Ângela Rodrigues é uma das DJs mais queridas da cena nacional. Natural de Curitiba-PR, hoje reside em São Paulo com seu marido Victor Monteiro. Cresceu numa família de músicos, e seu pai, Igor Rodrigues, foi fundador da primeira banda de rock‘n’roll da cidade. Seu irmão é baterista desde pequeno e faz freelancer para diversas bandas. Ela acompanhou desde nova todos os altos e baixos financeiros que podem ser enfrentados durante a carreira artística e decidiu não viver exclusivamente de música. Neste meio tempo, estudou música, embora a virtuose num instrumento musical não fosse exatamente um alvo que produzisse nela a mesma motivação que existia em seu irmão e em seu pai. A audição privilegiada e o mar de influências musicais sólidas talvez tenha sido a primeira referência que despertou a aptidão de uma das mais refinadas e dedicadas profissionais do DJing da categoria psytrance no Brasil.
Ela manda um belo full-on, esmaga no hi-tech e se amarra em ouvir muito jazz e rock ‘n’ roll. Já esteve em diversos line ups muito psicodélicos como Pulsar, Hi-Tech Revolution, Samsara Festival e também está sempre tocando em festas mais abrangentes em relação ao público. Faz parte do casting da renomada Damaru Records, gravadora alemã voltada para sonoridades dark e hi-tech.
Equilibrada, acessível e super divertida, o fato de não ser DJ em tempo integral não a impediu de ser um dos destaques do psytrance BR em 2022. Anginha se destaca pelo relacionamento chegado que tem com seu público tanto nas pistas quanto em seus perfis nas redes sociais (pessoal e profissional).
“A minha relação com meu público é totalmente baseada na amizade. Eu sou amiga mesmo de muitos deles e quem eu não sou ainda, é só por falta de oportunidade. Não tem como eu não querer ser próxima de uma pessoa que me incentiva, que me ajuda, que quer ver meu melhor. E acho que por causa dessa confiança, que é muito mútua, a gente se comunica tão bem. Me sinto muito à vontade para falar sobre qualquer assunto, tocar qualquer tipo de som, debater ideias. Sinto que sou ouvida, acolhida e sempre quero dar isso para eles também. Já as redes sociais são grandes ferramentas para você poder encontrar pessoas que pensam como você, que gostam de coisas parecidas. Antigamente, era uma dificuldade divulgar uma festa, ou encontrar seu público, se comunicar com ele. Hoje em dia, o algoritmo nos ajuda a encontrar pessoas com interesses em comum. Eu prefiro olhar sempre os aspectos positivos.”
Esse lugar de intermediação entre a música e o público representa para a curitibana algo místico ou espiritual, a medida em que a sinergia se estabelece em momentos notáveis em suas apresentações. Ela, que iniciou a carreira numa primeira gig não tendo lá muita segurança técnica, como confessa, hoje, recomenda além do estudo: a identificação e a própria personificação do ser DJ pela pessoa que almeja orquestrar pistas por aí.
“Eu percebo o DJ como um curador. Uma pessoa que tem por dever experimentar de tudo e escolher o melhor para apresentar para a pista. Levando em conta todas as variáveis: ambiente, momento, objetivo. O objetivo ou intenção, eu considero especialmente importante: que tipo de emoção você quer provocar, por exemplo. Naquele momento em que conduz a pista, o DJ conectado consegue trazer a esse momento do êxtase da dança pessoas diversas, seja de gênero, cor, localidade, idades diferentes, pessoas que nunca se viram e estão expostas àquela vibração que é única”, completa.
No que diz respeito a originalidade, ela também é bastante enfática em dizer que o DJ, envolvido pela música mais do que pelo statement da profissão:
“pode cooperar muito com sua cena apresentando novos artistas, novos timbres, novas músicas, novas experiências. Esse é o nosso papel. E essa tarefa de trazer o novo não é fácil, porque é muito mais óbvio você agradar trazendo mais do mesmo. Aquilo que já é familiar ao público, aquilo que ele já escutou e gostou. Tem muita gente já querendo agradar o público a qualquer custo. Acho que ajudar na orientação musical dos ouvintes é deixar um pouco de lado a comodidade e a segurança do que é conhecido e se arriscar mais. Escutar mais e trazer algo novo, transformador, ousado… O risco é grande, mas a recompensa é enorme.”
Tendo iniciado uma carreira como DJ levando apenas o amor pela música psicodélica, Angela demonstrou carisma e skills na mixagem que a fizeram superar suas expectativas no começo, mas sempre considerou toda a jornada um prêmio e uma diversão! Ela gosta da rave de verdade e sua emoção transparece enquanto encanta pistas de todo o Brasil!
Uma apresentação recente, entretanto, mexeu com seu coração: um showcase da Hi-tech Revolution realizado em Curitiba, sua cidade natal, pela Progressive, uma festa de alto padrão do DM7 Group, que além de ser uma das maiores agências de bookings das Américas, também realizam o Adhana Festival.
Ela descreveu aquele momento como um grande marco simbólico da sua carreira, onde ela pôde se sentir voltando a vários instantes no tempo em que seu trabalho foi mais ou menos admirado, ou criticado e, ali, foi como se fosse a grande colheita.
Nessa caminhada, ela contou com o apoio de pessoas queridas que permanecem em sua vida conferindo todo amparo afetivo e torcida pelo sucesso. Dentre elas, destacam-se a amiga-irmã de todas as horas, Luana Cherry, com quem iniciou literalmente junta (tocando), o DJ/produtor e sócio-proprietário da DM7 Bookings Marco Element e o maridão Victor Monteiro.
Se você deseja conhecer melhor o trabalho desta grande profissional da psicodelia, pode seguí-la em suas redes.