Copacabana, no posto 6 e na HL Sunset, que é um evento itinerante. Tenho também algumas labels próprias que eu sempre toco quando elas acontecem. Acho que é importante o DJ ter uma residência, pois é uma prospecção da proposta musical dele e, também, dá mais credibilidade na negociação com outros contratantes. 

HL Sunset Rooftop Novotel - Leme - RJ
HL Sunset Rooftop Novotel - Leme - RJ
HL Sunset Rooftop Novotel - Leme - RJ

Você pretende ter algum projeto de música eletrônica com o seu primo, o DJ Ftampa? 

Nossos estilos musicais são bem diferentes, mas eu, além de primo sou muito fã e sempre faço homenagens a ele, como por exemplo, os mashups das músicas Vibe Boa, Love Is All We Need, Glowing e Bed Ain’t Big Enough.

DJ Diego Ramal e o seu primo, DJ Tampa. Foto: Acervo pessoal do artista
DJ Diego Ramal e o seu primo, DJ Tampa. Foto: Acervo pessoal do artista
Rock in Rio 2019 Foto: Acervo pessoal do artista
Rock in Rio 2019 Foto: Acervo pessoal do artista

Sabemos que DJs em geral consomem muita música para poder criar seus próprios projetos. Quais são suas referências musicais? O que você tem ouvido ultimamente? 

Eu ouço tudo. Começo o dia ouvindo Marisa Monte e termino ouvindo Vintage Cultura. Minha lista de DJs é extensa, não cabe aqui e, também, não me perdoaria se esquecesse um nome, mas dois que estão sempre na minha playlist são: o DJ Zuccare e o DJ Calvin Harris.

Foto: Nicholas Brandão
Foto: Nicholas Brandão
Casamento na Villa Santa Teresa - RJ

Tem alguma novidade vindo por aí que você possa dar algum spoiler para a gente? Deixa um recado para as pessoas que acompanham e curtem o seu trabalho. 

Posso adiantar que para o próximo semestre temos um projeto para novos talentos. É óbvio que tem muita música nova e exclusiva. AGUARDEM!!!” Agradeço pela atenção, carinho e oportunidade de falar um pouco sobre meu trabalho e de abrir esse espaço para vocês me conhecerem um pouco melhor.

Foto Igor Alves
Foto Igor Alves
Foto: Igor Alves
Foto: Igor Alves

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