COLUNA | E os Eventos?

Hey coloridos, no nosso último encontro trouxe uma breve reflexão sobre o cancelamento tão presente em todas as áreas da sociedade, bem como sobre o movimento de festas clandestinas, como anda a nossa vivência sob o reflexo da pandemia e, também da falta de eventos e congêneres, trago nesta edição uma reflexão a respeito dos problemas que o setor vem enfrentando, dos anseios e até pensamentos a respeito do assunto. A problemática do setor vale uma análise a respeito de quem são os integrantes desse “jogo”, onde um setor inteiro vem sendo prejudicado versus a um governo desestruturado, com poucas perspectivas e assessoria.

Em setembro de 2020, o Ministério da Economia não considerou o setor de Eventos como uma das áreas afetadas pela pandemia de Covid-19. A lista foi publicada em portaria do Diário Oficial da União em 15/09/2020. Ainda em meados de março, continuamos em um desamparo e despreparo para enfrentar o que diria ser a pior crise vivida no mundo, principalmente na área. No Brasil, o setor de eventos é responsável por 13% do PIB, além de ser o segmento que traz retorno econômico em menor espaço de tempo para o país. Por isso, shows, palestras, congressos e o turismo em geral são extremamente necessários para o Brasil. De acordo com o Sebrae, 98% das empresas do ramo foram prejudicadas durante a pandemia, mas você deve estar se perguntando os “porquês” de relatar tais pontos? Porque eles têm afetado diretamente não só na questão da ausência de trabalho, mas também na falta de unidade e inclusive na criação de políticas para o âmbito público e social, na ausência de suporte da própria classe, no sucateamento e desvalorização de posições de trabalho e também no aumento da informalidade e desistência da área.

Sou do ramo de eventos há quase de 16 anos, e dentro de todos esses anos, crises econômicas sempre fizeram parte do cenário, mas nunca como a que estamos vendo, mas além desse fato, gostaria de ressaltar alguns pontos problemáticos que enxergo inclusive a falta de assessoria para o setor:

1) Falta de unidade: não é de hoje que percebemos que a concorrência e até mesmo a inimizade em algumas profissões ligadas a eventos sofrem pelo descaso não só do governo, política, economia, mas dentro do âmbito pessoal, de vivência. Hoje é perceptível, principalmente nas redes sociais, que quando um artista de baixa notoriedade, ou até mesmo por ser novo na área, tem sua visibilidade quase nivelada a zero, não é notado, não é experimentado, tudo isso porque as vezes não é o estereótipo e muito menos tem a quantidade de seguidores para atingir um bom nível. Por isso, nesse ponto eu convido você profissional da área, você já parou para saber o quanto você  tem auxiliado ou até mesmo influenciado as próximas gerações? Você já conseguiu perceber que se as vezes você der visibilidade e ou auxílio, criamos um mecanismo de autoajuda dentro da própria classe? E você novato, já parou para perceber o que os grandes, os experientes, podem te oferecer? Quantos ensinamentos podemos ter nessa troca?

Caro leitor, vale a reflexão: O que podemos fazer para nos organizar? O que podemos fazer para criar uma unidade?

2) Ausência de políticas públicas: sabemos que o famoso “freela” ou “job” é muito comum no setor de eventos, muitos profissionais atuam na informalidade e na ausência de busca pela formalização. Os profissionais em sua maioria, estão à deriva, além de não conseguirem ocupações e trabalho no setor, não conseguiram nenhum tipo de respaldo governamental, a pergunta que se faz é: qual caminho devem seguir?  A Constituição Federal prevê em seu artigo 7º  os chamados direitos sociais, tais como o direito ao trabalho e igualdade entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso, mas o papel escrito na carta magna é lindo em sua teoria, todavia, a prática é avassaladora para o setor mais afetado que roga por socorro. 

Esse não seria o momento propício para juntarmos forças e lutarmos pela classe de eventos?

3) Informalidade: está ligada não só à falta de formalização de mecanismos jurídicos, empresariais e governamentais, mas também na mão de obra muitas vezes desqualificada e barata. A não especialização, a falta de estudo desencadeia em ausência de melhorias em um setor que cresce, mas não se dá ao trabalho de elevar a qualidade dos profissionais, por ser cômodo, fácil e barato a manutenção desse sistema nesse formato. Diante dessa realidade que estamos vivendo a moeda que vale, não é sobre o valor do qual o profissional tem, mas o quanto ele pode fazer e entregar o serviço, com isso muitas vezes a ausência de competência e até profissionalismo são o que forma os profissionais e a entrega. Coloco essa questão, para exatamente refletir.

A situação na área de eventos demanda atenção imediata e é trágica, não dá mais para esperar. O prejuízo é incalculável e o impacto sobre o sustento de milhares de pessoas não pode continuar sendo ignorado, por outro lado, até que ponto ficaremos estagnados sem pensar do individual ao coletivo?

Os danos ao mercado do entretenimento foram devastadores em 2020. A luta é para sobreviver a 2021 e quem sabe se planejar para 2022.

Desejo união, compreensão, uniformidade, planejamento e paciência.

Até já!

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