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MATÉRIA | O futuro da cena Drag nas baladas

Estados Unidos, 1880 é o ano em que a primeira pessoa (se auto denomina, “Queen of Drag” (William Dorsey Swann). 

Já aqui no Brasil, os primeiros relatos do surgimento de uma DRAG QUEEN são por volta de 1958 e ela se chamava Miss Biá (1939 – 2020). Nesta época ainda não havia boates LGBTQIA+ para performar, então os shows aconteciam em algumas “casas” heterossexuais.

“Quero lembrar que na Alemanha antes da guerra (1930 por aí) muitos bares se apresentavam transformistas que cantavam, dançavam e tocavam instrumentos… Muitos se foram pois a guerra queimou os jardins…
Logo após 1945 as que restaram voltaram aos mesmos bares ainda em pé e nunca mais deixaram o universo Drag acabar…” disse Gretta Sttar.

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Miss Biá – pioneira no Brasil, Diva que perdemos neste ano de 2020;

Em 1971 surge a primeira Boate “gay” assumida, a conhecidíssima Nostro Mundo. Ali foi o berço de muites artistas consagradíssimos na cena, como:  Claudia Wonder, Kaká, Dimmy Kier (mais conhecida como o BBB Dicésar), Phedra D. Cordoba (hoje atriz do grupo Satyros), Silvetty Montilla, Nanny People, Salete Campari, Márcia Pantera, Michelly Summer e Miss Biá, claro!

Existem  muitos relatos e fotos que mostram a noite  “GAY” – termo usado na época – muito glamorosa e com espetáculos de altíssimo nível.

De lá pra cá são quase 50 anos e muitas das artistas daquela época já não estão mais entre nós e o cenário Drag já não é o mesmo.

O bate-cabelo, por muito tempo, teve sua notoriedade e destaque nas apresentações de muitas Drags, tornando-se quase uma obrigatoriedade a quem estivesse ao palco, contudo, nem todos os artista se sentiam confortáveis com essa prática, mas nem por isso eram menos talentosos, embora alguns espectadores duvidassem.

O termo Drag Queen não é sinônimo de Bate cabelo, nem de prostituição, nem de homens vestidos de mulheres.

Drag Queen é a arte de se transformar em uma SUPER MULHER e levar entretenimento a quem às assiste. Tanto homens quanto mulheres podem ser Drag Queens, embora ainda seja mais comum encontrá-las no gênero masculino (a transformação de mulheres em homens é chamada de Drag King).


A desvalorização veio com a demasiada oferta de “artistas” com pouco treinamento e experiência e os caches baixos que estes cobravam (por vezes nem cobravam), isto fez com que os frequentadores  dos estabelecimentos deixassem de se interessar pelos shows e, consequentemente, bares e boates diminuíram a contratação das veteranas, afim de economizar no budget pra shows.

Outra questão que inviabiliza, pra muitos, os espetáculos das Divas, é o aumento do público que não querem ter sua “brisa” cortada pra ver um show, logo, os contratantes vão dar uma maior atenção a esse público, que na teoria estaria dando um maior retorno financeiro ao estabelecimento.

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Silvetty Montilla.

Hoje em dia são poucas as boates que apoiam e investem nas artistas Drags, entre elas estão algumas como: Blue Space, Danger Dance Club e Balada Tunnel, na cidade São Paulo, e no Rio de Janeiro, Boate 1140 e Papa G.

Sabe-se que a arte nunca irá morrer pois ele é inerente ao ser humano, mas inovar, se reformar e acompanhar as tendências é primordial pra que todo e qualquer artista permaneça e continue alimentando esse público tão exigente que é o LGBTQIA+.

Mais uma parte do texto de Gretta cita que:

“Universo Drag Queen é tão complexo como flores num grande jardim, umas mais bonitas que as outras, porém sem cheiro algum e tantas outras tão simples com cheiros marcantes… Umas duram mais, outras nem tanto!

Regar e cuidar as farão sempre atraentes, do contrário secam e morrem…

Assim eu penso sobre toda manifestação artística

Períodos prodigiosos, outros nem tanto!

Tudo depende do cenário, do tempo e do amor de quem as vê ou sentem…”

É certo que toda novidade chama atenção, logo, utilizar-se dessa possibilidade te tornará uma Drag Queen mais atraente tanto para as boates quanto para o público, fazendo com que “O FUTURO DA CENA DRAG NAS BALADAS” permaneça e cresça cada vez mais!

Aqui fica uma pergunta para as divas da noite: O que te torna uma Drag única e especial?

“O crescimento agora depende de como visualizamos nossas mazelas e amor pelo que tentamos interpretar e trazer sonhos ao público que também esteve doente!
A missão de agora… é a mesma!”
Gretta Sttar (Espírito Vivo).

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