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ENTREVISTA | A arte de produzir e o prazer em ensinar

Foto de divulgação.

O universo da música eletrônica é, sem dúvidas, fantástico. As tracks, até chegarem aos nossos ouvidos, passam por um longo processo de produção, que requer muito estudo, técnica e dedicação. Os produtores musicais são os responsáveis por tudo isso e, assim como qualquer outro profissional, estudam e aprimoram suas técnicas o tempo todo para entregarem músicas de qualidade em um mercado tão disputado.

“As minhas influências são as pessoas que estavam comigo desde o início…” Érica Alves.

No Brasil, existem várias escolas e até mesmo universidades que oferecem cursos de produção musical, mas poucos oferecem uma experiência tão imersiva. Pensando nisso, a produtora musical Érica Alves e seu sócio João Pinaud criaram o curso Wave Live Act, com uma proposta diferenciada, na qual o aluno pode começar a aprender a produzir do zero e finalizar o curso apresentando suas produções em um festival. Para entendermos melhor a proposta do curso, entrevistamos Érica Alves.

O que a música significa para você?

A música é uma linguagem que, a princípio, parece ser somente artística ou somente para entretenimento, mas para mim, significa uma expressão, uma forma de se expressar, onde mostramos que isso é possível não somente por palavras. E, além disso, a música também significa o meu ganha pão. Eu trabalho com música, profissionalmente, desde 2010. Já tenho 10 anos de estrada na música eletrônica.

Como ocorreu a sua ligação com a música e a produção musical? Teve alguma influência?

Minha ligação com a música acontece desde quando eu era criança. Minhas primeiras memórias são memórias musicais, ouvindo músicas em casa e sempre dançando músicas alegres. Eu já estudei piano quando era nova e sempre gostei de música clássica, mas com o tempo acabei gostando mais de compor do que, necessariamente, estudar um instrumento. Então comecei a experimentar compor e, na adolescência, comecei a fazer minhas primeiras gravações lo-fi, demos, com programas bem rudimentares no computador. Foi aí que eu comecei a me interessar pela produção, à medida que eu ia me aventurando nos projetos musicais, até banda de rock eu tive quando estava na faculdade. As minhas influências são as pessoas que estavam comigo desde o início, assim como o produtor Zopelar, uma pessoa muito importante na minha trajetória, pois foi ele que me guiou desde os meus primeiros passos no caminho da produção.

Como surgiu a ideia do Wave Live Act?

A ideia do Wave Live Act surgiu por uma série de fatores. Eu saí do Rio de Janeiro para desenvolver minha carreira musical em São Paulo, quando fui trabalhar com o The Drone Lovers, meu projeto com o Davis e o Zopelar, durante 6 anos. Neste período também desenvolvi meu trabalho solo, um live act, e comecei a dar algumas oficinas de sintetizadores para mulheres, em um projeto chamado Synth Gênero. Esse projeto foi uma forma que eu encontrei de fazer uma ponte entre o feminismo e o ensino. Sou professora de formação, sou formada em letras pela Universidade Federal Fluminense. Por conta da música, tive que sair da escola onde trabalhava para me dedicar à produção musical, só que eu passei a dar aulas, não mais de inglês e sim de música. O Wave Live Act surge em 2018, quando, já de volta ao Rio de Janeiro, eu e meu e sócio João Pinot fomos convidados pela Fosfobox Bar Club, uma casa noturna bem conhecida do Rio de Janeiro, para ministrar um novo curso de live action de produção musical.

Qual é o público alvo do curso?

O público-alvo do curso é qualquer pessoa que tenha curiosidade em saber como fazer tracks, música ao vivo e como mexer com música eletrônica no geral. É um curso de iniciação, então nossa didática é focada em pessoas que não sabem nada, sem nenhum conhecimento musical. Além disso, é indicado para músicos e produtores que queiram se atualizar e aprender uma nova forma de fazer música e uma nova metodologia de processo criativo, pois um dos alicerces do curso é justamente a questão da composição, arranjo e criação

Quais os diferenciais do Wave Live Act como curso de produção musical?

Um dos diferenciais do curso é justamente essa parte da oficina de criação. Nós também prezamos muito pela interatividade e pelo resultado. É um curso focado em projeto, então no final do curso os alunos tocam, se apresentam e lançam suas músicas em nossas coletâneas. Não é só um curso que a pessoa compra, faz e acaba. Nós realmente temos essa pretensão de ser algo que muda a vida da pessoa, a perspectiva sobre o fazer música. Outro atrativo, é que bastante gente do audiovisual precisa produzir trilhas e nosso curso também dá esse suporte de criação a partir de outras referências, que não sejam somente musicais, o que chamamos de imaginação criativa.

Foto de divulgação.

Além do curso, você tem outros projetos?

Além do curso, tem o meu projeto artístico, o Érica Live, onde faço um live act com minhas músicas, também sou DJ e tenho um selo chamado Baphyphyna, que lança artistas nacionais de música eletrônica e música experimental. Sou artista da Urban Jungle. Nesse momento estou mais dedicada ao Wave e ao selo, porque os shows e eventos não estão acontecendo. Em dezembro vai ter o lançamento da coletânea da Baphyphyna, que são as Baphyanas Brasileiras, e também no meio do mês vai ter o festival do curso de formatura do curso, que vai ser online, juntamente com o lançamento da coletânea do curso com produções dos alunos, sendo que a maioria deles nunca produziram uma música antes, então vai ser bem interessante.

Informações e links importantes:

Lançamento coletânea “Baphyanas Brasileyras II” pela Baphyphyna – 4 de dezembro
http://baphyphyna.bandcamp.com

WAVE Live Fest – 18, 19 e 20 de dezembro

Lançamento coletânea “WAVE Tapes vol. 1” – 18 de dezembro
http://waveliveact.bandcamp.com

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