COLUNA | Não deu certo

Não deu certo o texto.

Não deu certo aquela apresentação, aquele set, nem aquela viagem. Não deu certo aquele namoro, nem aquela amizade.

Quando o sentimento de: “por que isso não deu certo comigo?” tomava conta de mim, a sensação de fracasso era grande o suficiente para não enxergar o que eu poderia fazer para mudar e realizar aquilo que planejava lá no início da idéia.

Hoje, com um olhar diferente do que tinha no passado, vejo que posso assumir as falhas cometidas durante o percurso e trabalhar para acertá-las antes do medo de um novo “fracasso” me impeça de seguir adiante. Escrever fracasso entre aspas pra mim é importante, pois foi esse sentimento se destacou nos meus pensamentos durante um tempo e me bloqueou até que eu perguntasse pra mim mesmo o porquê me sentia dessa forma.

Para entender melhor, fui um pouco mais fundo e comecei a me questionar sobre o que era certo e errado pra mim, o que eu realmente queria na minha vida e o que fazia sentido em recomeçar ou deixar pra trás. Foi quando, mais uma vez, bati de frente com o apego a idéias que não cabiam mais dentro de mim e que me levavam para um caminho de repetidas frustrações, ao invés de buscar mudar a rota e explorar outros caminhos que existiam dentro de mim. Como escreveu o psiquiatra e escritor Pablo Neruda: “Não deixe as frustrações dominar você, domine-a. Faça dos erros uma oportunidade para crescer. Na vida, erra quem não sabe lidar com seus fracassos.“

Nem tudo vai sair como planejamos e nem sempre estaremos prontos para lidar com isso, mas, como sempre gosto de lembrar que a vida tem seus processos, acredito que ao dedicar um tempo para olhar pra dentro de si mesmo, sem julgamento pelas coisas que não aconteceram como imaginamos, abrimos espaço para novas respostas e idéias para novos projetos. Sabe quando alguém te diz para não focar no problema, mas sim em como ele pode ser resolvido? Pois é… Esse eu acredito que será sempre um bom começo. Da mesma forma, precisamos também nos lembrar que nem todas as falhas são responsabilidades nossas. Limpar a culpa diante de situações, assim traz paz e expande o olhar para visualizar com maior leveza os desafios.

“Consulta não os seus medos, mas as suas esperanças e os seus sonhos. Pensa não nas suas frustrações, mas nas suas potencialidades ainda não exploradas. Preocupe-se não com o que você tentou e falhou mas com o que ainda é possível fazer.“ — Papa João XXIII 1881 – 1963

Escrevo mais uma vez sob a companhia das minhas vulnerabilidades e das experiências que meu trabalho me trouxe. Assim como a música, as palavras também se tornaram terapêuticas. Se você estiver curtindo o que compartilho aqui na revista vai ser um prazer interagir também através do meu instagram!

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