COLUNA | RESIDÊNCIAS EM FESTAS: VALEM A PENA?

Um assunto sempre comum nas rodas de DJs são suas residências em clubs e festas. Os DJs residentes são aqueles que têm uma relação constante com o contratante e que trabalham em parceria e, muitas vezes, exclusividade com a marca. Ser residente de uma festa pode dar ao DJ um referencial e um senso de reconhecimento, mas é importante ressaltar que, como qualquer relacionamento, nem tudo vale a pena.

A pergunta fica então no ar: vale a pena perder a liberdade e fechar esta exclusividade com um clube ou festa? 

Sim, vale. O DJ residente tem confiança e credibilidade da marca para lançar projetos  em parceria e, a depender, até mais visibilidade do que os DJs convidados. Dimitri Vegas & Like Mike são os residentes do Tomorrowland. Além de ganhar os melhores horários, são parceiros em todos os projetos da marca pelo mundo. Mas claro… Eles tem que fazer jus a tudo isso, né?

Então, para que a residência seja algo interessante para o DJ, preparei uma lista de pontos importantes para se ponderar antes de dizer “sim” a uma proposta. 

1 – O público e os objetivos da empresa são os mesmos que o do DJ?

À medida que a pessoa se torna DJ, ela se torna uma marca. O fluir da arte, para a grande maioria dos profissionais, torna confusa a divisão entre o profissional e a pessoa: o que o DJ precisa postar no instagram e o que a pessoa postaria, o que o DJ precisa tocar e o que a pessoa gosta de ouvir. 

No momento em que o DJ existe comercialmente com um profissional autônomo, o sentido de empresário deve sim se aliar à arte. Isto desde que o foco seja sobreviver enquanto produto no mercado. 

Então, como qualquer empresa necessita traçar sua visão, missão e valores e delinear o seu público, um DJ também deve fazer o mesmo. E se o clube ou casa coincidem os objetivos com os dele, então sinal de que ele deve sim se associar.

2 – O DJ preparado para trabalhar em parceria? 

Este é um questionamento mais pessoal, interno. Nem todo mundo está aberto a se colocar com cabeça de empresário e entender os meandros e estratégias para atender os objetivos em comum com a outra empresa. Esse sentimento de foco no objetivo profissional tem que estar latente, muito mais do que os egos e traumas individuais.

3 – Colocando na balança, os benefícios que se vai receber ao trabalhar exclusivamente com a marca X são melhores do que o que você ganharia podendo trabalhar com qualquer outra? 

A minha sugestão é fazer um rol de benefícios e malefícios, entre financeiros e não, de tudo que se pode ganhar estando numa residência ou se vale mais a pena ficar livre. 

4 – O DJ está preparando a sua marca ou ela já é tão grande quanto a marca que está se associando?

A lógica é simples. Gente grande respeita gente grande ou uma mente brilhante. Ninguém quer apostar ou se associar a algo que acha que não vale a pena, não é mesmo? DJs com atitudes e objetivos pequenos são vistos pelo “outro lado” como realmente pequenos e para que ganhem atenção da outra marca tem que mostrar que merecem esta atenção através dos projetos que apresenta. Isso vale para músicas, sets, fotos, vídeos. Tudo, se feito de forma estratégica, ganhará respeito e interesse da marca parceira. 

As residências quando traçadas em completa parceria, com metas, prazos e foco bem delineado de público tendem a ser muito proveitosas para ambas as partes. Lembrando que quando um dos lados se torna apenas sanguessuga do outro a relação não é mais simbiótica. É parasita. Estar atento a esta dinâmica, saber agregar valor e posteriormente se dar valor são a alma do negócio. 

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